Capítulo 13

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Quando sai daquela igreja percebi que tudo o que eu fiz para aquele homem foi errado, todas as provocações, todas as investidas, tudo o que sinto por ele

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Quando sai daquela igreja percebi que tudo o que eu fiz para aquele homem foi errado, todas as provocações, todas as investidas, tudo o que sinto por ele...
Após sair de lá, contei tudo a Marcos, por mais que as vezes ele seja um idiota e não saiba escolher bem uma namorada, ele ainda é meu melhor amigo, meu confidente e sei que por mais que façamos coisas erradas, ele ainda vai continuar comigo.

O que padre Antônio disse sobre eu amar Christian ficou martelando em minha cabeça o dia inteiro, será mesmo que eu o amo ou é apenas um capricho como ele mesmo disse diversas vezes?

Afinal, o que é o amor? Como saberei sobre o amor se nunca recebi tal afeto?
A forma que meus pais vivem tem amor? Será se o amor é assim como o deles, cheio de ofensas, discussões, opressões e até tapas? É esse o amor?

Amar alguém é uma das coisas mais lindas que se pode acontecer, não é? sei lá... a forma como a pessoa chega na sua vida e começa a se tornar uma pessoa tão especial que vai te conquistando aos poucos, sempre me disseram que o amor era um dos sentimentos mais lindos.
Dizem que quando amamos alguém, sentimos falta de sono pois quando vamos dormir só conseguimos pensar naquela pessoa, dizem que sentimentos euforia, que o coração fica acelerado quando vemos a pessoa, e que sentimos as famosas borboletas no estômago.

Se tudo isso é amor, então talvez eu ame aquele homem, mas jamais poderei tê-lo.

E agora estou aqui, em frente ao espelho me arrumando pro jantar de aniversário do homem que não passa de uma completa farsa, mas para todos ele é somente Roberto Johnson, o homem devoto de bom caráter, um homem de família. Patéticos, eles não sabem metade das coisas que o querido Roberto faz e já fez.

Eu tinha seis anos na época em que morávamos em uma cidade menor do que a que moramos agora, vivíamos na fazenda do meu avô paterno. Meus pais foram em uma festa de agricultores locais junto com meus avós, mas meus pais acabaram voltando mais cedo, eu estava dormindo quando fui acordada por seus gritos, eles estavam brigando de novo e aquela vez parecia ser mais sério.
Por estar no quarto, boa parte da discussão estava abafada, pelo pouco que entendi naquele momento, parecia que meu pai estava dando em cima de outra mulher e ele não gostou quando minha mãe foi questionar a atitude, ele dizia que ela estava louca e inventando mentiras para manchar a imagem dele.

Mas eu conhecia minha mãe e sabia que por pior que ele fosse, ela amava ele. Ela jamais faria algo contra ele.
Eu podia ouvir ele chamá-la de vadia e mentirosa, e depois eu ouvi o primeiro golpe, eu pude ouvir o seu grito de dor, o seu choro, eu odiava vê-la chorar.
Me levantei da cama para ir em direção da sala, quando eles brigavam meu pai sempre parava de machucar ela quando percebia que eu estava vendo os dois.

Estava descendo as escadas, mas quando já estava próxima o bastante da sala pude vê-los no chão, meu pai estava deitado em cima dela enquanto ela implorava para que ele parasse de machucá-la e então ele bateu em seu rosto e a mandou calar a boca, ele nunca batia em lugares visíveis.
Desde aquele dia eu nunca mais consegui esquecer suas palavras:

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