Não revisado*
06:00 da manhã e já tinha gente fedida dentro do ônibus, como pode isso? Desodorante e pasta de dente deveria ser dado pelo governo pra todos os cidadãos.
Sentir esse cheiro ruim logo cedo já diz que o dia vai ser péssimo.Da entrada da favela até o shopping demorava 1 hora, eu saia de casa as 06:00 pra chegar lá às 07:00, meu horário de entrar era 07:30, nesses 30 minutos eu aproveitava para tomar café.
Logo cheguei no meu ponto, desci e agradeci por não ter tido assalto nenhum hoje, meu maior medo é de perder meu celular, ralei tanto pra comprar.
Caminhei até a loja, no tempo livre que eu ainda tinha aproveitei para tomar meu café, no resto do dia atendi muitos clientes, a maioria são aquelas mulheres de nariz empinado, que acham que nos vendedoras somos empregadas delas, eu aceito calada porque preciso desse emprego pra ajudar a manter a casa, algumas colegas que ousaram falar algo, hoje já não estão mais presentes aqui na loja.
Muitas vezes a minha língua coça pra retrucar algumas piadinhas que são jogadas, mas prefiro evitar o desemprego.
(.....)
Já se passavam das 15:00 quando eu subia aquele morro, o sol rachando sob minha cabeça, o suor escorrendo na minha testa, a calça jeans cada vez mais colada em meu corpo por causa do suor.
Eu só pedia que Deus me concedesse o poder do teletransporte, juro que não aguentava mais.
Aproveitei que no caminho para minha casa eu iria passar em frente ao bar, e parei pra tomar uma água geladinha e pra colocar o papo em dia com meu amor.
Ana Luíza: não tinha mototáxi lá embaixo não? - ela conversava comigo enquanto levava a bandeija com pratos de comida e bebidas até as mesas.
-nem reparei mana, só desci do ônibus e subi pra cá direto. - bebi uma garrafa de água toda de uma vez- pega mais uma pra mim amorzinho.
Ana luiza: toma, acredita que ontem seu primo voltou lá em casa dizendo que queria conversar? Ele fez foi é dormir, parece criança que não dorme sozinho.
- vocês dois ainda vai dar em um namoro babado viu.
Ana luiza: eu já nem falo sobre você e o manco lá né? Inclusive o quem tá entrando aí, fica aí, vou lá atender e garantir minha gorjeta bem gorda- mandou um beijo no ar e eu apenas dei risada.
Coloquei o dinheiro encima do balcão e segui até minha amiga, recebendo o olhar dos homens que estavam com o sorriso.
- vou subir amiga, muita coisa pra fazer em casa, deixei o dinheiro lá no balcão.
Ana luiza: mais tarde vou ir lá, filar a janta né- me deu um beijo no rosto, e eu segui meu caminho saindo dali.
Escutei o barulho de uma moto atrás de mim, e olhei pra ver quem era.
Sorriso: sobe aí, vamo bater um lero lá no barraco.
-tenho que limpar casa.
Sorriso: não perguntei, sobe.
- Sorriso não dá, eu tenho muita coisa pra fazer.
Sorriso: me faz perder a paciência não Mariáh, sobe nessa porra logo.
Odeio quando falam alto comigo, ainda mais quando é mandando assim.
Pra não discutir no meio da rua e chamar a atenção pra nós, resolvi subir.
Estava bufando de ódio dele, mas não ia passar vergonha no meio da rua não.
Segurei no apoio de mão que tem na moto, mas assim que ele acelerou e eu quase cai pra trás, grudei minha mão nos seus ombros.
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Paradoxo Mítico
FanfictionSorriso e Mariáh Dois mundos, duas personalidades. Suas diferenças são exatamente o que os completa. O amor é suficiente para superar as barreiras impostas pela sociedade e pela vida?