Me dei conta de que estávamos sentados no tapete felpudo, ele deitado com a cabeça no meu colo, estávamos ainda sujos, parecia bem mais tranquilo, eu mexia em seu cabelo enquanto ele com as pontas dos dedos brincava enroscando os nos pelos abaixo do meu umbigo, ele ainda estava com a cara de choro, e bem quietinho.
— Quer me dizer?
Ele demorou a responder a pergunta, mas parou e virou a cabeça para cima me olhando.
— Eu acho agora... quer dizer eu já suspeitava que Hugo e Rodrigo tinham algo, algum acordo eu não sei... agora tenho certeza.
— Por quê?
— Eu me internei, e bom eu fiz todo o tratamento, e isso foi ha três anos ou quatro não me lembro... eu mesmo quis. Mas quando completou um ano que eu estava limpo, bom... eu estava na empresa do pai, eu era o diretor geral, e... uma equipe médica entrou lá, foi uma internação compulsória.
— Do nada? Por que?
Cadu deu os ombros.
— Foi assim... o pai assinou minha internação, sem ele nem saber que havia assinado. Quando os médicos me levaram ele não estava lá na empresa, era sábado só eu estava lá trabalhando, eu gostava de ficar lá e cuidar dos negócios.
— Como assim ele assinou sem saber?
— Nem ele sabia depois. Mas eu fui levado, foi horrível José eu fiquei 9 longos meses em uma clínica psiquiátrica contra minha vontade, e não era um lugar bom, Hugo me colocou num pulgueiro. Eu não namorava ainda Rodrigo. — deu uma pausa — Mas foi ele quem ajudou meu pai a me achar... foi sim, mas agora acho que ele não ajudou nada. Tudo faz mais sentido.
Limpei as lágrimas dele.
— Hugo forjou a minha internação, nesse meio tempo Pandora assumiu meu lugar e pai achou que eu tinha caído no mundo das drogas de novo o pai não sabia a onde eu estava, foi depois disso que o pai adoeceu, mas não foi culpa minha, ele ficou num grande desgosto, e você estava fazendo treino para passar na prova de atirador naval, nada podia estragar seu objetivo.... mas depois de nove meses o paí me achou lá, na clínica, junto de Rodrigo — explicou Cadu com a voz de choro.
— Aí você e Rodrigo ficaram juntos?
— É, foi... ele dizia para eu deixar isso para lá, que talvez tenha sido meu pai mesmo que me internou e não Hugo, que era coisa da minha cabeça e meu pai já não estava batendo bem da cabeça e de saúde. — acrescentou Cadu — Mas o pai não faria isso, ele sabia... eu conversei com ele sobre essa minha suspeita... ele só me pediu desculpas por assinar papéis sem saber mas ele nem se lembrava se foi ele. Fiquei tão chateado, e a Pandora era melhor que eu na direção o pai elogiava ela. No fim nem o pai soube que eu estava internado contra minha vontade.
Cadu falava tocando a pele do meu abdômen nu com a ponta dos dedos, como uma criança distraída.
— Merda, Cadu.
Ele ergueu o pulso me mostrando um risco por onde a sua tatuagem escondia a marca da cicatriz.
— Tentei me matar lá na clínica que fiquei internado. — falou ele e eu segurei seu pulso olhando.
Senti uma puta dor que nem era minha.
— Duas vezes uma delas tomei uma porrada de remédios roubados — riu frustrado — Eu queria matar o Hugo, queria tanto o meu cargo de volta, mas... as coisas estavam indo bem na empresa e eu desisti, Rodrigo me convencia a ideia de não fazer nada, então... ele e Hugo estavam juntos, Zé eu fui usado, mas acho que realmente Rodrigo se apaixonou por mim, vi várias vezes ele e Hugo discutindo. Uma vez Rodrigo arrebentou ele no murro... acho que o acordo deles estava meio termo...
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Amor Azul Centáurea
RomanceAlerta de gatilhos história para +18 Suas pernas encaixaram-se em minha cintura e eu estava muito apressado, eu queria muito explorar o seu corpo, mas também queria muito tirar o atraso de algo que queríamos e nunca tivemos, eu queria comer ele ali...