CAPÍTULO 03

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A faixada da casa era enorme, uma entrada rústica com uma varanda espaçosa. Era início de outono, então não havia muitas folhas na árvore. 

Roía as unhas semelhantes a uma criança ansiosa, a ponta dos dedos da mão esquerda batiam repetidamente na porta do carro, próximo a maçaneta. Será que o clima irá de fato permanecer amargo entre eles ou será que Deus ia ser bom demais com ela e os fortes remédios que o Tight-End fazia uso no dia anterior iriam fazê-lo esquecer da forma que se conheceram? Torcia muito para que a segunda opção fosse a realidade.

Despertou de seu pequeno devaneio quando duas batidas foram dadas na porta de seu carro, fazendo com que a mulher olhasse na tentativa de descobrir quem era. Um homem alto, tinha pelo menos mais de 1,95 de altura. A barba estava bem feita, trajando um conjunto de moletom marrom juntamente a um boné da mesma cor. Abriu um sorriso forçado e meio tímido, igualzinha a uma criança sendo “pega no flagra”.

— Você deve ser… A fisioterapeuta, sim? – O homem a questionou, erguendo a mão direita para cumprimentá-la assim que a mulher saiu do carro.

— Isso mesmo, meu nome é Taylor. Prazer em te conhecer… – ergueu uma sobrancelha, aguardando que o rapaz se apresentasse.

— Ross! Sou amigo do Travis, estarei nesses primeiros dias fazendo companhia para ele… Precisa de ajuda? – apontou para as várias sacolas que a mulher carregava. 

— Ah, não! Fique tranquilo, são apenas alguns aparelhos. Já vou deixá-los aqui, inclusive. – Deu de ombros, bom, se Travis era tão irritante, seu amigo ao menos era agradável, a loira pensou.

— Olha eu estou indo fazer umas compras e resolver umas questões de trabalho, ele está na sala… Ah, e não repara muito no mau humor. Travis está um tanto irritado com essa lesão, era algo que mexeu mesmo com ele, estava empolgado com a temporada.

— Oh sim, eu entendo perfeitamente. Eu estou aqui para dar meu melhor nessa recuperação. Acho que se tudo der certo, ele estará melhor em breve. – Falou confiante.

— Bom, eu vou indo… E boa sorte!

Apenas sorriu cordialmente para a figura masculina, suspirou e encarou a porta. Tocou a campainha, e logo tomou um susto com a voz já familiar no interfone.

— Eu já tô te vendo a meia hora conversando com o Ross aí na frente, loira. Pode entrar. – revirou os olhos, xingando-o mentalmente — Sabia que é feio revirar os olhos pros outros?

Urgh. – resmungou baixinho, abrindo a porta.

Okay, a casa do jogador não era nada parecida com o que havia imaginado. As paredes eram no tom de um branco perolado, o chão de madeira passava um ar rústico, semelhante ao exterior. A cozinha americana tinha uma enorme bancada de mármore que casava perfeitamente com o tom da parede. Uma sensação estranha de lar inundou seu peito, que estranho, pensou. Conseguia ter a visão perfeita de Travis no enorme sofá, de costas para o pequeno corredor de entrada o qual a loira se encontrava. Olhou para o lado e tinha um cabideiro de entrada, aproveitou para retirar seu sobretudo e estendê-lo ali.

A loira trajava uma calça preta, juntamente a uma camisa de gola alta da mesma cor. Não tinha quase nenhuma maquiagem no rosto e os lábios rosados cobertos apenas pelo hidratante labial.

— Bom dia, senhor Kelce. – Se aproximou, após deixar as sacolas próximo ao sofá, ficando de frente para o homem e estendendo a mão.

— Bom dia, loira. Tá mais educada hoje. – comentou irônico, contendo o sorriso quando viu a mulher mordiscar o lábio inferior, notoriamente contendo uma resposta. — E não precisa me chamar de senhor, Travis está ótimo. 

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