Brasa

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Cadu parecia estranhamente triste, eu coloquei minha mão nas costas de Cadu o puxando ainda mais para perto e dei uma respirada profunda com um bocejar preguiçoso, como um leão selvagem quase rugindo, e ele riu.

— Eu amo quando você faz isso — disse ele — Mais do que quando você tosse e espirra ao mesmo tempo...

— Quem gosta dessas coisas Cadu?

— Eu gosto de tudo que você faz, gosto até mesmo de te ver respirar — colocou a mão no meu diafragma — do seu ronco gostoso e baixo quando dorme.

— Você está bem? Bateu com a cabeça? Febre? — brinquei

— Agora estou, você dormiu com seu celular e... eu peguei para colocar na mesinha e, não que eu estivesse fuçando mas, José você estava saindo com alguém? Por que tinha mensagem de um alguém...

— Não Cadu, eu só... bom eu estava conhecendo uma menina lá, ela era legal mas não... não aconteceu nada sério entre nós.

— Desculpa, eu não devia... — ele murmurou baixinho

— Não, não, eu tenho que ser justo com você também, você leu a conversa?

— Não, eu não faria isso, só tinha uma notificação e ela parecia estar chateado como se vocês tivessem terminados e...

— Na verdade — eu disse o interrompendo novamente e me ajeitando um pouco na cama — Eu disse que eu não voltaria mais para lá.

Ele ergueu a cabeça me olhando.

— Não posso fazer isso de novo. Eu não quero, não vou deixar vo..

Cadu rapidamente deu um beijo em mim, e eu bobo nem nada correspondi mais do que de pressa. Nossos lábios se tocaram em um beijo simples que virou uns amassos literalmente, esperei 8 anos para beija-lo novamente daquele modo. Ele além do beijo, correu com sua boca passando a língua nos meus lábios de modo provocativo, beijou minha bochecha e até mordiscou, era um perigo aquelas carícias provocativas de Cadu, eu estava começando a me excitar, e minha mente já divagava na ideia do que eu faria com Cadu, estava quase perdendo o controle quando o segurei um tanto assustado e ele pareceu também se dar conta se contendo, nós dois estavamos duros feito pedra lá embaixo.

— Desculpa —  balbuciei.

— Não, não... acha que — riu incomodado — Acha que o nossos pais está vendo isso do outro lado?

Ele riu da sua própria insanidade
E eu ri todo sem graça coçando sua nuca.

— Como é difícil quebrar esse paradigma — disse ele e rindo se afundando com a cabeça no meu  peito e segurando minha camisa e amarrotado a mesma.

— Desculpa, desculpa eu não... me-merda eu, e-eu- é que...

Eu não sabia o que dizer, que sensação bizarra pensar em nossos pais. Eu não acredito em vida pós morte mas e se...

— Tudo bem gaguinho, eu te entendo — ele falou e eu sorri agoniado —  Sabe o que eu pensava? Que os anjos estavam zangados, é sério.

— “Os anjos observam você e ficam zangados quando não fazem as coisas certa” — parafraseei a frase que minha mãe dizia para nós quando éramos pequenos e aprontávamos.

Cadu riu.

— Imaginar o pai bravo com gente do outro lado é como pensar nos anjos zangados — Cadu disse aos risos, e mordeu levemente o meu peitoral por cima da camisa enquanto ria

— Para Cadu, para, poxa... eu tô falando sério, sei lá me sinto vigiado e eu nem acreditava em vida pós.morte até um minuto atrás. — disse eu seriamente incomodado e Cadu parou de rir.

Amor Azul CentáureaOnde histórias criam vida. Descubra agora