CAPÍTULO 11

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Estava de pé em frente a porta do tight-end,  já estava ali há pelo menos três minutos, tinha que bater na porta, ou tocar a campainha, qualquer coisa. Mas estava imobilizada. Havia refletido sobre o que Blake lhe dissera naquela ligação, passou o resto da manhã pensando sobre aquilo. E se ela não amava mesmo Joe? E se todo aquele amor virou mesmo apenas gratidão?

Guiou a destra para dar uma batida na porta, mas antes mesmo que sua mão tocasse a madeira a porta fora aberta. Eles sequer tinham notado a figura loira ali presente, a mulher em sua frente era relativamente bonita, não podia negar. A morena se pendurava no pescoço do tight-end enquanto ele a abraçava pela cintura, eles estavam dando um selinho de despedida. Sentiu nojo com a cena.

— Eu estava com saudades – A tal mulher disse para o homem ao se afastarem, ambos notando a fisioterapeuta — Ah, oi! Você deve ser a fisioterapeuta, sim? Eu sou a Kayla – estendeu a mão de forma amigável para Taylor, a loira estava tão inerte que apenas encarou a mão estendida em sua direção, sem ao menos sequer mover um único músculo para retribuir o gesto amigável — Okay. Eu já estou indo. Tchau baby, a gente se vê por aí.

A mulher de estatura média passou pela loira, tombando levemente o ombro ao seu, fazendo Swift tombar para o lado, ainda surpresa com a cena que tivera o desprazer de presenciar.

— Taylor? – A voz do atleta chamou a atenção, a porta aberta aguardando que ela entrasse. Não disse absolutamente nada, apenas adentrou a residência, se direcionando para a sala, sendo seguida pelo mesmo que ainda mancava tendo a muleta como apoio — A Kayla é uma amiga.

— Eu não perguntei – Foi rápida na resposta, uma pouco mais ríspida do que o habitual.

Wow, isso foi um golpe certeiro. O tight-end ficou sem saber o que dizer, apenas balançou a cabeça positivamente, como se estivesse concordando com o que a loira disse.

Em completo silêncio, ele se sentou no sofá tirando a tornozeleira que estava imobilizando seu pé, na medida em que Taylor ligava os aparelhos. Iriam começar com uma sessão de ultrassom para depois dar início aos exercícios de mobilidade. Quando a mulher começou a passar o aparelho com o gel gelado, o jogador resmungou, recebendo um olhar mortal. Ele apenas revirou os olhos em respostas e continuou calado, estavam em silêncio a tempo demais.

— Ela é uma amiga, a gente se relacionou no passado mas não deu certo então mantemos uma amizade – ele continuou o assunto.

— Então você beija todas as suas amizades na boca? – ela questionou o encarando e erguendo as sobrancelhas.

— Olha ela chegou na festa, uma coisa acabou levando a outra e-

— Travis, não perguntei nada, você não tem porque me contar nada – pontuou, ainda passando o aparelho com calma. Seus movimentos com as mãos não transmitiam a intensidade de suas palavras — Eu estou pouco me fodendo para isso.

— É porque ontem eu e você-

Novamente fora interrompido.

— Eu e você o que, Travis? – franziu a testa,  fingindo estar confusa — Não teve nenhum eu e você, eu disputei drinks com Patrick e logo depois Ross me deixou em casa, aconteceu mais alguma coisa? – questionou.

— Não, nada! – respondeu de forma igualmente ríspida, entendeu o que a mulher estava fazendo.

Ódio, porque sentiu tanto asco ao ver o atleta em meio aos beijos com aquela mulher? E por que estava internamente se comparando com ela?

Em contrapartida, o tight-end a encarava com certa raiva. Mas raiva por quê? Não conseguia sequer justificar seus sentimentos. Observava Taylor passando o ultrassom pelo seu tornozelo, atento a cada mínimo movimento. E quando ela finalizou, ele apenas as estendeu o papel toalha em sua direção para ajudá-la na retirada do gel. Silêncio.

Ergueu as orbes azuis se deparando com os esverdeados que a encaravam, engoliu em seco. Queria socar ele no estômago para descontar sua raiva. Como ele podia quase tê-la beijado no dia anterior e hoje estar com uma sirigaita qualquer em sua casa? Céus por quê isso a estava tirando do sério mesmo?

— Vou começar a realizar movimentos para cima e para baixo e quando eu pedir você vai empurrar com força – engoliu em seco ao perceber a dualidade das suas palavras — No caso, você vai forçar seu pé contra minha mão, até o limite. Quando você sentir incômodo, você vai parar. Pode ser?

O tight-end apenas acenou positivamente, demonstrando compreensão com as instruções que lhe foram passadas. Fez exatamente como a profissional solicitou, parando ao chegar ao seu limite.

— Isso, muito bem. Vamos de novo – pediu, sendo prontamente atendida — Tenta forçar um pouco mais.

— Você quer que eu empurre com mais força? – ele questionou sugestivamente, um sorriso sacana fora formado em seus lábios.

— Acho que mais força seria bom, assim vamos ver seu real limite – respondeu sem sequer notar a brincadeira do atleta, franzindo o cenho quando decidiu encará-lo, e quando entendeu a brincadeira de duplo sentido, o encarou de forma mortífera — Você é nojento.

— Eu estava apenas brincando, não precisa levar para o coração – Devolveu, ainda contendo o riso com o semblante nada amigável da mulher.

Ela ficou de pé, ajustando a camiseta babylook preta no corpo, trajava também uma causa jeans de lavagem clara. Estava deveras casual, os fios loiros estavam soltos meio ondulados e a maquiagem era quase nula, se sentia normal. Mas para o jogador aquela visão era de outro nível, a forma como a luz solar brilhava na pele alva e como seus azuis refletiam uma certa ira, aquilo com certeza seria facilmente o motivo de seu colapso.

Seguiu até a mochila que havia trazido com cigarette, tirando uma faixa elástica de cor vermelha.

— Você vai apoiar a ponta do pé e vai segurar a faixa, forçar para frente. Vou pedir que você faça isso pelo menos três vezes ao dia, quanto mais forçamos o tornozelo, mais rápido irá recuperar – entregou a faixa para o tight-end, observando se ele iria fazer da forma correta.

O resto daquela tarde seguiu sem trocas de farpas, pouco antes das 06:00 PM Swift recolheu suas coisas, prontas para ir embora. O atleta ficou de pé, a acompanhando até a porta.

— Então… A sessão foi ótima, acha que em breve vou poder voltar aos treinos? – questionou se apoiando no batente. da porta.

— Acho que talvez, só talvez, em duas ou três semanas eu te libere para os treinos – Falou, segurando o sorriso que quis brotar em seus lábios ao notar o semblante empolgado do atleta — Mais alguma coisa?

— Não – ele ponderou — Na verdade…

— Sim? – franziu o cenho, os braços cruzados na altura do peito.

— Você realmente não se lembra de nada? – ele questionou e antes que a mulher respondesse, prosseguiu — Okay, não aconteceu nada de fato mas…

— Travis – ela respirou fundo — Não tem nada mesmo o que lembrar, eu estava bebendo, não leve nada daquilo em consideração.

Ele apenas acenou positivamente, observando ela entrar no carro e partir. Talvez fosse mesmo o melhor que nada tivesse sequer cogitado em acontecer.

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