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Nathaniel ainda tinha cinco anos quando começou a estudar em casa.
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Sua mãe estava fumando na sala, algum dos empregados que Nathaniel não se deu o trabalho de gravar o nome, o chamou para o encontro de sua mãe.
Nathaniel andou com passos apreensivos pelo corredor, sempre com Lulu em volta de seus braços, os cachos balançando no meio da sua visão.
Ele precisava cortar.
Deu de ombros, se falasse com sua mãe sobre isso, era capaz dela cortar o cabelo todo dele, então deixou para lá.
Chegou na sala desconfortável, andando em direção a sua mãe que estava sentada no sofá, com os pés apoiados na mesa e com um cigarro no meio dos lábios. Nathaniel torceu o nariz por causa da fumaça, mas de aproximou, ficando a uma distância de um braço.
Desde Lola, ele não conseguia ficar perto de sua mãe, mesmo se quisesse.
Sua mãe percebeu a chegada dele, pela postura ter mudado de relaxada a rígida, soltou a fumaça e olhou para Nathaniel com olhos irritados.
— Sente-se, a partir de hoje você começará a estudar em casa. — Apontou para a cadeira do outro lado da mesa. Nathaniel não tinha percebido antes mas lá já estavam cadernos e lápis para ele. — E eu vou te ensinar.
Nathaniel congelou na hora, olhando de relance para sua mãe, que o olhava com uma expressão dura, ele decidiu não contrariar e se sentou no seu lugar.
A partir desse momento, Nathaniel odiou mais ainda sua mãe.
Toda vez que ele errava, ela queimava o braço de Nathaniel com a ponta do cigarro, fazendo buracos, manchas e deformações pelos dois braços dele.
Em algum momento, ele não sentia mais dor, ele não sabia se era pq sua pele já era tão deformada que ele não sentia mais nada, ou se simplesmente passou a não ligar.
Ele tentava ao máximo não errar nenhuma pergunta.
Em meses Nathaniel foi forçado a estudar dezoito horas por dia, sem parar.
Ele aprendeu Espanhol, francês, russo, alemão, japonês, chinês, italiano, aprendeu matemática do básico ao avançado e outras matérias.
Nathaniel começou a odiar sua vida.
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