07 - Steffano Romano

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Steffano Romano
Ir para casa deveria ser tranquilo, mas para piorar ainda mais a minha irritação depois daquela foda, descubro que Laura desceu do carro e foi até a escola de Vittorio sem segurança.
Isso jamais deveria ter acontecido, não me importa que algo tenha acontecido e a hora da saída dele estava se aproximando. Preciso que Laura esteja em segurança e nem sei porque preciso tanto disso.
Entro na garagem e já via Tommaso e os outros dois seguranças ali em prontidão, eles sabiam que a vida deles estavam por um fio, deixaram que meu filho e a sua bendita babá corressem algum perigo.
Sai do carro feito um raio, Enrico corre e tenta me segurar, mas me esquivei dele que já havia percebido minha irritação, apenas não conseguia dizer a ele e nem explicar a mim mesmo porque toda essa irritação, afinal quantas vezes as babás se atrasaram para buscar o meu filho na escola.
— Senhor, desculpe, mas a senhorita foi saindo do car… — O acerto no meio da cara.
Estava furioso, não fui piedoso e nem esperei que Tommaso pudesse explicar o que havia acontecido, acertava um golpe atrás do outro em uma fúria desmedida…
— Steffano se acalme, está passando dos limites… — Enrico diz tentando me segurar.
— Poderia ter acontecido algo com eles… — Digo furioso e só então percebo o quanto machuquei meu homem mais leal.
Tommaso é um dos homens que ajudaram a mim e ao meu irmão depois que passamos pelos treinamentos da inicialização, ele é onze anos mais velho do que sou e com a morte do meu pai tão prematura ele cuidou de mim e Enrico como um irmão mais velho.
Só poderia dar a ele a função de proteger o meu filho e sua babá. Ele é o homem mais leal e honrado que trabalha comigo e com Enrico.
Com a respiração ainda acelerada percebo o quanto havia machucado o homem que sempre cuidou bem de mim e todos da minha família.
Olho para Tommaso que ainda estava assustado com toda a minha reação, percebo que todos não estavam entendendo a minha atitude naquele momento, principalmente por conta de um atraso. Respiro fundo e me levanto do chão, deixando Tommaso ali todo ensanguentado.
Caminho apressado para o meu escritório, puxando o tecido da camisa que estava por dentro da calça no instante que entrei no escritório que estava com as luzes desligadas. Caminho até a garrafa de uísque e bebo direto da boca.
— Que porra foi aquela? — Sinto a mão de Enrico em meu ombro.
Ele me puxa e me viro em sua direção, mas o que poderia falar para o meu irmão, que bati no homem que praticamente nos ensinou tudo, porque estou com a porra do meu tesão retido e decidi não tocar na babá para não magoar meu filho?
— Apenas preocupação! — Digo irritado.
— Aquilo não foi apenas irritação Steffano, aquilo ali foi fúria e você nunca tratou Tommaso assim. — Ele diz.
Caminho até o sofá e sento com a garrafa na mão, sinto o olhar do meu irmão em cima de mim, então ouço a explosão de sua gargalhada.
Olho para ele despreocupado, sem entender o que ele estava querendo dizer. Na verdade, fingindo não entender.
— Isso será divertido de assistir, depois vá até Tommaso e peça desculpa a ele. — Olho para o meu irmão que ainda ria.
— O que será divertido, Enrico? — Pergunto o vendo saindo do escritório.
Ouço-o gargalhando da minha irritação, mas se meu irmão percebeu o que me irritou, será uma questão de tempo que essa morena que está em meus pensamentos perceba também.
Continuo ali no escritório até esvaziar a garrafa que estava em meu colo, fico frustrado para que aquela garrafa não tenha sido o suficiente para me apagar, mesmo sentindo um pouco o peso do álcool no meu corpo. Estava sentindo vergonha por ter que  assumir que fiz merda.
Mas tenho que pedir desculpas para o homem que nunca faltou com a verdade comigo ou meu irmão. Deixo a garrafa no chão e resolvo ir até a cozinha, provavelmente eles devem estar uma hora dessas por lá bebendo café ou algo do tipo.
Caminho meio tonto, mas consigo passar despercebido o que estava começando a ficar bêbado. Começo a ouvir vozes vindo da cozinha. Já havia bebido na boate o suficiente e ainda bebi toda uma garrafa de uísque.
— Não sou uma ótima cozinheira, mas pelo menos um café sei fazer… — A voz doce de Laura me faz parar.
— Não precisa se incomodar, senhorita Miller… — Ele para de falar e ouço a chaleira sendo enchida.
— Pelo menos para compensar o que aconteceu, se soubesse que isso te aconteceria não teria saído do carro. — A ouço suspirar. — Apenas não queria que ele se sentisse esquecido!
