Indícios do Fracasso

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- Eu sou obrigada a ir? - Medusa estava de ponta cabeça no sofá, os dreads espalhados no chão e as pernas esticadas na parede. - Vai ser a coisa mais chata que já fiz na minha vida!

- Você tem que ir. Confie em mim, a última coisa que vai ser é tedioso. - Fome estava preocupado e ao mesmo tempo animado com a chance de colocar as irmãs em uma mesma mesa, a última vez que elas estiveram em um mesmo espaço havia sido no dia da inauguração de onde estavam agora e elas não haviam trocado nem duas palavras.

- Já que eu não tenho escolha...

- Prometo que a comida vai ser boa!

- Que novidade a fome em pessoa falar em comida. - Euríale cruzou as pernas no colo dele.

- Eu realmente gosto de comer!

- Isso eu sei!

- Mudando de assunto. - Jacob apareceu na sala segurando um cabide em cada mão e mantendo as duas camisas na frente do corpo. - Para um jantar que vai acontecer barraco, confusão e gritaria, qual fica melhor? Azul escuro não tô nem ai pra paçoca ou amarelo canário me filma.

- Tá de sacanagem? Eu vou de jeans e uma blusa escrito "FODA-SE". - Medusa colocou as mãos no chão ainda do sofá e levantou continuando de ponta cabeça.

- Não sobre a minha supervisão mocinha. E fique direito.

- Jacob, eu não acho uma boa ideia você usar algo que chama a atenção por que sua prima só tem roupa desse jeito. - Fome apontou para a peça amarela.

- Então está decidido! Azul escuro não tô nem ai pra paçoca!

- Eu mereço ter um filho igual ao Guerra, nisso sim eu estou pagando meus pecados. - todos os presentes gargalhada da afirmação.

*********

Eisheth estava cercada de livros, papiros, anotações, entre outras coisas que poderiam ajudar com seja lá quem estivessem lidando, para antecipar as coisas ela pediu o que a sobrinha havia feito no necrotério, com certeza ela era a pessoa que agiria com mais lógica e sangue frio com a situação.

Estava sendo um desafio descobrir a mensagem em enoquiano, é uma linguagem dos e para os anjos unicamente. Tanto seres celestiais nos arredores e todos ocupados com alguma coisa, incluindo Miguel.

Eisheth soltou a caneta e se reclinou na cadeira fechando os olhos, era frustrante para dizer o mínimo. Ela nunca conseguiria ler enoquiano mesmo se quisesse, apenas aqueles que moravam no céu que podiam ler. Estava de mãos atadas e aquela era a única pista que poderia seguir.

O som de saltos batendo no piso de madeira da "Área Restrita" fez ela abrir um dos olhos para ver qual das suas irmãs poderiam ser, os passos que beiravam a irritação denunciou a Agrath.

- Ainda investigando? - Agrath apoiou a mão esquerda na mesa e com a direita colocou uma folha de caderno na mesa. - Alfabeto enoquiano, conseguir arrancar do meu marido.

- Belzebu?

- Tem outro? Sou fiel ao meu marido depois que ele colocou esse anel no meu dedo. - ela mostrou o anel dourado com o cravejado vermelho. - Além do mais que ele é um ex Serafim.

- Ele era um Serafim? - Eisheth pegou a folha e realmente, se aquilo estivesse correto, seria útil. - Você é fiel há apenas três séculos, eu me lembro muito bem da "Prostituta de César" que ganhava rios de ouro.

- O que homens não fazem por uma disnastia... Mas nenhum dos outros me trouxeram orgulho como minhas quatro crianças. - Agrath nunca havia sido uma mãe exemplar, de fato, não se importava nada com a prole anterior, todos já estavam mortos e a maioria por erros estúpidos.

Não Sou Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora