Capítulo Quinze

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- Sério? Alguém já caiu nessa sua cantada brega?

Fechei meu armário e comecei a caminhar. Adrian andava ao meu lado.

- Tudo bem - ele fez um gesto de rendição - Não estou aqui exatamente por você. Estou aqui por Vasilisa.

- Já vou te adiantar. Ela é comprometida.

Okay, eu confesso. Não gostava do Christian, mas isso não quer dizer que eu ia incentivar outro cara.

Adrian riu.

- Acho que você não entendeu, pequena damphir. Eu também sou um usuário de Espírito.

Pisquei confusa. Quer dizer, só eu que estava achando aquilo muito estranho?

Estávamos numa escola pública, no meio de uma cidadezinha insignificante ao ponto de nem constar no mapa, falando sobre magia de vampiros. Era muito bizarro e eu me senti desconfortável.

- Rose - a voz de Adrian estava séria, e ele me deteu, segurando meu braço - Eu estou falando sério. A princesa precisa de ajuda.

- Nós estamos indo muito bem sem você - me desvencilhei dele - Obrigada - apressei em acrescentar - Mas eu dou conta.

Comecei a andar em direção a sala de aula.

- Rose.

Algo na voz dele me fez parar, me virei e o encarei.

Adrian era muito bonito mesmo. Seu olhar preocupado realçava tudo.

- Adrian, eu dou conta. É sério.

Ele se aproximou de mim.

- Você não pode ajudá-la com isso. Os poderes do Espírito... Podem levar o usuário a loucura. Confie em mim. Eu sei.

Abri a boca para falar, mas ele me interrompeu.

- A princesa precisa de ajuda profissional - ele deu um sorriso de dentes perfeitos - Eu.

Hesitei. Talvez... Não. Lissa não precisava disso. Eu era a Guardiã dela. É pra isso que eu existo.

Sem falar que ela é minha melhor amiga. Certamente não precisa de um Moroi metido a sabichão... Que cheiro é esse?

Cigarros?

E que ainda por cima tem problemas com narcóticos.

Lissa não ia ficar louca. Eu cuidaria dela. Definitivamente não precisávamos dele.

- Obrigada pela oferta. Mas eu dou conta.

- Pequena damphir...

- Pare de me chamar assim, droga!

- Mas...

- Eu tenho consciência da minha altura, não preciso do Mister Óbvio atrás de mim. Eu por acaso fico te chamando de Príncipe Sexy?

Okay. A última parte escapou. Eu realmente não pretendia dizer aquilo em voz alta.

Sorte que não tinha ninguém por perto para ouvir.

Ninguém além do cara que eu chamei desse jeito muito constrangedor.

Adrian ergueu uma sobrancelha.

- Não sou príncipe, mas quanto a parte do sexy...

- Cala a boca.

Dei dois passos e me virei. Dei de cara com um peitoral, muito cheiroso por sinal. Uma mistura de menta com chocolate, cigarros e... Adrian.

- Não me siga, ok? Estou de péssimo humor, e vou te dar umas porradas.

Adrian retrocedeu. Aproveitei a deixa e sai correndo.

Assim que virei no corredor, meu celular apitou avisando de uma nova mensagem.

Entrei na sala e me sentei no fundo. Coloquei a mochila no colo e a abri discretamente.

A política da escola não permitia o uso de celulares. Mas eu queria saber de quem era a mensagem.

Provavelmente de Lissa, já que ela não estava na sala. Nem o Ozera.

Só Mason, que fez um sinal de positivo com o polegar, da primeira carteira.

Desbloqueei a tela e li a mensagem.

"Tenha uma boa aula, pequena damphir. A"

Como diabos ele conseguiu meu número? Pensei carrancuda.

- Bom dia, classe - uma voz com um ligeiro sotaque e muito conhecida soou - Srta. Hathaway, a política da escola não permite o uso de celulares em sala de aula, receio ter que recolher o seu.

Segui meu olhar me deparando com o olhar zangado de ninguém menos que Dimitri.

Ou melhor, Professor Belicov.

O Toque do Espírito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora