Maya e Ísis são irmãs muito " unidas ", mas cada uma tem suas próprias batalhas e histórias de superação.
Quando Maya tinha 10 anos, ela passou por momentos difíceis que a deixaram muito abalada emocionalmente. Nesse período, um garoto gentil e aten...
Pesadelos me perseguem todas as noites, e agora, não consigo dormir se as luzes estiverem apagadas, ou se estiver chovendo, ou ventando, e as cortinas se balancarem com o vento. Me cubro até a cabeça me fazendo acreditar que a coberta vai me proteger e só assim consigo dormir. Ainda não contei pr ninguém e nunca vou contar, tenho medo dele descobrir que contei pr alguém e vim atrás de mim, tenho medo da minha mãe ou até mesmo o meu pai, acabar mortos por minha causa. Minha irmã parece notar a diferença no meu comportamento esses últimos dias, mas não tem falado nada, nem mesmo me perguntado o porquê de eu estar assim, mas assim é melhor, não quero que ela saiba e deixe de viver a sua vida com medo que aconteça com ela também. Se algum dia isso acontecer, quero que ela me conte mesmo eu não podendo sair para matar o desgraçado, mas quero que ela me conte, para poder abraçar ela com todas as minhas forças e a deixar chorar em meus braços. Não quero de jeito nenhum que isso acontece com ela, não quero vê ela passando pelo que eu passei, não desejo isso a ninguém. - Maya, o jantar está pronto minha filha - Com o grito da minha mãe avisando que o jantar está pronto, me levanto e vou me arrastando até a sala aonde fica a mesa. Papai está sentado na ponta e mamãe está sentado ao lado dele, Ísis está sentada ao lado de mamãe e eu como sempre me sento ao lado de papai, no lado esquerdo da mesa. Mamãe me pergunta como tem sido a escola e só respondo com " É, tá sendo boa " "Tudo normal " Tento conversar,interagir, mas mal consigo falar sem ficar com vontade de chorar.Não sinto vontade de comer muito menos de conversar. Mamãe da um pequeno sorriso e volta a comer.
ꕤ
Depois do almoço mamãe mandou eu e Ísis sairmos um pouco, e eu agradeço muito a ela por isso, ficar em casa estava me sufocando. - Ei - Um menino toca no meu ombro - Você não é a menina daquela noite? - o empurro pr trás da árvore tampando sua boca antes que Ísis escute - Sou, mas por favor, não conte a ninguém sobre aquela noite. - ele pensa - Ok! tudo bem! Não conto. - me afasto dele, agora já aliviada de saber que não vai contar a ninguém. Volto ao meu lugar deixando o menino para trás. Ísis está se balançando junto com sua amiga, ela parece feliz e quero que nada estrague a sua felicidade. Fico observando Isis por um tempo até que percebo a presença de alguém sentando ao meu lado, meu corpo começa a tremer e minha respiração falha - Calma, sou eu - O menino me abraça como naquela noite - Toma, comprei pr você - Ele estende sua mão me oferecendo um picolé de graviola - Está calor hoje. Apenas Aceite - Ele insisti tanto que mesmo desconfiada eu aceito - O que está fazendo por aqui? - Pergunto - Faltei aula hoje - ele responde - E você? Você também não deveria estar na escola? - Balanço a cabeça em sinal de não - Estudo de manhã. Mas também faltei hoje - Ele ri - Não gosto de ir a escola. É chato e mesmo que eu tente não consigo aprender nada - Ele diz. Olho para ele, e agora com sol, sem toda aquela chuva consigo vê seu rosto com mais clareza - Chegou bem em casa? Naquele dia - Pergunto - Sim, tirando o fato que a tropecei e cair de cara no chão fazendo o vento levar meu guarda chuva. Sim, cheguei bem - Rimos. E é a primeira vez que consigo ri depois de tudo o que aconteceu. - Obrigado - Ele me olha confuso - Obrigado por me fazer ri - Ele se vira pr frente novamente - De nada, gosto de fazer as pessoas rirem, é minha especialidade - Uma borboleta pousa em minha perna - Ela é bonita - Concordo ela é linda. - Posso te dá um apelido? - Ele pergunta - Pode - Ele olha pr borboleta - Vou te chamar de Butterfly - Pergunto o porque - Porque, sua alma é pura e inocente como uma Borboleta - Ele dá mais uma mordida em seu picolé - Você só quer alguém que possa te escutar e depois te dá um abraço sem precisar dizer nada.
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