CAPÍTULO-QUINZE

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Já eram quase quatro menos um quarto da tarde quando Dandara chegou em casa, mas algo estava diferente, o delicioso cheiro da comida e das flores espalhadas pelo chão invadia o ambiente.

Sekane apareceu segurando um buquê de orquídeas vermelhas, as preferidas dela. Ainda paralisada na porta, Dandara olhou admirada para o marido, sem acreditar no que via.

Ele também estava muito bem apresentado, vestindo uma calça jeans preta e uma camisa da mesma cor. Seus cabelos crespos estavam arrumados, ele estava lindo só para ela. Sekane se aproximou da mulher e roubou-lhe um selinho, com um enorme sorriso, entregando-lhe as flores. Dandara recebeu ainda em choque.

— São suas preferidas. — Disse ele, abraçando-a. — Estava com saudades, meu amor. Por favor, vamos parar de brigar?

— Sekane, o que significa isso? — Perguntou Dandara, olhando em volta.

A mesa atrás do sofá estava posta e decorada com as mesmas flores.

— Você não gostou? — Expressou Sekane, engolindo em seco, observando cada expressão da esposa.

— Não é isso, é que... Eu não esperava por isso. — Sekane riu com a reação da esposa e se aproximou mais dela, envolvendo seus braços musculosos em volta da cintura dela.

— Eu sei. Eu queria fazer uma surpresa. — Respondeu ele, virando a esposa para si e capturando seus lábios, pegando-a de surpresa.

Sekane não deixou a esposa fugir do seu beijo. Ele deixou seus lábios e foi deixando beijos em seu pescoço e chupões.

— Eu preciso de você, amor. Eu preciso muito de você. — Sussurrou ele no ouvido dela, com a voz rouca cheia de desejo e paixão.

Dandara engoliu em seco e, por um reflexo, acabou por empurrar Sekane para longe de si. Ele, por sua vez, a olhou confuso.

— O quê? O que foi?

— Nada. — Respondeu Dandara, desviando o olhar do esposo.

Sekane lambeu os lábios e os comprimiu no ato de nervosismo. Sekane se virou para dar as costas, mas logo se voltou para ela, irritado.

— Nada? Nada, Dandara?

— Olha eu...

— O que porra? Você o quê? Já faz dois meses que estamos nisso, caramba.

— Não fale comigo assim. — Disse Dandara, mudando sua expressão também para irritação.

— Olha ao seu redor, eu tento todos os dias te agradar, eu tento ser melhor para você, olha, fiz essa surpresa para você e você me vem com esse papo de novo?

— Eu perdi meu filho, Sekane.

— EU TAMBÉM PERDI MEU FILHO, DANDARA. EU TAMBÉM ESTOU SOFRENDO, PORRA, POR QUE VOCÊ NÃO ENTENDE ISSO? — Vozeou Sekane, perdendo o controle. — Quer saber, eu vou embora daqui antes que faça algo que possa me arrepender depois. Eu entendo que você esteja magoada, mas não faça isso conosco, por favor, não faça. — Concluiu Sekane.

Dandara   da a volta no sofá e joga tudo para o chão, fazendo  Sekane parar de andar

— É  isso que faz, você Prometeu cuidar de nós,  você jurou que nada de mal ia acontecer a nós, mas olha onde estamos? — Indagou Dandara, com os olhos marejados e com um nó na garganta. Sekane não respondeu, apenas saiu batendo a porta com força.

Dandara olhava para a porta fixamente, sem expressão. Não entendia o motivo da explosão do marido, afinal, não era ele quem sentia a dor de carregar um bebê e depois simplesmente não poder vê-lo, ele não tinha o direito de fazer isso.

Dandara jogou as flores no sofá e foi para o quarto.

***

Em frente ao grande hotel, Sekane observava o cartão na mão contendo informações de Kelly, confuso e sem rumo, pensando se aquilo era o certo a fazer. Sem pensar muito, ele acabou por tirar o celular do bolso e discar o número da mulher. Pouco tempo depois, ela atendeu.

— Oi? Podemos nos ver? Eu preciso muito conversar. — Disse ele, após a mulher na linha responder.

Sem esperar muito, ele desligou o telefone e saiu do carro, dirigindo-se para dentro do hotel.

Na recepção, Sekane falou com a mulher atrás do balcão, que lhe deu acesso ao quarto onde Kelly estava hospedada. Então, agradeceu e dirigiu-se ao elevador. Poucos minutos depois, Sekane chegou ao quarto dela, onde Kelly já o esperava na porta, com um sorriso de lado, vestindo apenas calcinha e sutiã preto.

— Eu...

— Entre, querido, eu sei por que está aqui. — Disse ela, dando passagem para ele.

Sekane olhou para a mulher esbelta e engoliu em seco. Sem pensar duas vezes, ele a agarrou pela cintura, beijando sua boca com fome e desejo.

Tropeçando em seus próprios desejos, eles entraram no quarto e Kelly fechou a porta atrás de si. Sekane olhava para a mulher e o rosto da esposa aparecia em sua mente, ele sorriu.

— Você é muito linda, amo cada pedaço seu. — Afirmou, voltando a beijar a boca de Kelly, pensando que era Dandara.

A sede pelo desejo falava mais alto, o clima quente e erótico os deixava embriagados de tesão. Kelly gemia enquanto a boca de Sekane explorava sua intimidade, fazendo-a puxar os lençóis da cama e clamar por mais.

Sekane tirou toda sua roupa e, sem esperar mais tempo, penetrou a mulher, que gritava de prazer.

Ele foi se movimentando dentro dela com força e selvageria, os movimentos ritmados espalhando suor por toda a cama. Quando estava no ápice do prazer, Sekane retirou seu membro e gozou na barriga de Kelly, que sorriu ao sentir o líquido quente sobre si.

Sakene voltou à realidade e percebeu a besteira que fez. Kellyem ver suas feições, sorriu alto, chamando a atenção dele.

— Do que estás a rir? — Perguntou, ele, pegando suas roupas e vestindo-as.

— Da tua cara. Achas mesmo que este é o momento para arrependimento? — Sekane olhou para Kelly com desprezo e não respondeu. — Olha, ainda é cedo, podemos nos divertir mais. — Acrescentou ela, aproximando-se dele, mas Sekane se afastou. Kelly, por sua vez, riu da situação.

— Não, obrigado. E só uma coisa, mantenha esse bico fechado. — Avisou ele, pegando o rosto das suas coisas e caminhando até a porta.

— Isso é o quê? Uma ameaça?

— Isso não vai acontecer de novo, foi um erro ter vindo. — Disse ele, pegando a maçaneta da porta. Voltou seus olhos para Kelly, que ainda estava estendida na cama, e disse: — Sumo. É um aviso. — Dito isso, Sekane saiu pela porta e foi embora, desejando esquecer esse dia.

— Maldição, maldição. — Dentro do carro, ele praguejava, batendo com força no volante. — O que foi que eu fiz? O que fiz, meu Deus? Ela nunca irá me perdoar. Droga, droga!

Omona Wa Makongo |Dark Romance |Onde histórias criam vida. Descubra agora