8- Beneplácito

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No dia seguinte as duas não se viram e Andreah tampouco mandou mensagem na tentativa de alguma interação. Ela havia mandado as duas últimas três mensagens e deixou uma pergunta no final, pela regra, Miranda tinha que dá seguimento na conversa. A editora até cogitou responder algo, mas optou por esperar que Andreah mandasse outras mensagens. A posição de correr atrás, galantear é da Andreah e não da Miranda pelas regras do jogo... Mas, Andreah não fez, e nem na quarta-feira ao longe elas se viram.

Miranda estava sentindo algo estranho em seu estômago, ela sabe que esse algo estranho é emocional, mas, ela se recusa a aceitar que sejam as borboletas em seu estômago, afinal, ela sempre acreditou que dentro dela, o bioma jamais comportava as borboletas. Ela se veste magnificamente e durante o trajeto, ela anseia pelo café da jovem, ela quer olhar para a cara da Andreah. Porém, para sua grande decepção, Andreah não abriu a porta do seu carro e tampouco estava esperando a mulher com o café em mãos. Roy fingiu como sempre não perceber a cara de decepção da editora-chefe. Teria Andreah desistido? Era quinta-feira...

E então a linda dama vestida em grife se transforma no dragão cruel e imparável durante todo o dia na Runway. Houve demissão, destruição de psicológico, e até mesmo folhas jogadas pela janela de tamanha impaciência.

— Eu posso sabe o que foi que despertou o dragão? — Nigel senta massageando sua têmpora enquanto questiona a mulher.

— Uma dúzia de incompetentes e uma coleção de outono atrasada? — Miranda arqueia uma das sobrancelhas como se não precisasse falar o óbvio. Rude e impaciente.

— Ou um café não recebido na tradicional quinta-feira? — Nigel semicerra os olhos esperando ser incinerado pelo dragão.

Mas, para suas suspeitas, ele teve os ombros de Miranda caindo em rendição, um suspirar, e os olhos sendo tirados dos papéis com lentidão.

— Ela é só uma garota, Nigel. — Miranda encara o amigo desejando que ele concorde com ela e diga para acabar logo com isso antes que o pior aconteça.

— Uma garota maior de idade, responsável, e que sabe o que quer. — Ele sorrir. — Você não está cometendo nenhum crime, Miranda.

— Isso não são conselhos para uma mulher hétero e casada. — Miranda suspira.

— Não é como se ele nunca tivesse feito isso com você.

— É diferente... eu muito raramente compareço. — Miranda com o olhar deixa subtendido do que se trata.

— E provavelmente pouco comparece com suas obrigações de esposa porque na verdade não é de homens que você gosta.

O olhar mortal que Nigel recebe de Miranda faz o homem tremer, mas ele é audacioso, sorrir debochado para a amiga. Troca mais alguns diálogos e logo Miranda volta a ficar sozinha em sua sala. A mulher pega o celular, reler sua pequena conversa com Andreah e sorrir.

"Senti falta do café." — Miranda envia e fica encarando celular.

"Tive que ir a Washington, cheguei mais tarde. Terminando o expediente eu posso passar aí e entregar um café para você, que tal?" — Andreah envia para a mulher. Ela até pensou em justificar sua falta para a Miranda antes, mas preferiu deixar para ver se a mulher sentia falta e gostava e agora ela tem a afirmação que sim.

Miranda ler a mensagem da garota sentindo alívio em seu peito ao perceber que Andreah aparentemente se sente interessada ainda.

"Ok!" — Miranda se limita em responder.

"Deixe minha entrada liberada. Até daqui apouco e um beijo em seus lábios." — Andreah morde a lateral do lábio nervosa, mas envia. Ela sente vontade de surtar pela sua ousadia.

A dança dos sentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora