prólogo 01

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Gustavo pov's

Chegou o grande dia, eu finalmente vou conhecer minha garotinha

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Chegou o grande dia, eu finalmente vou conhecer minha garotinha. Hoje inicia a melhor e mais desafiadora etapa das nossas vidas. Sim, nossas, eu e Celine estamos juntos a 3 anos e a 9 meses ela engravidou, estamos noivos mas ainda não nos casamos, resolvemos esperar a Maitê nascer pra que ela possa participar desse momento.

Acabamos de chegar na maternidade e a Celine está fazendo a ficha dela, ela disse que não quer parto normal, então é tudo mais burocrático pra fazer uma cesariana. Assim que ela terminou fomos encaminhados pro quarto dela.

- Estou ansiosa pra conhecer nossa menininha - Celine diz passando a mão pela barriga.

- Eu também mal posso esperar! - digo, mas nesse momento senti uma sensação ruim, acho que é coisa da minha cabeça.

Estávamos agora na sala de parto, em alguns minutos a Maitê estaria aqui conosco, não consigo mencionar o quanto estou nervoso, seguro a mão de Celine tentando passar confiança porque aparentemente, ela está tão nervosa quanto eu.

Depois de alguns minutos, um chorinho estridente preenche a sala e eu não consigo mais me segurar, estou em lágrimas quando Maitê é entregue a Celine, uau, eu sou pai! Sou pai daquela garotinha no colo da minha mulher.

- Pega ela meu amor - diz Celine chorando tanto quanto eu.

Dito isso eu a pego e agora tenho a coisa mais importante da minha vida nos braços, Celine nos olha sorrindo e com um brilho nos olhos. Estou concentrado na Maitê quando eu vejo Celine desmanchar o sorriso e ficar pálida, ela vai fechando os olhos e eu me desespero, até que a máquina que mede os batimentos cardíacos começar a apitar descontroladamente, começo a gritar pra que salvem ela, e a primeira reação deles é tentar me tirar da sala.

- Senhor por favor preciso que você saia da sala, vamos cuidar dela, vamos fazer o possível eu prometo - uma enfermeira diz me empurrando da sala.

- Escuta, ela não pode morrer, não pode me deixar sozinho com a Maitê, é o nosso sonho, essa criança em meus braços foi desejada e amada durante 9 meses por ela e por mim, então por favor, faz o possível e o impossível pra salvar a vida da minha mulher - falo em meio as lágrimas.

Se passaram horas e não tinha nenhuma notícia sobre a Celine, andava de um lado pro outro pelo quarto com a Maitê no colo, ela não pode morrer, não pode, não posso ficar sem ela, ela vai voltar pra casa, vamos ser uma família feliz não vamos?

Meus pensamentos são interrompidos por batidas na porta do quarto, assim que vejo que é o médico responsável pelo parto meu coração acelera.

- Gustavo preciso que vc entregue a Maitê pra enfermeira - ele diz e só aí fui perceber que tinha uma mulher de jaleco ao lado dele.

- Por que quer que eu entregue a minha filha? O que aconteceu lá dentro? Me fala pelo amor de Deus.

- Só entrega e eu explico tudo eu prometo - com contragosto entrego a Maitê para a enfermeira.

- Bom, vc sabe que a Celine passou mal assim que a Maitê nasceu, certo? - só concordo com a cabeça, não tô entendendo aonde ele quer chegar com isso.

- A Celine teve uma parada cardíaca, achamos que pode ter sido por causa de uma alergia da anestesia, ela não nos informou que tinha alergia a algum medicamento. Assim que vc saiu tentamos trazer ela de volta, fizemos de tudo, eu juro, não tínhamos mais o que fazer, ela infelizmente...

- NÃO, NÃO DIGA ISSO, não pode ser, você tá me dizendo que a mãe da minha filha não vai voltar pra esse quarto? Que ela não vai amamentar a Maitê pela primeira vez? Que ela não vai ver os primeiros passinhos, a primeira vez que falar mamãe?

- Olha Gustavo nós tentamos de tudo mas infelizmente não podemos fazer mais nada - é como se eu tivesse levado um tiro no peito.

Começo a chorar descontroladamente, eu a perdi, perdi a mulher que eu amava. Sento no chão no cantinho do quarto, não tenho forças pra me manter em pé. Assim que o médico sai do quarto, minha mãe entra e ao me ver nesse estado e não ver a Celine na cama, se desespera e vem ao meu lado.

- Meu filho, o que aconteceu? Por que a Celine não está aqui? Cadê a Maitê ela tá bem?

- Mãe... A Celine... Ela...se foi...- digo como um sussurro, ao ouvir minha mãe desaba também e se senta ao meu lado me dando colo, eu estava perdido, não ia conseguir sem ela, não dava.

- Filho, eu estou aqui, eu e seu pai, vamos te ajudar em tudo, estamos aqui pra você e pra Maitê.

Dois dias depois fomos embora pra casa, me mudei pra casa da minha mãe e agora ela me ajuda a cuidar da Maitê, eu amo minha menina, mas me dói pensar que era pra Celine estar com a gente agora.

Os meses passaram voando, os primeiros meses não vou negar que foram turbulentos e me deixaram de cabelo em pé, mas valeu a pena cada choro, cada dor que eu passei. Agora estou sentado no chão da minha casa, sim me mudei a cerca de dois meses, vendo a Maitê tentar ficar de pé, ela só engatinha por enquanto, mas com 9 meses consegue me deixar maluco.

Sem dúvidas essa garotinha foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, amo ela e daria a minha vida se fosse preciso. Ela já fala papai e incrivelmente mamãe também. E falando em mamãe, não me relacionei com ninguém desde que a Celine morreu, não consigo, e acho que não vou conseguir nunca mais, pra mim está de bom tamanho ter só a Maitê pra mandar em mim.

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