Não Sou Um Anjo

Os Jardins

Sofia e Celina já estavam em frente aos portões e também ja podiam ver o ônibus se aproximando. Alayah havia saído para buscar a lista de nomes para confirmar e ainda não tinha voltado. Não era uma tarefa difícil e muito menos demorada.

Assim que as pessoas começaram a descer Alayah apareceu com uma prancheta em mãos.

- Vocês não vão acreditar onde estava este negócio! - Alayah falou enquanto tirava uma caneta de trás da orelha.

- Independente... - Celina revirou os olhos.

- Está atrasada! - Sofia e Celina falaram ao mesmo tempo. Alayah deu de ombros, ela não se preocupou em estar um pouco fora do horário. Estava sentada na poltrona confortável da sala de espera até que pudesse ouvir o ônibus estacionando e assim levar a lista.

Alayah riscou o nome daqueles que ela já conhecia. Isso era poucos amigos, quase nenhum conhecido e alguns membros da grande e confusa família.

Voltou a olhar as pessoas que desciam do ônibus, duas tias e três primos foram os primeiros a se aproximarem. Pelas contas dela, eram os parentes de sangue angelical mais próximos que ainda não estavam no Édem 2.0 ou Novo Inferno, o nome que se encaixar melhor no momento.

Ela olhou ao redor, já estava abandonada, procurou rapidamente pelas primas as encontrando com seus respectivos pares.

Não pode negar, quando a garota que devia ter seus vinte cinco anos pulou em cima de si para um abraço queria muito estar com uma das suas armas. Queria fazer isso muito mais pelo susto do que pelo ato propriamente dito.

- Trixie! Quanto tempo! - Alayah riu se separando dela. - Você tá bonita hein mulher! - ela mudou o olhar para um dos primos. O primo com pinta de rebelde sem causa, emo misturado com rockeiro. E um tanto quando extremo de igualdade com o pai. - Puta que pariu... Não é que você realmente é um mini Lucifer! - o garoto revirou os olhos e cruzou os braços.

- Quem é você? - ele falou tentando manter uma posse de superioridade mesmo tendo apenas dezessete anos.

- Samael, educação! - Chloe, a mulher que vinha logo atrás era a mãe dessas criaturas. Alayah levantou as duas sobrancelhas ao ouvir o nome, nunca havia ouvido ou visto o primo durante seu período de vida, olhou para a tia com clara curiosidade. - Era Samael ou Lucifer Júnior.

- Entendi! - Alayah sempre soube do egocentrismo e narcisivo do tio... Mas o filho realmente tinha que ter o mesmo nome? Ela voltou a olhar seu primo. - Imagino que seu pai tenha te falado sobre "As Originais". - o garoto assentiu. - Sou uma delas.

- Ele falou sobre as primas de cinco mil anos, também falou para obedecer a mais velha... "A Original" - Samael deu de ombros. - Ele tem medo da mãe dela.

- Ele tem medo da minha mãe?! - Alayah deixou escapar a pergunta rindo no fim quando notou a cara de espanto do Samael. - Já perdi o quesito surpresa! Sim, sou "A Original"! E não precisa ter medo da minha mãe! Ela só parece assustadora, mas não é! - ela ainda ria da reação do primo mais jovem, Charlie, o primo do meio daqueles três gargalhava.

- Quero ver a sua cara quando encontrar com ela! - Charlie deu um tapinha no ombro do mais jovem.

- Charlie, modos! - Linda vinha logo atrás do garoto. - Me ajuda com as malas. - o garoto foi ajudá-la, basicamente ele carregou tudo enquanto sua mãe dava um abraço na mais velha. - Quanto tempo! Você continua igualzinha!

- Uma das vantagens de ser imortal! Só envelhecemos até certo ponto!

- Cinco mil não é? - Linda se separou dela. - É tão estranho você ter esse rostinho de vinte cinco e ser exageradamente mais velha que muita gente!