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Marina

── Qualquer coisa me liga! — Richard falou escorado no carro e eu concordei com a cabeça.

── Relaxa, provavelmente vou acabar dormindo agora, tô bem cansada. — Falei colocando as duas mãos nos meus bolsos traseiros, o vendo desviar o olhar. ── Boa noite, Ríos!

── Vai mesmo entrar sem me dar um beijinho? Nem um? Pode ser selinho! — Dramatizou e eu dei risada.

Me aproximei e após grudar nossos corpos, selei nossos lábios sentindo seus braços rodearem minha cintura. Toda vez que fico com ele eu odeio a hora de dar tchau, todo tempo perto ainda é pouco. Gosto de quem eu sou perto dele e da sensação que ele me trás.

── Dorme bem, Ma! — Falou baixinho após separar.

Soltei um sorriso bobo e me afastei, me virei sem sequer o remover da minha cara justamente por não ter percebido que ali ele estava estampado. Entrei em casa e Abel estava com Ana na sala, até tentei passar despercebida mas não rolou.

── Marina! — Meu pai me chamou com um tom de repreensão e eu me virei, o encarando.

── Oi?

── Conta para ela, amor. — Ana falou e eu forcei para não rolar os olhos.

── Marina, eu vi você e o Richard.

── Pai, você já sabia! — Me defendi. ── Tá? Não é mais segredo para ninguém.

── Marina, o Richard é enrolado com a ex dele. — Ana falou e eu desviei o olhar. ── Não é a melhor opção para você.

── Tem mil caras por aí, filha, mas o Richard não! A Natália foi no último jogo dele e também estava no CT hoje, eles foram embora juntos.

Me senti desconfortável em saber disso, mas será que é verdade? Eu não quero que seja, mas e se for?

── Pergunta para o Endrick ou para o Joaquín, eles são seus amigos, eles não vão mentir para você! — Ana continuou com um tom sério e se levantou. ── Ninguém merece ser a outra, estou te avisando como mulher e não como madrasta. Não temos uma boa relação, mas você tem que saber disso!

Por que o diabo de saia esta sendo legal?

Concordei com a cabeça, pensando nas palavras que usaria mas não tem nada descritível em letras que transmita o quão magoada eu fiquei com essa situação. Eu fui boba ao ponto de me apaixonar por em dois meses. Parabéns, Marina!

── Ok, obrigado por me avisarem. — Falei tentando fingir estar bem. ── Vou subir e dormir.

Meu pai e Ana me encararam com pena e eu ignorei, subi as escadas e tomei um banho quente extremamente longo. Conforme a água caia no meu corpo eu refletia no que estava acontecendo na minha vida. Desde que ele chegou, tudo virou de ponta cabeça e eu tenho uma parcela de culpa por ter deixado ele entrar e ter me entregado tão fácil assim.

Preciso tirar essa história a limpo, mas não vai ser com ele.

Me sequei e vesti um pijama, em seguida liguei a vídeo para Duda que atendeu no segundo toque. 

── Fala, cachorra. — Falou com o cabelo em pé. ── Acabei de transar, sabia?

── Que bom para você, preciso da sua ajuda.

── Fala ai.

── Tá com o Joaco?

── Agora ele tá fazendo algo para a gente comer, filho da puta, me fez passar tanta raiva hoje só de ranço vou fazer ele lavar minhas calcinha. — Falou com seriedade e eu não aguentei, dando risada. ── Tá achando que é piada, piranha?

── Tá, meu pai disse que a ex do Richard estava no último jogo dele e que eles saíram juntos do CT hoje, e que o Endrick e o Joaco estão de testemunhas! — Falei transparecendo seriedade e Duda franziu o cenho.

── Ô cachorro? — Gritou alto e eu gargalhei.

── É assim que tu chama teu namorado, Maria Eduarda?

── Tem que ser, filha. — Falou e encarou para trás da câmera. ── Vem cá!

Piquerez apareceu e, ao me ver, me mandou o dedo do meio. Talvez para mim ele mentiria mas sei que para a Duda não.

── É verdade que a Natália tava no último jogo de vocês e foi embora com o Richard hoje? — Perguntou o encarando.

── Duda... — Resmungou. ── Isso não é assunto nosso!

── Envolve minha melhor amiga, acaba me envolvendo e se me envolve te envolve também. É verdade ou não?

── É. — Respondeu distante da câmera já. ── Ele disse que não reataram, Endrick chamou a atenção dele e chamou ela de cara de cachorro quando viu ela. Não sei se foram embora juntos, mas ela tava no CT hoje.

── Maravilha! — Suspirei. ── Obrigada, Duda.

── Porra, mas esse Richard também é um desgraçado, né? — Resmungou. ── Já sabe o que vai fazer em relação a isso?

── O que você acha que eu devo fazer?

── Chorar?

── Não! — Franzi o cenho. ── Sei lá, a gente não namora não foi legal descobrir isso.

── Você tá gostando dele!

── É... — Desviei o olhar. ── Eu acho que eu tô sim!

── Conversa com ele primeiro, tira a limpo essa história vocês dois. Não toma decisão de cabeça quente, eu sei que você tá pensando em só se afastar sem explicação.

Minha melhor amiga me conhece a esse ponto.

── Eu vou dormir agora, boa noite!

fútil, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora