Desejo Profano

Capítulo 29

— Por que acha que eu a machucaria? Eu me apaixono por aquela mulher a cada segundo do dia. — responde incrédulo.

Posso até acreditar que ele está mesmo se apaixonando, mas algo em mim diz que isso não vai durar muito, que ele vai acabar machucando ela em algum momento não muito distante.
Eu odiaria vê-la sofrer, não suportaria ver alguém magoando seus sentimentos, Sara é minha melhor amiga e também foi minha primeira paixão, eu faria tudo por aquela garota. Eu a amo mais do que já amei qualquer pessoa em toda minha vida, vê-la com ele me deixa feliz e triste ao mesmo tempo, algo em mim sempre me diz que vai chegar um dia em que tudo irá vir a tona e que a única prejudicada nessa história será ela...
Eu a amei por tanto tempo...

— Por que talvez seja isso que aconteça, ou você deixaria de ser padre por ela? — pergunto sério. — Paixão é passageira padre, o amor é o que dura, é isso que quero que faça, que a ame e que não a faça sofrer.

— Eu não sei o que farei, mas sei que estou apaixonado por ela e só de pensar em fazê-la sofrer já me dói a alma.

— Espero que isso seja verdade.

Saio da pequena varanda e volto para dentro de casa novamente, tomo um pouco de água e subo de volta pro "meu quarto".
Assim que chego no grande corredor vejo Sara saindo do quarto que estou dormindo essa noite.

— Me procurando moranguinho? — pergunto, usando o apelido que lhe dei quando nos conhecemos.

— Sim, acordei a alguns minutos e queria conversar com você, mas não te encontrei no quarto. — respondo ainda um pouco sonolenta.

— Estava na varanda esvaziando a mente, o que queria conversar comigo? – responde se aproximando e logo entrando em seu quarto.

— Queria saber como estão as coisas entre você e Adélia, percebi que você não estava muito bem hoje cedo. — sento ao seu lado na cama.

Eles mal começaram a namorar e já vivem brigando, sei que não deveria me entrometer no relacionamento dos dois, mas me preocupo com o meu melhor amigo, eu não deixaria que nada e nem ninguém o magoasse.

— Quer mesmo falar disso?

— Só se você estiver se sentindo a vontade. — sorrio para ele.

Esperei longos minutos pra ver se ele dizia algo, mas Marcos ainda permanecia calado como nunca antes, algo estava errado e eu não podia ajudá-lo pois não sei seus motivos. O que aconteceu entre eles para que ele ficasse tão relutante em me contar?

— Não faz isso, Marcos...— resmungo baixo.

— Desculpe, é so que não sei por onde começar...— suspira pesado. — Ela pensa e insinua tantas coisas que as vezes me deixa estressado e a gente mal começou a namorar. As vezes me pergunto se fiz a escolha certa.

— Se apaixonou por ela?

— Acho que sim... — responde incerto.

— Você acha? Marcos, como pode tê-la pedido em namoro se nem ao menos sabe se está realmente apaixonado?

— Em partes sim, mas...— suspiro — Mas, estar apaixonado é gostar da companhia da pessoa, pensar nela todo o tempo, se sentir bem com ela, sentir que você pode levar isso pra frente, que você conta cada segundo pra chegar a hora ou o dia de vê-la. Isso é estar apaixonado. — respondo sincera.

— É isso que sente por ele?

— O que sinto por ele vai além, é como uma paixão avassaladora, um desejo profano incontrolável, estar com ele é maravilhoso, quando estamos juntos é como se o mundo inteiro parasse, como se as horas passassem lentamente, olhar o brilho dos olhos dele me encanta, tudo nele me fascina...

Oii, desculpem o atrasado e o capítulo curto, amanhã vou postar um mais longo pra vocês.

Estou passando por um momento de luto e espero a compreensão de vocês com os capítulos.

Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar e comentar.

Bjs e até amanhã :)