Não existe caô eterno

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POV Pedro

Eu estava finalmente voltando para São Paulo e confesso que nunca imaginei sentir saudades dessa cidade (Mas sei que não é só da cidade que sinto falta).

Doa: Caba, para de tremer essa porra dessa perna, vai furar o piso do avião.

- Mals...

Doa: Está tudo bem, Pedro?-Ele chega mais perto e olha pra mim

- Tá, caralho. É só uma dor de cabeça.

Eu não estava mentindo. Estou com uma dor que não passa. Tudo por causa de um incômodo que ando sentindo no peito, me deixando totalmente aflito e confesso que apesar de não ter, só quero voltar pra casa e minha rotina.
Ao chegar na cidade, a primeira coisa que fiz foi tentar ligar para Vic, que obviamente não atendeu como geralmente anda fazendo ultimamente, tirando meu juízo e me deixando paranóico pra caralho.
Ao chegar em casa, vi uma ambulância perto da porta e fiquei todo TrollFace de quebrada, mas nem olhei muito, porque só queria e pensava em reencontrar minha mulher.

- Aê viada, tenho uma novidade pra ti...... Hein?
Vem cá na sala me ver, Vic.-Olhei para um lado a outro- Preguiçosa da porra...
Decidi ir até o quarto e tomei um susto. Tinham umas coisas pelo chão e uma silhueta de suor extrondosa na cama. Ok, tem algo errado- Victória, aparece. Se mijou, foi?

Vou em direção ao banheiro, pois é o único cômodo que não olhei.

- Caralho, mano... Cadê essa vaca.

Tive um flash da ambulância na porta e corri as escadas tão rápido que tudo ficou preto e acabei caindo que nem um pedaço de merda no chão, mas estava tão no pique que nem senti nada, só um leve incômodo no tornozelo. Ao chegar no térreo, o carro da emergência já estava saindo do quarteirão, então acelerei mais e cheguei até ela em movimento, batendo na parte de trás desesperado.

Enfermeiro: Você é família dela?

- Abre, moço pelo amor de Deus.

Enfermeiro: Responde ou acelero.

Ouvi a respiração forte dela e acredito ser uma crise de ansiedade.

- Sou marido dela.

Ele desacelera, abre a porta da cabine e entro. Abracei ela e beijei os olhos, a bochecha, o queixo e boca, estou tão assustado.

- O que houve com a Vic?

Endermeiro: Não se sabe ainda, ao chegarmos lá, ela estava desmaiada no chão com esparmos, tudo caido e soada pra caramba, a cama toda encharcada... Eu acho..

- O que que você acha? Fala logo, moço, porra! Tô desesperado.

Enfermeiro: Levantar suspeitas não vai adiantar de nada, esquece isso e dê apoio a sua mulher, é o melhor que você faz e o que há no seu alcance agora.-Afundei meu rosto no pescoço dela para sentir seu cheiro e afastar a angústia que explodia em mim- Chegamos, peço que se afaste.

Me afastei e observei tudo meio aéreo. O que será que ela tem, mano. Estava tudo bem o tempo todo. Será que ela está grávida? Puta que pariu, espero que ela não esteja sentindo dor, de verdade.
Entrei no hospital um pouco depois, apressado para acompanhar a maca.

Menino: Orochinho, tira uma foto comigo?- Tava pronto pra empurrar o moleque que agarrou meu braço, quando virei e vi sua falta de pelos, a cabeça careca e a pele pálida

- Oi...-Me abaixei para ficar da altura dele- E você lá tem idade para me assistir, rapaz?- Ele sorri

Menino: Você me entende...-Sorriu- Estou com tanto medo, Pedro... Não quero voltar aqui nunca mais...

- Eu também estou com muito medo, mas vai ficar tudo bem com você, com a gente.-Tirei a foto rapidamente, mordendo a cabeça dele e rindo- Tchau, se cuida, garoto.-Dou um sorriso e corro atrás dela denovo

Quando percebo consigo voltar a acompanhar a maca, ela entra em uma sala e fecham a porta na minha cara. Bato insistentemente nela, mas só depois de um tempo um enfermeiro abre.

Enfermeiro: Senhor, é o seguinte, teremos que fazer uma bateria de exames, para enviá-la a ala cirúrgica o mais rápido possível. Aparentemente é grave.

- Me deixem ver ela, por favor.

Enfermeiro: Não será possível, a movimentação lá dentro está frenética. Recomendo que aproveite para ir em casa e pegar umas roupas, pois é improvável que ela saia ainda hoje.

- Meu deus.-Passo a mão no rosto enxugando suor

Enfermeiro: Pedro, faremos de tudo para você vê-la o mais rápido possível, tenha paciência. Agora vai pra casa e pega as coisas de vocês.

- Como você..-Ele me interrompe

Enfermeiro: Vai logo, Pisca.-Damos uma risada leve, mas inda tensa pela situação- Antes que pergunte, sou o Jojo.

- Muito obrigado, cara. Vou me adiantar aqui. Por favor, cuida bem dela, na moral.-Ele passa a mão no meu ombro para me confortar e saio as pressas pegando o primeiro táxi que aparece

POV Doa

Estava arrumando minha mala, quando ouço o celular notificar uma ligação. O Pedro me ligando? Ué...

- Oi Zé, qual foi?

Pedro: Carlos, é a Vic. Ela tá na ala de cirurgia lá... Tô fudido de cagado, não sei o que fazer, to tremendo pra caralho.

- Onde você está?

Pedro: Tô na casa dela, te mando o endereço.-Envio no mesmo instante

- Não desligue não. Tô indo pra aí, vai falando comigo.

Pedro: Certo...

- O que você está pensando?

Pedro: Nunca imaginei que isso iria acontecer...Nem sei que porra está acontecendo, mas não imaginei que aconteceria. Não denovo... Como não percebi? Ela já andava esquisita.

- Você acha que a culpa é sua?

Pedro: Sei lá, mano. É só que se eu me ligasse mais, conseguiria fazer se atentar... Ela sempre teve uma saúde fudida, mas nunca ligou...

- Já viu um sofrimento ou angústia que durou pra sempre?-Respira fundo

Pedro: Não...Eu acho.-Ri fraco

- Lembre disso, o tempo todo com essa fita na cabeça, hein? Não existe caô eterno, agora abre o portão pra mim na moral.-Ele abre e entro logo em seguida

Era nítido a angústia dele, chega doía em mim. Ajudei ele a arrumar as coisas e coloquei uma música pra não deixar ele ficar tão paia. Levei ele no hospital e fiquei o tempo todo lá esperando.

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ta acabano

da istrêla









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⏰ Última atualização: Apr 28 ⏰

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