CAPÍTULO 02

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Frustração, raiva, medo. Eram os sentimentos que pairavam sobre o jogador. Já não era mais tão novo como antes, e já havia sofrido outras lesões. Mas agora, próximo aos trinta anos? Tornava tudo pior. Travis sempre se cobrou demais, sempre quis dar cento e dez por cento de si mesmo, e qualquer coisa inferior a isso, para ele, era o mesmo que nada.

Estava tão frustrado que acabou arremessando o próprio celular na parede, se arrependendo logo em seguida pois. 1- não teria ninguém para pegar, já que a loira irritadinha ‐ como escolheu carinhosamente chamar - já havia saído.  E 2- Pela força com a qual arremessou, duvidava que seu aparelho fosse dar sinal de vida novamente.

Tombou a cabeça completamente para trás,  encarando o teto. Não fazia ideia de que horas eram, se o jogo já havia acabado, nem ao menos sabia como iria retornar para casa.

— Mas que barulheira foi essa, meu velho? – direcionou seu olhar para a porta, se deparando com um Patrick de shorts folgados, cabelo molhado e toalha ao redor do pescoço. — E por que a Swift passou por mim toda irritada? O que você fez, ein Travis?

O rapaz franziu o cenho, juntando as duas sobrancelhas, encarando o quarterback com semblante de quem estava notoriamente ofendido.

— Eu não fiz nada, ela que não tem senso de humor – Deu de ombros e apontou pro celular no chão, em um pedido silencioso para o amigo pegar.

Patrick apenas revirou os olhos, não iria discutir. Se agachou apenas o suficiente para pegar o que restou do celular do seu melhor amigo no chão. Observando o fundo quebrado e a tela meio solta, piscando.

— Não acho uma boa ideia você tentar mexer nisso aqui não, virou uma bomba relógio. – Jogou o aparelho no ar, fazendo com o que o homem mais velho se esticasse para pegar, recebendo um olhar fulminante como resposta. — Estava apenas testando seus reflexos!

O quarterback ficou pelo menos mais uma hora fazendo companhia para o homem, o atualizando sobre o jogo. Infelizmente haviam perdido, mas era só o primeiro jogo, ainda teria muito pela frente.

Kelce foi levado para casa pelo próprio Mahomes que se comprometeu a levá-lo. Mas quando chegou em casa quem iria lhe fazer companhia pelos primeiros dias, já que não poderia inicialmente de forma alguma colocar o pé no chão, seria Ross, um amigo de longa data.





[...]




— Estou lhe dizendo Blake, ele é um cretino! – falava notoriamente irritada no viva voz , o celular apoiado no balcão de mármore enquanto fazia seu próprio jantar: um macarrão ao molho branco, algo simples mas saboroso.

— Só porque ele te chamou de loira? – a mulher do outro lado da linha tentou disfarçar os risos no final da fala.

— Não é pelo que ele falou, mas como ele falou! Com aquela voz de taquara rachada irritante, aquela soberba no jeito de falar como se ele fosse o rei do mundo, urgh, e aquele olhar? Aí ele acha que é quem? – Fazia tudo com muita raiva, como se fosse fazer um buraco na panela.

A mais velha não segurou o riso e começou a gargalhar no telefone, fazendo com que a fisioterapeuta se irritasse ainda mais.

— Do que você está rindo, sua besta? Isso não tem graça, eu vou ter que conviver bastante com ele pelas próximas semanas e vou ter que ser legal. Isso não é engraçado.  Vai ser horrível.

— Ah sim, claro, porque conviver com o gostoso do Travis Kelce deve ser o pior castigo do mundo – respondeu com sarcasmo, podia imaginar perfeitamente o olhar descrente da melhor amiga com sua fala, e estava certa, Taylor encontrava-se mesmo descrente com o que acabará de ouvir.

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