O nerd e o popular (𝐆𝐨𝐲𝐮𝐮)

Cap.6 part 1

𝙿𝚘𝚟. 𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞

Ontem, após sair da escola, encontrei Yuuji caminhando tranquilamente. Resolvi tomar coragem e chegar nele para lhe oferecer companhia, e foi a melhor decisão que eu já tomei na minha vida. Ainda não acredito que ele me deu um beijo na bochecha. Foi o melhor dia de todos, e eu ainda não consegui tirar o sorriso bobo da cara. Bom, hoje eu vou vê-lo de novo e, claro, que irei falar com ele. Não serei um babaca que ignora as pessoas. Chega de enrolar. Levantei da cama, que por incrível que pareça, hoje levantei antes do despertador tocar. Fui para o banheiro fazer minha higiene matinal e desci saltitante até a cozinha, encontrando minha mãe fazendo o café da manhã e meu pai sentado à mesa lendo seu jornal.

— Bom dia — disse sorridente, me sentando ao lado do meu pai. Os dois se olharam estranhando eu estar acordado tão cedo.

(Pai) — Bom dia, meu filho — disse ele ainda lendo seu jornal.

(Mãe) — Bom dia. Por acaso o rapaz viu algum passarinho para estar tão radiante assim? — perguntou minha mãe vindo me dar um beijo na bochecha.

— Talvez eu tenha visto ontem — disse, comendo um pedaço de panqueca que havia no meu prato.

Meus pais se olharam novamente e riram de mim por eu falar com um pedaço de panqueca na boca. Logo terminei meu café da manhã, corri para o banheiro para escovar meus dentes. Passei pela sala, peguei minha mochila que estava no sofá, dei tchau para meus pais e saí rumo à escola. Queria chegar cedo hoje para ver Yuuji. Entrei na escola e logo encontrei Maki, que pelo visto também resolveu chegar cedo hoje. Corri um pouquinho para alcançá-la, pois ela caminhava até seu armário.      — Bom dia, Maki! — disse chegando ao seu lado. Ela se virou e sorriu.

— Bom dia, Satoru. Resolvemos chegar cedo hoje então? — perguntou, olhando para o corredor que não tinha ninguém.

— Pelo que parece, sim — disse, também observando o corredor e logo avistando quem eu queria ver hoje. Uau, ele estava mais lindo do que já é, se é que isso seja possível.

Saí dizendo para Maki que voltaria logo e fui em direção a Yuuji. Mas antes de chegar perto o suficiente, meu sangue ferveu de raiva pelo que vi: um dos garotos do time de futebol empurrou Yuuji contra seu armário. O garoto acabou caindo no chão e seus livros que caíram da sua mão foram chutados para longe. Eu não aguentei e sai correndo partindo para cima dele, o empurrando com toda a força.

— Qual é o seu problema? Seu otário! Quer empurrar alguém? Empurra eu aqui então! Eu vou acabar com a tua raça — disse com ódio, olhando para o garoto que acabei derrubando com meu empurrão.

Ele me olhou assustado, mas logo começou a rir da minha cara. Quando eu iria partir pra cima dele, Yuuji apareceu na minha frente me segurando. Mesmo assim, eu tentei desviar dele e ir para cima do moleque mimado. Eu estava com muita raiva desse cara.

— Ei, Satoru, olha para mim. Não vale a pena — disse ele, segurando meu rosto e me encarando calmamente.

— Mas ele te derrubou, Yuuji. Isso não pode ficar assim. Ele não pode sair por aí fazendo essas coisas — disse eu, já um pouco mais calmo, olhando em seus olhos e segurando suas mãos que estavam em meu rosto.

— Hey, estou bem. Ele sempre faz isso, eu já estou acostumado. Está tudo bem — quando ele me disse isso, a raiva voltou com tudo. Nem ele nem ninguém me seguraria dessa vez.