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Nathaniel tinha sete anos quando conheceu Kevin e Riko.
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— Nathaniel, ande logo porque já estamos atrasados. — Mary passou pelo corredor, parando na porta do quarto e vendo se Nathaniel já tinha se arrumado, não esperou uma resposta do filho, já que o mesmo não abria a boca a três meses inteiros.
Então deu de ombros quando viu que Nathaniel já estava terminando de se arrumar com suas roupas de costume, uma calça de moletom cinza, uma blusa com mangas laranja e um tênis totalmente preto.
Mary saiu do quarto, deixando o filho para trás.
Voltando para Nathaniel.
Ele não falava a muito tempo, não fez questão de contar, mas soube quando ouviu seus pais conversando.
Três meses.
Três meses sem soltar um som.
Nathan desistiu de tentar fazer Nathaniel falar com agressões, então ele não via mais graça em bater em Nathaniel, já que o menino não chorava mais, não soltava nenhum som e simplesmente ficava com uma cara inexpressiva 24 horas por dia.
Nathaniel voltou a comer, não muito, uma refeição a cada dois dias, mas ontem e hoje ele foi obrigado a comer três vezes no dia, mesmo que ele vomitasse, ele tinha que voltar a mesa e comer tudo de novo, até o prato estar vazio.
O motivo disso?
Nathaniel tinha um treino de Exy para ir.
Ele não sabia o por qual motivo, já que o pai detestava o esporte, então Nathaniel só podia jogá-lo no quintal quando o pai não estava em casa, era o único momento de paz de Nathaniel. O vento soprando em seu rosto, os braços doloridos de tanto segurar a raquete, as pernas tremendo de tanto correr e seus pulmões sem fôlego de tanto correr.
Sua vida tinha piorado esse ano.
As aulas de Mary continuaram, mesmo ele não querendo, ele aprendeu várias coisas, mesmo que o custo disso fora marcas de cigarros pelos braços, pequenos círculos deformados e queimados pelo seus braços, as vezes Nathaniel queria só arrancar a sua pele para sumir com aquelas marcas.
Ele terminou de colocar o tênis, se levantou e andou pelo corredor, passou pela sala e saiu de casa, a claridade ardendo seus olhos.
Ele deveria estar animado, já que era a primeira vez que poderia sair daquela casa, mas por algum motivo, ele não conseguia se animar com isso.
Ele já sabia que teria que voltar no final do dia.
Ele entrou no banco de trás do carro, colocando o cinto de segurança pelo caso da polícia parar o carro de repente, sua mãe sentada no banco da frente e seu pai no banco do motorista. Seu pai deu partida no carro. Passaram alguns minutos de sua mãe só falando, sem resposta de Nathaniel que estava encarando a janela, não ligando para as baboseiras de sua mãe, e Nathan, que não se importava o suficiente para dar alguma resposta para Mary.
Seu pai começou a falar com Nathaniel.
— Não quero que você apronte quando chegarmos lá. — Nathan o encarou pelo espelho do carro, Nathaniel o olhou. — Não quero que me envergonhe, vamos lá, você mostrará suas "habilidades" com esses jogo nojento de Exy e você vai conseguir passar, espero que você se esforce, porque se não, vamos conversar em casa. — Seu pai deu seu sorriso mais diabólico, Nathaniel concordou com a cabeça, esperando que seu pai corte o olhar para ele continuar olhando para a janela.