Minutos Antes

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Morte estava no seu quarto olhando pela janela onde podiam ver os pingos da chuva escorrendo. Aquilo de certa forma trazia paz e tranquilidade, mesmo que para a maioria fosse melancólico. Talvez por ser a encarnação da própria morte desse a ela essa pesperctiva. Independente disso, agradecia pela casa ficar de frente para a floresta e mais afastada das demais. Seria uma casa de campo se fosse um pouco mais em direção para a floresta.

Faltava poucas horas para o jantar de família começar e pela primeira vez na vida torcia para que a filha se atrasasse como sempre. Inclusive estava pensando em uma desculpa para convencer o marido a ir mais devagar.

- Eu sei no que você está pensando, Mor. Eu quero ir nesse jantar tanto quanto você. - Gabriel a abraçou por trás. Morte gostava de como Gabriel sempre sabia o que ela estava pensando, até mesmo sabia como estava o seu rosto quando mantinha a forma de um esqueleto inexpressivo. De certa forma fazia a mesma coisa com o marido. - A Alayah nem começou a se arrumar, está ocupada com os arquivos da Kesabel.

- Fico muito feliz que ela realmente esteja atrasada. Pela primeira vez na vida estou realmente feliz por isso!

- De fato, vai ser uma noite difícil... - Morte se virou e passou os braços pelo pescoço dele. - Minha irmã vai te acusar. De novo.

- E eles vão te acusar também e não apenas pela nossa filha.

- Eu vou resolver isso... Você não precisa de mais uma coisa para se preocupar, ser o vice diretor do Miguel já é estressante o suficiente não acha?

- Era para o cargo ter ficado com o Rafael, mas ele não quis. E sim, é estressante.

- Principalmente quando alguém quer acolher todos, a maioria te vê quase como um pai.

- Não tenho culpa se sou considerado o "tio legal".

- Eles todos são seus protegidos. E eu até gosto disso, e a nossa filha nem tem ciúmes de dividir os pais.

- Da maioria deles, a Alayah é amiga. Mesmo ela sendo seca, fria, nunca pensa para agir ou para falar e de cinquenta conselhos que ela dá, um é razoável. Mas ela passou por muita coisa, igual todo mundo que tem mais de cem anos.

- Ela é boa, ajuda as pessoas. Do jeito dela, mas ajuda.

- Mãe coruja.

- Como se você não fosse um pai coruja. Mas quem vai mandar ela se arrumar?

- Eu vou, temos que chamar na casa da Ariana antes de começarem a comer.

- Sabe que podemos simplesmente não ir?

- Será pior se não formos. Infelizmente.

- Eu só queria ficar em paz com a minha família...

- Eu sei, também queria mas eu acho que vai difícil.

- Bom... Nós dois também temos que nos arrumar. Vai falar pra ela.

- Ok. Mas vai ser uma das piores noites da história.

**********

Jacob estava encostado no patente do quarto da irmã olhando incorfomado a bagunça que ela estava fazendo para encontrar uma porcaria de jaqueta jeans velha. Era apenas uma jaqueta que ela possuia a alguns anos, dizia ser a favorita mas Medusa não usou mais de duas vezes.

- Para com isso irmã! Você não deixou ela aqui! Talvez na nossa casa de "FDS".

- Você sabe que eu não piso lá no mínimo dez anos!

- Eu não vejo você com essa jaqueta velha à mais de quinze anos! Irmãzinha, amanhã eu prometo que te ajudo a procurar ela, mas agora pegue outra por que temos um jantar para ir. - Medusa jogou uma blusa nele, não era possível o irmão estar pensando na confusão que seria.

Não Sou Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora