SEDUÇÃO EM VERONA

11 - Steffano Romano

Steffano Romano

Que porra foi essa que acabou de acontecer?

É o que estou me perguntando há pelo menos cinco minutos enquanto espero a secretária de Vicenzo tenta encontrá-lo na hípica, a mulher parecia nervosa em me ver por ali e não é à toa.

Só venho aqui para usar um espaço muito específico que Vicenzo mantém, até que possa arrumar um melhor para mim. Depois da invasão da minha casa há dois anos, me desfiz de muitas propriedades por não querer que Vittorio tivesse lembranças daquela noite.

Mas sei que ele ainda tem pesadelos, suas babás sempre comentavam que ele às vezes acordava chorando as madrugadas. Olho novamente para o meu relógio e já estava a mais de vinte e cinco minutos ali esperando por ele.

Me ergo do sofá e fecho o meu terno irritado, olho para a secretária que ainda parecia estar assustada com alguma coisa.

— Assim que ele aparecer por aqui, avise que estarei à sua procura, estarei na arena observando o meu filho!

Digo irritado, uma vez que ele está em meu território, então aqui ele deve responder sempre ao meu chamado, isso já é mais que o suficiente para me irritar.

— Senhor? — Tommaso se põe ao meu lado.

— Vamos para arena, Vicenzo não está aqui! — Digo e caminhamos para fora do escritório dele.

De onde estávamos ir para a arena não era uma longa caminhada, podia ver de longe a área cercada onde as crianças treinavam com seus cavalos, procuro pelo cavalo árabe que comprei ainda quando era um pônei para meu filho.

Tommaso aponta para um canto afastado e vejo Vittorio e seu cavalo, trotando lentamente. Seu instrutor estava segurando as rédeas para manter o cavalo sob controle. Sorrio ao ver a felicidade de meu filho.

Não sei por quanto tempo meu filho ainda conseguirá ser feliz, em pouco tempo terá a sua iniciação e que será um momento muito difícil e doloroso para ele. Para mim foi terrível, passei dias sem falar depois de tudo o que fui obrigado a fazer, nem mesmo com a minha mãe consegui me abrir.

Depois daquela noite em que meu pai me levou para ver como era uma tortura, vi o homem perder dedos, dentes, o seu pau foi decepado, costelas fraturadas, recebeu várias punhaladas. Ver aquilo me tornou um menino calado, desconfiado e muito irritadiço.

— Senhor, ali! — A voz de Tommaso me tira dos devaneios do meu passado.

Olho ao longe e vejo Vicenzo sentado ao lado de Laura e a sua mão ia em direção ao seu ombro. Sinto minha respiração se acelerando e caminho rápido em direção ao idiota que perderá a mão caso toque na mulher que ainda terei o prazer de tê-la em minha cama.

Caminho mais rápido bufando sem entender o motivo da minha reação, ela é apenas a babá do meu filho e não posso ter mais do que uma foda e logo em seguida precisarei demiti-la, para não acreditar que terá algo comigo.

Chego próximo deles assim que vejo a mão de Vicenzo é torcida pela babá do meu filho. A vejo se defender do idiota que terei o prazer de arrancar pedaços pequenos de sua mão por tocá-la.

— Não pense que estou interessada em ter algum relacionamento ou uma foda que seja! — Paro de andar surpreendido.

— Sua vadia, não sabe com quem está falando... — Vejo-a apertando ainda mais os tendões da mão do idiota.

— Pode ser até o demônio, mas vou te contar um segredo. — Ela se aproxima dele e sustenta o seu olhar. — Adoro expurgar demônio da terra e os enviar para o inferno novamente.