Andreah ainda não havia acordado quando lenta e cuidadosamente Miranda se vestiu e saiu do apartamento da garota.
Só na segurança do espaço limitado do seu carro a mulher conseguiu soltar o ar. Com as mãos no rosto, logo subindo para os cabelos e parando na nuca ela se questiona o que foi que fez e como isso aconteceu. É conflituoso para a Miranda a maneira de como sua vida pessoal está se desenhando sob seus olhos de águia. "O que foi que eu fiz?" Ela se pergunta passando a língua nos lábios ligando-o e partindo para sua casa.
Ela abre a porta da mansão e com calma adentra a sua casa. Ela segue para o escritório, lá avista a garrafa de bebida que estava tomando antes de ter seguido o impulso de ir até o apartamento da garota. Ela pega o copo com resto da bebido e olha com atenção sem saber muito bem o que fazer.
— Você foi para onde? — Stephen aparece chamando a atenção da mulher.
— Tive que ir à Runway. — Miranda mente sem olhar para o marido.
— Eu me excedi. Às vezes é frustrante a gente doar tanto de si e o outro parecer fazer pouco caso. — Ele toca a cintura dela e ela se sente suja. — Só estava querendo um momento com a minha esposa. — Ele beija a cabeça da mulher.
— Tudo bem! — Miranda fecha os olhos. Ele dá dois tapinhas no quadril da mulher se retirando do escritório.
Miranda vai em direção ao sofá como se tivesse duas pedras gigantes acorrentadas em cada perna. E com a culpa da traição ela se senta realmente se questionando sobre o que fazer. Ela tem ciência que agiu por desejo, sem pensar nas consequências dos desejos inconsequentes.
O restante do final de semana para a mulher foi como presidiário sabendo que vai morrer numa cadeira elétrica.
Então ela agradece pela segunda-feira, se afundar no trabalho é uma ótima rota de fuga para quem não sabe o que fazer diante de uma situação tão complicada, e ela também queria conversar com Nigel e não queria fazer isso por telefone.
É inevitável para Miranda ao chegar ao quarteirão da Elias-Clarke não olhar para o outro lado da rua em busca de avistar a sua garota tola. Para o desespero interno da Miranda, ela estava aguardando a mulher perto de onde Roy estaciona. E nem é quinta-feira...
— Um café para você, Miranda. — O sorriso da garota é doce, mas o olhar é travesso.
Miranda pega o copo da mão dela, meneia a cabeça em agradecimento e assiste Andreah passar a língua nos lábios. Ela está nervosa, mas Miranda também está.
— Eu preciso passar. — A voz da Miranda sai mais rouca.
— Bom trabalho. — Andreah profere afastando-se para logo seguir caminho.
Miranda permanece parada observando a garota se distanciar, Roy observava tudo calado, para ele era visível que Miranda gostava dela mais que o comum, mas, ele preferia fazer de conta que nunca via nada. Miranda pisca lentamente, como se voltasse para a realidade, balança a cabeça em negação na tentativa de afastar seus pensamentos e então começa a andar para dentro do prédio.
— Eu quero até às 14h a sugestão para a matéria da Prada, Dominique confirmou a entrevista? Ramon trouxe as amostras que pedi sexta? Quero Nigel na minha sala, agora! — A rainha intocável e indestrutível senta em seu troco branco dando inicio a sua semana.
Não passa muito tempo para que Nigel apareça em sua sala, com gesto da Miranda o homem entende que é para ele fechar a porta e assim o faz. Ele está ansioso, quando a conversa é de porta fechada ele sabe que vem bomba.
— Então rainha? — Ele senta cruzando suas pernas.
— Sexta Andreah veio aqui entregar as roupas que você emprestou. — Miranda olha por sob os óculos. Deixando que ele subentenda que aquilo foi apenas uma desculpa da Andreah para outros motivos. O homem entende e sorrir da perspicácia da jovem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A dança dos sentimentos
FanfictionNÃO ACEITO ADAPTAÇÕES E INSPIRAÇÕES EM CIMA DESTA FANFIC! Andreah Sachs não conseguiu o manuscrito do HP, e não voltou para a Runway, mas o destino obriga a rotina da jovem se cruzar novamente ao de Miranda, e um café semanalmente oferecido cria um...