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Marina

── Seu pai não ficou bravo? — Richard perguntou enquanto roubava uma batata minha. ── Ou você mentiu?

── Falei que ia em um encontro com um menino, não falei quem mas ele desconfia, né? — Respondi apoiando o rosto na mão.

── Então estamos em um encontro? Ora, tá justificado porque você tá tão linda, não que não seja nos outros dias. — Falou e eu dei risada.

── Deixa de ser tapado! Nunca vou te perdoar por você vir com uma camisa do Palmeiras, Ríos.

── Respeita o manto! Tem jogo sábado, vai ir comigo.

── Não sei se vou conseguir, tenho muita coisa para estudar.

── Não foi um convite. — Falou e eu o encarei.

── O que disse, machista possessivo tóxico tapado? — Ele deu risada.

── Para! Não custa nada, Marina, o conteúdo você recupera depois. É qual?

── Anatomia humana.

── Eu te ajudo, te dou meu corpo para você estudar. — Falou e eu o encarei.

── Isso foi duplo sentido, Richard Ríos?

── Claro que não, gatona.

── Você me estressa! — Falei negando com a cabeça e voltando a comer. ── Ok, eu vou.

── O Marina?

── Fala, tapado.

── Posso te perguntar uma coisa? É algo bem íntimo.

── Dependendo eu não vou te responder.

── Você já se apaixonou alguma vez?

Desviei o olhar e refleti em cima do seu questionamento. Eu já me apaixonei sim mas eu nunca nem tive coragem de contar para o menino por puro medo, foi na época do ensino médio, tinha uma menina chamada Luana que era linda e loira e ela também gostava dele, eu é que não ia arriscar competir.

── Já.

── E como foi?

── O nome dele é Eduardo e ele é o maior nerd da face da terra. — Contei rindo. ── Éramos amigos, sempre fazíamos dupla porque sempre tirávamos as maiores notas da sala. Só que eu nunca contei para ele o que eu sentia, até hoje ele não sabe!

── Por quê?

── Eu acho que por medo, tinha uma outra menina que eu me comparava muito com ela e ela também gostava dele. Não queria arriscar ser rejeitada!

── Sabe que nunca saberia se não tentasse, né?

── Eu sei sim! — Afirmei. ── Eles estão noivos hoje em dia, acho que lá no fundo a gente sente quando aquela pessoa não é para nós. Já sentiu isso?

── Te sendo sincero, não! — Falou negando com a cabeça.

── E como é que você entra em um relacionamento? Tipo, só sentimento não é a base de nada.

fútil, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora