Capítulo Doze

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- Que saudades!

Eu praticamente pulei em cima de Mason, que me abraçou, confuso e feliz.

- Rose, o que aconteceu? Porque não me ligou?

- Eu não tinha sinal de celular onde eu estava - menti.

- Sua tia me contou que tinha te colocado em um colégio interno, e aqueles caras tinham vindo te buscar.

Concordei com a cabeça. Todos os Guardiões eram damphirs, mas Mason fora obviamente compulsado.

- É. Lá é meio severo, sabe? Eu não podia nem mesmo realizar ligações.

Mason faz uma expressão que acreditava. Olhou por sobre o meu ombro para os outros. Lissa e Christian estavam parados alguns passos atrás, enquanto Dimitri permaneceu ao lado do carro, com os braços cruzados e a expressão vazia.

- Estão de férias?

- Mais ou menos isso. Esses são Lissa e Christian. Ali atrás está o Dimitri. Pessoal este é meu melhor amigo Mason - apresentei.

- Vão ficar todos aqui? Tipo... Até o mafioso ali? - Mason sussurrou para mim.

Não pude evitar e ri baixinho.

- Ele não é mafioso. E sim, vamos ficar todos juntos.

- Bom - ele deu de ombros - Então vamos logo, sua tia está louca pra te ver, sem trocadilhos.

Começamos a caminhar. Inconscientemente, Mason e eu nos afastamos do grupo, enquanto colocávamos a conversa em dia. Nós dois tínhamos muito que conversar.

Ele me contou que na escola local não se falou de outra coisa durante um mês, senão sobre minha misteriosa mudança para um "colégio interno", ele também fizera novos amigos, e estava tendo aulas de muai thai.

- E você?

Eu pensei. O que poderia contar?

Sabe, eu descobri que minha memória tinha sido escondida para que eu não me lembrasse que eu morri quando era pequena, e minha amiga, que é uma princesa, me trouxe dos mortos. Ah, minha nova escola na verdade é onde eu treino para me tornar uma Guardiã. E a propósito, vampiros existem! Não é o máximo?!

- Nada de mais - falei sem entusiasmo - Só... Aulas comuns e... Rígidas.

Mason tocou meu braço e me olhou sério.

- Está tudo bem mesmo, Rose? E quanto as suas visões? - ele perguntou baixinho.

Nenhum problema. Consequência da minha volta dos mortos.

- Elas pararam.

Não era mentira. Desde que minha memória voltara, eu não tive mais nenhuma das visões compartilhadas com a Lissa. Mas eu sabia que meu elo com Lissa não havia se rompido, eu podia senti-lo.

Caminhamos alguns metros em silêncio. Ao virarmos em uma esquina, Mason voltou a falar.

- Tem algo errado com você, Rose. Não sei o que é, e também não entendo porque você não confia em mim e, francamente, isso me magoa. Tem algo a ver com o russo, não tem?

- O que? Pare com essa implicância com o Dimitri.

- Então porque ele está aqui?

Porque ele é o Guardião designado da Lissa, e meu tutor. Eu também tenho uma queda por ele e demos uns amassos. Depois ele agiu como um perfeito babaca, e eu jurei nunca mais beijá-lo.

- Como eu disse... A nossa escola é... Rígida, e o Dimitri é tipo um professor. Ele vai... Ann... Instruir enquanto tiramos ann... Férias.

- Não gosto como ele olha para você - resmungou.

Eu parei de andar.

- Como... O que disse?

- Pode ser apenas "implicância" minha, mas quando ele te olha parece que o olhar dele derreteria uma geleira. E quando você me abraçou, eu juro que o vi trincar a mandíbula e enfiar a mão dentro do casaco. Ele anda armado? Porque parecia que ele ia atirar em mim!

Atordoada. Eu estava atordoada.

"Dimitri estava com ciúmes, sua boba", minha mente zombou e eu a mandei se calar.

Dimitri não estava com ciúmes.

Ele era um bastardo frio e sem coração, e eu não sentia nada por ele. Não queria voltar a beijar aqueles lábios carnudos e que se encaixavam perfeitamente nos meus. Nem mergulhar minhas mãos em suas madeixas macias. Aspirar o cheiro de sua loção pós barba...

Certo. Eu não queria nada disso.

- Na... Lá onde eu estudo, arroubos de emoções não são bem vistos, por isso ele não deve ter gostado. Ou é só implicância sua mesmo - provoquei lhe dando um cutucão - Você não consegue perdoar que ele te nocauteou sem nem se mexer aquela vez.

As vozes do pessoal ficaram mais nítidas, e eles se aproximaram de nós. Mason não pareceu convencido, mas resolveu não falar nada.

Eu sabia que ele voltaria a insistir nisso em breve.

- Bom, vocês estão em casa. Até amanhã - ele se despediu, e não esperou resposta, enquanto sumia entre as sombras da rua.

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Ciao peoples amadas do meu S2,
Espero que estejam gostando da fic, desculpe por não publicar com data fixa, é que com meu curso e outras atividades do dia a dia eu realmente fico com pouco tempo.
Gostaria de convidar vocês para lerem meu novo livro chamado Sempre Foi Ele. Está lá no meu perfil.
Beijinhos de vampiro :)

O Toque do Espírito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora