Capítulo 9

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A imagem de cima é o colar deles.

(Vocês vão entender mais pro final do capítulo.)

Boa leitura❤️👋

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Neil tinha 9 anos e Andrew 10 quando começaram o jogo da verdade.

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Um mês depois do aniversário de Neil, eles ainda estavam com a mesma rotina de todos os dias de irem para de baixo da árvore.

Mesmo que aquela era a vez de Neil dormir, o ruivo estava animado demais para as aulas que começariam amanhã para conseguir pregar os olhos, fazendo Andrew suspirar, tentando pensar em como deixaria Neil cansado.

— Vamos jogar um jogo. — Essa frase pregou a atenção do ruivo, que estava agitado enquanto ria sem parar, animação fluindo de seu corpo.

— Qual jogo? — Neil perguntou divertido, fazendo Andrew soltar uma risada nasal.

— Uma verdade por outra verdade. — Neil arqueou as sobrancelhas — Você me pergunta uma verdade e eu falo, depois eu te pergunto outra verdade e você responde.

Neil demorou alguns segundos, concordando animadamente, Andrew o encarou, dizendo com o olhar que Neil poderia começar.

— Qual é a sua comida preferida? — Andrew se surpreendeu com aquela pergunta, imaginando que Neil perguntaria alguma coisa sobre seu passado, já que não tinham conversado sobre isso desde o ano passado.

— Sorvete. — Neil apenas concordou, esperando Andrew continuar. — Você tem alguma comida preferida? — Neil pensou por alguns segundos, negando com a cabeça logo em seguida, não conseguindo pensar em nada.

— Você já imaginou o que vamos fazer depois que sairmos daqui? — Neil mexeu os pés distraído, olhando para o chão.

— Não penso sobre isso. — Respondeu. — O que você vai fazer quando for adotado?

— Oh. — Neil sorriu. — Eu não vou ser adotado, você não percebeu que eu tenho um sobrenome?

Andrew parou para pensar um pouco, o pensamento fazendo sentido. Nenhum dos adultos que olharam para Neil durante sua estadia aqui quis adotá-lo. Andrew apenas pensou que os adultos não o queriam, mas pensando mais um pouco parecia que eles simplesmente não podiam.

Não que era incomum crianças dali terem sobrenomes, algumas tinham porque seus pais os deixaram com um sobrenome, mas a maioria só sabia o seu primeiro nome – como Andrew – e ganhavam sobrenomes apenas quando eram adotados, utilizando o nome da família.

— Faz sentido. — Se ajeitou na grama, encostando suas costas no tronco da árvore.

— Minha vez. — Neil disse animado. — Você sabe cozinhar?

— Cozinhar? — Neil concordou. — Não. Você sabe? — Neil concordou novamente, se mexendo preguiçosamente em seu lugar.

— Mamãe deixou de cozinhar quando papai morreu, então tive que aprender ou se não morreria de fome. — Riu sem humor, começando a bocejar.

— Acho que está na hora de você dormir. — Andrew comentou, vendo Neil se ajeitar em seu lugar.

— Você vai ficar aqui? — Neil perguntou esperançoso, suspirando aliviado quando Andrew concordou.

Neil se mexeu desconfortável, os dois sabendo que dormir naquela posição não era boa para nenhum dos dois, até que Andrew teve uma ideia.

— Quer deitar na minha perna? — Andrew ofereceu, Neil concordou preguiçosamente, deitando preguiçosamente no chão, apoiando sua cabeça na coxa de Andrew, que estava coberta com a calça preta.

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