𝑶𝒇 𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏'𝒔 𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅 - 𝐴𝑒𝑚𝑜𝑛𝑑 𝑇𝑎𝑟𝑔𝑎𝑟𝑦𝑒𝑛

𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝑻𝒘𝒐

Eu havia me esquecido como a minha cama aqui era boa, depois de longas horas dentro da carruagem, me deitar sobre o colchão macio era um alívio para mim. Eu teria vindo montada em meu dragão junto com Baela, mas ao ver meu tio parado do salão de Driftmark, eu não quis decepciona-lo fazendo sua vinda até mim, ser em vão.

Daemon nos poucos anos que convivemos juntos antes de eu querer partir, foi um pai, um bom pai, tanto quanto foi para Rhaena, Baela e meus irmãos também.

 Se eu tivesse vindo voando, muito provavelmente eu teria chegado mais rápido e teria mais tempo pra dormir, mas eu me recuso a magoar meu tio de qualquer forma que seja possível.

Depois de acordar do meu sono da tarde com as batidas na porta, vi minha serva, Tília, passar pela porta com bacias de água quente e panos limpos. Enquanto Idrissa me chamava para a ponta da cama com um sorriso de orelha a orelha.

— Sentimos sua falta princesa, tínhamos saudades de acorda-la por dormir demais e deixar a corte esperando. — Idrissa falou enquanto eu puxava minha camisola para cima e assistia Tília misturar a água fria com a quente a deixando própria para meu banho.

— Senti falta de vocês duas também, as servas de Driftmark não são tão engraçadas e nem me contavam as fofocas como vocês duas contam. — Falei e elas se entreolharam e riram.

Ambas usavam a roupa comum das servas, seus vestidos vermelhos de adornos brancos na cabeça, Tília ela alta e esguia com longos cabelos loiros adornando seu rosto jovem de feições bem marcadas, Idrissa já tinha um corpo mais cheio, era alta e gordinha, suas mãos dedicadas de dedinhos roliços passavam por seu rosto, retirando o cabelo liso e castanho claro da frente de seu olho enquanto ela ajudava a preparar meu banho.

— Deseja alguma essência, alteza? — Tília perguntou e eu olhei para a mesa de infusões.

— Nada muito forte, lavanda está bom. — Falei e a vi assentir enquanto pegava o frasco e o derramava na água. — Que novidades têm para mim?

— Além das mesmas conversas maçantes que essa corte enfrenta, há boatos sobre a rainha e seus filhos. — Idrissa começou.

— Que tipo de boatos? — Perguntei e as duas se entreolharam.

— Há boatos de que o príncipe Aegon tem uma infinidade de bastardos na rua da seda, mas quem podia comprovar isso desapareceu misteriosamente. — Tília disse e eu franzi o cenho.

— E algumas criadas andaram reclamando de seu comportamento inadequado, mas essas fofocas foram sufocadas pela própria rainha. — Idrissa falou e eu assenti entendendo tudo.

— Meu tio sempre foi esquisito e devasso, não duvido nada. — Comentei. — Mas vocês disseram a rainha e seus filhos.

— Ontem o príncipe Aegon pediu que uma moça fosse levada a seus aposentos. — Idrissa começou. — Eu mesma a vi quando chegou, senhora, ela parecia da nobreza mas sabemos que não era.

— Aegon com prostitutas, qual a novidade? — Perguntei e elas terminaram de mexer na banheira.

— O ponto é que quem a viu diz que a garota era muito parecida com a senhora. — Tília confirmou.

— Ela era idêntica. — Idrissa confirmou.

— Comigo? O que? — Perguntei e elas sacudiram a cabeça.

— Eu acho que foi pura coincidência, mas algumas criadas que servem diretamente aos verdes disseram que o príncipe Aemond ficou sabendo e foi até o quarto do irmão, arrancou a meretriz da cama dele e ambos brigaram por isso, príncipe Aegon está com um olho machucado e isso serviu para alimentar aquele antigo burburinho envolvendo o nome de vocês dois. — Tília falou, eu respirei fundo olhando em volta e fiquei em pé de uma vez.