Só agora entendo que o que aconteceu foi uma escolha dela para proteger meu filho, não de alguém mais apenas protegendo os seus sentimentos.
Droga, agi por impulso e machuquei o homem que tenho tanto respeito. A culpa começa a me corroer.
— Não se preocupe com isso, senhorita, pode tomar o seu café e ir descansar! — Ouço Tommaso sendo gentil.
Queria poder entrar, mas tenho certeza que se a ver agora todos perceberam a minha atração pela babá de Vittorio. Encosto as costas na parede e fico ouvindo a conversa deles sobre como foi a sessão de cinema que ela organizou para Vittorio.
— Ele dormiu lá na cama, vim apenas para beber um copo de água e o levarei para o quarto. — Ela diz.
Não a deixarei que o carregue, meu filho é pesado para os seus seis anos, uma das crianças mais altas de sua classe. O que herdou de mim, Vittorio deverá ser tão alto quanto sou, ele se parece bastante comigo com o seu rosto começando a ficar ainda mais semelhante.
Começo a caminhar em direção à cozinha e vejo que todos os meus homens se assustam e ficam em pé olhando de mim para a Laura que se manteve sentada na baqueta com o copo entre seus lábios e a porra do pensamento dela me chupando invade a minha cabeça, assim como uma ereção sutil começa.
— Pare de medo, Tommaso. — Digo e me aproximo do homem.
Vi que ele estava com muitos machucados pelo rosto, alguns foi preciso levar pontos, por tão grandes que estavam, aquilo me deixa ainda mais chateado comigo mesmo.
— Me desculpa pelo que houve, agi por impulso e não consegui esperar pela sua explicação… — Digo resignado.
— Chefe o conheço desde sempre e não será um soquinhos fracos como esse que vão fazer mudar a minha lealdade, Enrico já me disse o que está suspeitando. — Estreito os olhos e viro em direção à saída.
— Vou matá-lo! — Digo irritado.
— Bom, então precisa ser rápido, ele avisou que não dormiria essa noite na mansão. — Ouço a voz de Laura.
— Onde ele foi? — Olho para os três que estavam ali na cozinha.
— Bom, para mim ele não disse, agora se me derem licença terminarei de cuidar de Vittorio. — Ela diz limpando o copo que havia bebido água. — Tommaso, mais uma vez, me perdoe por causa dessa…
Olho para Tommaso que parecia emudecido, com a forma como Laura estava gesticulando para o rosto de meu soldado, fico sem reação e o vejo apenas acenando com a cabeça e a vemos partir.
— Posso ser sincero com o senhor, pela nossa amizade fora da vida a qual nascemos para trilhar? — Ele me pergunta.
Olhamos para o outro soldado que some da cozinha tão rápido que mal conseguimos ver por ele saiu.
— Claro, mas acho que já sei o que é! — Digo e me apoio no balcão.
— Creio que ela não é uma mulher fácil para uma conquista, parecer ser mais machucada do que deixa transparecer. — Ele diz.
— Tenho tempo e paciência, em algum momento ela vai ceder… — Digo confiante. — Vou lá subir para levar Vittorio para o quarto.
Saio da cozinha e vou até a grande sala de cinema que tenho e minha mansão, é um cômodo grande, há uma grande cama no fundo, e descendo colocamos várias poltronas, deixando com mais aspecto de cinema.
Olho para ela tentando acordar Vittorio que já estava de pijama enrolado em seu cobertor. Sinto o meu pau começando a crescer vendo a bunda arredondada e empinada para cima enquanto ela tenta puxá-lo para o seu colo.
Me aproximo por trás e encosto minha perna na sua bunda, o que faz sentir ainda mais desejo por ela.
Porra de mulher gostosa…
— Deixe que o levo, mas estou um pouco tonto… — Confesso.
— Melhor deixar que o leve, não quero que ele caia certo? — Ela diz desconfiada.
— Bobagem, ainda dou conta do meu filho, apenas abra as per…digo, portas. — Sinto a minha bochecha arder assim como a dela parecer ficar rosa.
Se não fosse a penumbra com certeza iria ver o rosto dela ainda melhor.
— Tudo bem. — Ela diz e sai de cima da cama me deixando pegar o meu filho.
Com Vittorio no colo consigo levá-lo para o quarto e colocá-lo na cama, sento no borda e vejo Laura arrumando o que não conseguiria. Olho para o quarto que começa a rodar e só então percebo que não vou conseguir chegar até o meu quarto.
— Precisa de ajuda? — Ela me pergunta.
— Claro que não, estou bem… — Digo e caio de costas.
— Ei, não dorme… — Ela disse.
Com dificuldade Laura consegue me pôr de pé e vou me apoiando pelas paredes até chegar ao meu quarto, estava com a mente tão desligada que apago quando caio na cama.

SEDUÇÃO EM VERONAOnde histórias criam vida. Descubra agora