Capítulo Onze

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- Acorde, Rose! Acorde!

Eu resmunguei quando senti alguém cutucar meu ombro, e me virei na cama.

Eu sei. Eu sei. Eu deveria estar alerta como todo bom Guardião, mas me dêem um desconto. Como Dimitri disse, "Eu sou só uma novata", e com os treinos estava com dores em partes do corpo que eu nem sabia que existiam. Eu só queria um pouco de descanso.

- Roza. Por favor.

Abri os olhos e me virei.

- Dimitri! O que está fazendo aqui?! - praticamente gritei.

- Fale baixo. Preciso que se vista e venha comigo.

- O que aconteceu? - perguntei, pulando da cama e pegando a calça que estava jogada em cima da cadeira.

- A Academia foi invadida.

- Se importa? - fiz sinal para que ele ficasse de costas, enquanto eu me trocava - Invadida por quem? Strigois não conseguem entrar.

- As guards foram quebradas. Não sei como, e acho que eles tiveram ajuda.

- Mas não estou ouvindo nada.

- O ataque está acontecendo no pátio. Eles vieram atrás de alguma coisa, ou de alguém.

Trocamos um olhar de compreensão.

- Lissa!

- Exata...

Ele se virou para mim, enquanto eu começava a colocar a blusa. Sua voz se perdeu, e seus olhos desceram imediatamente para o meu sutian.

Eu não consegui fazer nada. Estava hipnotizada, e me sentia instigada para saber qual seria o próximo passo dele.

Meu coração estava a mil. Nesse instante, uma pedra estilhaçou a janela e ouvimos gritos.

A magia do momento foi quebrada, e eu terminei de enfiar a blusa pela cabeça.

- Temos que encontrar Vasilisa e tirá-la daqui.

- Nós?!

- Tem mais alguém em mente? - Dimitri olhou para mim, enquanto saíamos correndo em direção ao dormitório das meninas Moroi.

Paramos atrás de uma parede de pedra, e ele me entregou uma estaca.

- Pegue Lissa e depois siga até a estátua de St. Vladimir, vire a direita e vá para o estacionamento. Eu estarei lá te esperando com o carro. Não demore, e evite qualquer confronto com um Strigoi.

Concordei com a cabeça, e antes que eu saísse correndo, ele segurou meu braço e olhou em meus olhos.

- Tome cuidado, Roza.

- Eu tomarei. Nos vemos daqui a pouco.

Eu sai correndo, e encontrei Lissa escondida atrás de uma mesa no corredor. Fui até ela e me ajoelhei ao seu lado.

- Lissa, temos que sair daqui - falei segurando seu ombro.

- Rose, estou com medo. Os Strigois... Invadiram nosso dormitório, eles... Eles levaram a Natalie, Rose - ela soluçou.

- Sinto muito, Lissa, mas precisamos ir. Dimitri desconfia que eles podem estar atrás de você. Temos que tirá-la da escola. Agora.

Me levantei e puxei Lissa pela mão. Saímos correndo, e do nada ela parou.

- O que foi? - perguntei um pouco impaciente.

- Christian! Temos que encontrá-lo. Não podemos ir sem ele.

- Não dá tempo.

- Eu não vou deixá-lo para trás. Sei que ele faria o mesmo por mim.

Ela parecia obstinada, e eu bufei de irritação. Só faltava essa.

- Tudo bem, mas vamos rápido.

Fomos em direção ao dormitório masculino, eu mantive Lissa atrás de mim e a estaca na mão. O tempo todo tínhamos que nos esconder, para evitar os vampiros Strigoi.

Eu sentia um calafrio toda vez que um deles passava perto de nós. Era horrível, e eu me perguntava se seria capaz de enfrentar um caso a situação precisasse.

Encontramos Christian cercado por dois Strigoi.

Eu poderia deixá-los matá-lo. O que facilitaria para todos nós, porém, nesse instante, Lissa gritou chamando a atenção dos três. Moroi e Strigois.

Maravilha.

Os dois avançaram na minha direção. Eu me lembrava da primeira vez que tinha visto Strigois.

Eles exalavam maldade. Eram mais pálidos que os Moroi e tinham olhos vermelhos.

Eles avançaram diretamente para mim.

Apenas três coisas matavam Strigois: luz do Sol, uma estaca no coração ou fogo.

Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento. O feioso número um me socou. E eu voei para dar um oi a minha amiga parede.

A dor me atordoou, e a estaca voou de minha mão. O feioso número dois avançou, quando uma faísca apareceu em seu cabelo. Uma faísca mínima, mas foi o suficiente.

Ele gritou e tentou apagá-la, mas o fogo rapidamente tomou conta do cabelo, e então da cabeça dele. Em questão de segundos ele virou uma tocha vampira que gritava e corria.

Eu me arrastei até minha estaca, e a peguei no exato minuto em que o feioso número um pulava em cima de mim. Enfiei a estaca em seu peito. A prata perfurou carne e músculo, e atravessou até as costas. O Strigoi rosnou, e em seguida, ficou inerte.

O empurrei de cima de mim e me levantei. Minha cabeça latejava, mas fui até Lissa e Christian.

- Uma faísca? É sério?

- Eu não consigo fazer nada sobre pressão - Christian replicou.

Eu revirei os olhos.

- Vamos.

- Ele está...? - Lissa apontou para o corpo caído.

- Não. Eu não acertei o coração. Daqui a pouco ele vai se curar e levantar. Temos que dar o fora daqui agora.

Dessa vez não foi preciso insistir. Corremos e chegamos até a estátua de St. Vladimir, seguimos as instruções de Dimitri e, ao entrarmos no estacionamento, encontramos um SUV escuro a nossa espera. Ele piscou os faróis e corremos até lá.

Lissa e Christian entraram atrás e eu na frente.

- Porque demoraram? Eu já estava quase indo atrás de vocês - Dimitri falou, dando partida no carro.

- Tivemos um contratempo. Ele - apontei para o banco de trás.

- Rose! - Lissa protestou.

- Tem alguma ideia de para onde vamos? - olhei para Dimitri, enquanto ele saia dos portões da escola e entrava na rodovia.

Em breve nosso carro se misturaria com os outros e não poderíamos mais ser seguidos.

- Temos que ir para longe e permanecer escondidos. Ainda não tenho um lugar. Vou pensar em algo.

- Acho que eu tenho o lugar ideal - falei.

O Toque do Espírito #Wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora