Capítulo Sete

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Seguimos em direção ao galpão e entramos.

O local era grande e parecia uma academia. O chão era de tatame.

Tirei meu casaco e alonguei os músculos.

- E então? - perguntei ansiosa - Vai me ensinar a estacar Strigoi?

- Vou - Dimitri se sentou em uma cadeira e pegou um livro - Agora vá e volte vinte vezes.

- O que?

Que droga ele estava dizendo? Correr? Enquanto ele ficava ali lendo... Aquilo era um livro de faroeste?

- Você está de brincadeira comigo?

Dimitri ergueu os olhos do livro, parecia entediado.

- Pareço estar? - perguntou sério.

Eu pisquei incrédula.

- Olha aqui John Wayne...

- Rose - ele me interrompeu sugestivamente.

Eu suspirei e comecei a correr, inconformada.

Meia hora depois eu ainda estava correndo e ofegante.

Dimitri nem sequer havia levantado os olhos do livro.

Eu apoiei minhas mãos nos joelhos para recuperar o fôlego.

- Eu não me lembro de mandar você parar - ele disse, molhando o dedo e virando a página do livro.

- É assim que eu vou matar Strigoi? Correndo de um lado para o outro?

Dimitri fechou o livro, se levantou e veio até mim.

- Rose, você nunca enfrentou um Strigoi. Eles são mais fortes e muito mais rápidos que nós. Se ficar frente a frente com um e estiver ferida, ou com seu Moroi, ele vem primeiro. Você deve sair dali o mais rápido possível. Então uma boa estratégia de fuga é necessária. Agora continue.

Eu voltei a correr.

- E é claro. No mundo real você deve estar sempre preparada para eventos surpresas.

- Como as... Ahhhh!

Antes que eu pudesse terminar a frase, Dimitri colocou o pé na minha frente, me fazendo tropeçar e cair de boca no chão.

Eu gemi e me levantei. Me controlei para não atacá-lo. Ele era muito mais alto que eu, minha cabeça mal batia em seu peito, então eu não podia estrangulá-lo, mas um bom chute na canela já valeria a pena.

- Strigoi já foram Morois, humanos ou damphirs. Muitas vezes você poderá encontrar conhecidos seus. Você conseguiria matá-los?

- Bom... Se eu não tivesse escolha...

- Primeira regra - ele me pegou pelo braço e me jogou no chão, como se eu fosse uma boneca de pano.

Em seguida, se ajoelhou do meu lado e olhou dentro dos meus olhos.

- Não hesite. Se você hesitar é a chance que estará dando ao seu inimigo para acabar com sua vida.

- Não hesitar. Entendi.

Ele me ajudou a ficar em pé e eu voltei a correr.

Pelo jeito aquele seria um longo e doloroso treino.

O Toque do Espírito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora