𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏'𝒔 𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅 - 𝐴𝑒𝑚𝑜𝑛𝑑 𝑇𝑎𝑟𝑔𝑎𝑟𝑦𝑒𝑛

𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒊𝒓𝒕𝒚 𝑬𝒊𝒈𝒉𝒕

Olha só quem apareceu...

Um mês de silêncio, nenhuma movimentação por parte dos verdes foi feita na guerra, e mesmo estando em Dragonstone, onde os únicos membros da minha família eram duas crianças, eu sabia, eu recebia pergaminhos e bilhetes informando sobre o andamento de tudo.

Isso não era uma trégua e eu também não achava que eles tinham desistido.

Otto e Alicent estavam com minha mãe, ele preso nas masmorras e a rainha verde trancada numa torre juntamente com suas servas. Eu não acreditava que os Hightower fossem abandonar dois membros notórios de sua casa, Aegon talvez fizesse, no auge de seu egoísmo ele poderia facilmente se esquecer da mãe que nunca fora das melhores, mas toda a casa de Oldtown não deixaria isso assim, eles deveria estar em conspirando, articulando como atacar, tentando achar um ponto fraco no reinado de minha mãe, o reinado que havia acabado de começar e ainda tinha uma guerra sangrenta para vencer.

Eu estava esperando, havia avisado a eles sobre minha desconfiança sobre Aegon estar em Oldtown, mas de acordo com Daemon, eu precisaria de mais que uma simplesmente desconfiança, já que ele já havia mandado checar a cidade inteira atrás do usurpador e nem um rastro dele fora achado.

Sozinha na sala do trono de Dragonstone, eu observei a mesa pintada e ouvi o rugido de Vermithor do lado de fora. Me sentei no trono esculpido nas pedras do castelo e observei o salão vazio. Fazia um mês que ninguém vinha, um mês sem ver ninguém além de quem já estava aqui.

Achei que fosse sentir mais por isso, mas não senti, Dragonstone era a prisão na qual eu mesma tinha me colocado.

Quando o sol saiu das nuvens, ele invadiu as frestas das janelas, iluminando a câmara da mesa pintada, fazendo as paredes de pedras negras cintilarem. Eu respirei fundo e me prendi em cada ressalto das pedras que brilhavam, perdendo um bom tempo só olhando para a fumaça que saía das frestas do chão, a dança que faziam, a forma que se emaranhavam no ar, parecia uma parte de mim fora do corpo, o fogo, a fumaça, o sangue correndo por minhas veias, tudo em Dragonstone era Targaryen e tudo nos Targaryens era Dragonstone.

Eu voltei a realidade ao ouvir novamente o rugido do meu dragão que me fez sair da sala e rumar pelo corredor, vendo uma das servas com Maelor no colo, ele sorriu ao me ver, então eu o tomei do colo dela.

- Onde está Jaehaera? - Perguntei vendo o bebê brincar com meu cabelo.

- Ela está com Nessy, quando sai estava lendo com serva dela! - Me respondeu e eu assenti. - Deseja alguma coisa, princesa?

- Não, nada...Pode ir! - Me afastei segurando Maelor, andei pelos corredores do castelo e fui para os jardins de Aegon, o conquistador.

O sol iluminava a vegetação colorida e esquentava minha pele, os cabelos platinados do menino estavam reluzindo na luz dourada, seus olhos violetas curiosos me vigiavam, agarrada a ele, eu caminhei entre as flores e me sentei na borda da fonte de água, Maelor em meu colo, se distraia com as pedrarias bordadas em meu vestido, ria mostrando a falta de dentes e as vezes puxava um cacho ou outro do meu cabelo.

- Ei, isso machuca mocinho! - Falei desenrolando os fios enroscados em seus dedinhos gordos. - Olha essa mãozinha, você tem uma mãozinha gorda. - Ele riu e abriu a mão e começou a fecha-la na perto de meu rosto, ele queria algo. - Você quer o que? Pegar meu nariz? - Aproximei o rosto e ele o apertou levemente e em seguida segurou minhas bochechas e voltou a rir.

Eu ri também, beijei sua testa e encarei o mar que nos cercava, a brisa fresca que batia em meu rosto, minha mente pareceu silenciar, por um minuto não havia guerra, não havia usurpação, não havia um noivado arranjado, não havia atrito com Aemond, não havia traumas.