15

2 0 0
                                    

Max levantou com o corpo dolorido de um sono mal dormido, ainda era de madrugada, quando ele ouviu um barulho do lado de fora, foi para a luz da noite, com o vento frio percorrendo seu peitoral descoberto, e sentiu uma presença.

Max: se eu quisesse te matar teria feito quando você entrou a dois minutos atrás.

Max se assustou com Morana parada atrás dele, pois quando olhou para ela, seus olhos ainda eram pretos. Ela usava uma camisola branca de panos leves e quase transparente. Ele decidiu ficar de costas, sem contato visual com ela, ele não tinha muito o que perder se ela tinha decidido ir ali matar ele. Ele só aceitaria o seu destino.

Morana: e se eu quisesse te matar teria feito encima daquela pedra de mármore.

Max não conteve o gelo no coração e virou de costas, olhou para ela e seus olhos tinham voltado.

Max: você ouviu tudo?

Morana: cada palavra.

Max: Morana eu...

Morana: por que não me disse antes?

Max: eu...

Morana: por que me deixou pensar que você escolheu me ver sofrer? Por que me deixou pensar que tudo foi escolha sua? Por me deixou criar tanta raiva de você?

Max: eu não sei.

Morana: não teve uma noite que eu não pensei em matar você naquele submundo...

Max foi abaixando a cabeça e voltado para dentro, notou que nada iria tirar o ódio dela por ele, ficou magoado e foi voltando para dentro enquanto ela continuou falando, e ele já estava distante atrás dela.

Morana: e toda vez que eu pensava em te matar, eu me odiava profundamente pois sabia que te amava demais pra fazer isso.

E então ele parou e a olhou de costas.

Morana: e quando eu vi você, quando eu tentei matar você e eu não consegui, eu entendi que nada tinha mudado, que meu ódio ainda era menor do que o amor que eu sinto, e que teria que conviver com esse amor, essa paixão por você pra sempre.

Parecia que toneladas tinham sido tiradas das costas dele. Parecia que a corda que vivia enforcando ele foi cortada, parecia que o arame farpado que tinha envolta do coração dele foi retirado.

Max: Morana...

Morana não disse mais nada, apenas ficou ali parada de costas, sem movimento, mas muito sentimento, um turbilhão deles na cabeça dela que só pararam quando ela sentiu a mão quente dele tocar sua mão. E com a outra ele foi deslisando a cintura dela, a puxando para o corpo dele, e então ele a abraçou de costas, abaixou até o pescoço dela. E as sensação boa do corpo quente dele no corpo frio dela, trouxe, depois de mil anos, conforto ao coração dela.

Max: vem...fica comigo, fica comigo essa noite, fica comigo pra sempre.

Morana foi virando de frente para ele, que nunca mais queria soltar ela pra nada, olhava a delicada mulher em seus braços e não podia conter seu corpo.

Morana: eu sempre fui sua Max. Sempre.

Max foi passando as mão no pescoço até segurar o rosto dela, Morana levantou os pés e finalmente os lábios dos dois se tocaram, ela segurava no ombro dele, e algumas lagrimas escorriam nos olhos dela. O brilho da noite parecia a deixar ainda mais bonita, o coração de Max nunca sentiu tanta felicidade e sem desfazer o beijo, ele a pagou no colo, Morana passou as pernas envolta da cintura dele e Max foi caminhando com ela no colo de volta para cama.
Ele se sentou, passando as mãos por todo corpo de Morana, e ela aproveitava as sensação boas que o toque dele trazia, as mãos dele subiram pelas costas e parou na gigantesca cicatriz e deformidade nas costas dela.
O beijo parou e os dois se olharam profundamente, o amor entre eles movimentava a energia do universo, as coisas estavam mudando pela intensidade que o amor deles tinham, a chama azul, sentiu que algo tinha mudado.

Max: queria pegar e passar para mim.

Morana: não...não queria não.

Max: o que você sofreu no corpo, eu sofri na alma...nunca mais iram nos separar.

Morana: nunca é muito tempo...

Max: nem que eu morra, nem que eu morra Morana.

Morana: eu, eu perdoou você.

Max sorriu mais uma vez e beijou Morana com força, a deitou na cama ficando por cima dela, visualizou a imagem de seu corpo nu, ainda sem jeito, o olhando com receio.

Max: você é tão perfeita. Da até receio de te machucar.

Em um movimento rápido Morana virou por cima dele, as mechas pretas de seu cabelo acariciavam seu rosto surpreso com o movimento dela.

Morana: medo de me machucar? Você está desperdiçando meu tempo assim, todos esses anos ouvindo apenas o som da minha respiração e o chão frio daquele lugar.

Morana falava passando a mão sobre o peitoral de Max, circulando os músculos com suas unhas e o fazendo ficar arrepiada.

Morana: e você está com medo de liberar todo os anos sedentos que você pensou em mim?

Max: como sabe disso?

Morana: seus sonhos. Eu sempre estive neles.

Max foi virando ela, segurou seu pescoço e começou a quebrar as correntes de todo pudor.

Max: então sabe todas as vontades perversas e indecentes que eu quero fazer com você?

Morana sorriu, e relaxou o corpo cansado de preocupações e pensamentos negativos, naquela noite ela seria toda dele. Fechou os olhos e foi sentindo os beijos de Max percorrerem seu pescoço, depois seu ombro, o coração dela começou a ficar acelerado, a língua áspera dele, o clima romântico de conciliação foi ficando pra trás.
Max tinha pensado nesse momento durante mil noites, e não esqueceria nenhuma vontade dele.

Max: isso vai ser melhor do que eu estava imaginando.

Morana: o que?

Morana não ouviu direito, estava delirando de prazer nos braços fortes de Max, que não parava de investir no momento com ela.

Max: relaxa.

Naquela noite foi consumado o amor de cada um, anos de amor reprimido e uma noite nunca seria o suficiente. 

Mesmo sendo felizes, a morte ainda existia no caminho dos dois.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

MORANAOnde histórias criam vida. Descubra agora