CAPÍTULO 12

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Talvez conversar com Kayla naquela festa não tenha sido a decisão mais inteligente que tomou, e tampouco levá-la para a sua casa foi algo sensato a se fazer. E dormir com ela pensando naquela maldita loira com certeza não estava na lista de coisas decentes que ele já havia feito. Estava agora jogado na cama de um dos quartos de hóspedes, não estava subindo escadas para não forçar o tornozelo. Encarava o teto, pensativo.

Não podia negar o quão frustrante havia sido acordar na manhã seguinte e se recordar de que tudo que desfrutou da noite anterior havia sido fruto de sua imaginação. Entretanto não iria ser um completo babaca com Kayla. Apesar do término não ter acontecido da melhor forma no passado, hoje em dia mantinham uma relação amigável – acabavam em meio aos lençóis com juras de melhora. Porém dessa vez foi diferente, não houve juras, ao menos não da parte dele, não houve promessas, talvez porque internamente o tight-end já não estava tão encantado pela mulher.

Não tinha mesmo se organizado mentalmente sobre a chegada de Taylor em sua casa, nem que ela encontraria a morena. Tentou de todas as formas sutilmente expulsar a mulher de sua residência antes da terapeuta chegar, e pensou que havia concluído sua pequena missão com sucesso até vislumbrar os azulados o encarando de forma confusa e - ele se arriscava dizer - até um pouco decepcionado, um olhar vazio, diferente de todos os outros que ela já havia direcionado para ele. Isso o matou um pouco por dentro.

Por que as últimas palavras de Taylor sobre a noite anterior ecoavam em sua mente? não leve nada daquilo em consideração , rondava seus pensamentos mais profundos. 

— Boa noite campeão – escutou Ross gritar da sala, a contragosto se levantou, ajustando a muleta no braço, caminhando pelo corredor até a sala — Fiz umas compras no mercado para você, encontrei a Taylor pela estrada, como foi a sessão? 

— Ela viu a Kayla.

— O quê?

— A Taylor, encontrou a Kayla quando estava chegando – comentou enquanto tirava as coisas das sacolas apoiadas no mármore da cozinha.

— E o que raios a Kayla estava fazendo aqui? – questionou confuso, Travis na noite anterior havia pedido para ele levar Taylor em segurança para casa e que ele iria se virar para voltar para sua própria residência — Não me diga que vocês… Ah não, vocês voltaram?

— Não! – foi rápido na resposta — Uma coisa acabou levando a outra e acabamos aqui em casa, não foi nada demais.

— E ela sabe que não foi nada demais? – ergueu as sobrancelhas — Você sabe como a Kayla é, daqui a dois dias ela já vai estar aqui no seu pé de novo – pontuou, balançando a cabeça negativamente. 

— Acredite, esse seria o menor dos meus problemas – resmungou, passando a mão no rosto. 











— Eu. Odeio. Ele. – socava repetidamente o saco de pancadas em sua frente, como se aquilo pudesse descontar toda sua raiva. 

Já se passavam das oito horas da noite, estava na academia do estádio, na qual os atletas costumam fazer uso antes e depois dos treinos. Fazia o uso de uma short saia lilás, um top da mesma cor, estava descalça. As luvas de boxes eram pretas, pegou o menor par que encontrou e ainda assim ficaram grandes em suas mãos. 

— Idiota, cafajesteimbe, nojento.

Socava o saco de pancadas repetidamente, como se toda a sua raiva e frustração pudessem ser depositadas ali. Recebeu mensagem de Joe no celular, comunicando que iria fazer uma viagem para alguma cidade no interior da Inglaterra – a qual a fisioterapeuta sequer se deu ao trabalho de decorar o nome – e que possivelmente ficaria sem internet. Tudo bem. 

The Last Great American Dynasty Onde histórias criam vida. Descubra agora