CAPÍTULO-QUARENTA E CINCO

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Atenção gatilhos: capítulo contém informações pesadas.

Sekena e seus colegas  foram sentenciados à prisão perpétua,  levados à província de  Morumbi, província de Ruanda. 

O ambiente na prisão era sombrio e obscuro, com paredes de concreto cinzentas e corredores estreitos e úmidos. O cheiro de mofo e sujeira pairava no ar, adicionando ao clima de desespero e desolação. Sekena sentia um medo constante, uma ansiedade que o consumia a cada minuto que passava naquele lugar.

A sensação  de estar a cair num buraco negro sem fim, era horrível,   uma sensação que ele jurou nunca mais senti, pois era isso que o assombrava  quando pequeno no orfanato.

Os dias em que a chuva era a alegria  e os dias secos  era a tristeza,  Sekena  se via numa  troca de sensações de assombrações.  Os demônios do passado  surgiram fazendo-o recuar  e se afundar no mar negro de emoções.

As lembranças  das caçadas  noturnas   voltaram, os risos das crianças em sua volta, a humilhação por ser um monstro,  como era chamado,  as lágrimas rolavam por sua face.  E os dias de violência  que tiraram  sua dignidade.

As meninas odiavam-o, por ser diferente  talvez,  batiam-no, e o chamam de esquisito,  estranho,  monstro,  e faziam ele correr  pelos corredores escuros  durante a noite.

Era uma tortura para aquele menino que nada fazia de mal, mas  que o mundo foi cruel com a sua existência. 

A convivência com os outros detentos era brutal. Havia constantes brigas e discussões, muitas vezes terminando em violência física. Os olhares ameaçadores e os gestos hostis eram uma presença constante, tornando ainda mais difícil para Sekena se sentir seguro e protegido. Ele se tornou um alvo fácil para os mais fortes e mais violentos, que viam nele uma presa fácil para ser intimidada e humilhada.

O diálogo com os outros detentos eram cheias de ameaças e insultos, cada palavra carregada de violência e agressão. Sekena era constantemente provocado e provocado pelos outros, obrigado a se defender de acusações e acusações injustas. Ele se sentia acuado e acuado, sem ninguém em quem confiar ou em quem se apoiar.

A forma como Sekena era intimidada e humilhada era cruel e desumana. Ele era constantemente submetido a torturas psicológicas e físicas, sendo forçado a se submeter a atos humilhantes e degradantes. Sua dignidade era constantemente pisoteada e violada, deixando-o cada vez mais destruído e desesperado.

A acusação do assassinato que Sekena enfrentava era a gota d'água. Ele era constantemente lembrado das acusações que pendiam sobre ele, das vítimas que havia feito e das vidas que havia destruído. A pressão e o peso da culpa eram esmagadores, fazendo com que ele se sentisse cada vez mais sozinho e desamparado.

Sekena se via presa em um lugar onde não havia esperança, onde a violência e a crueldade reinavam soberanas. Ele lutava para manter sua sanidade e sua humanidade, para não ser consumido pelo ódio e pela dor que o cercavam. A vida na prisão era um pesadelo constante, uma batalha diária pela sobrevivência e pela dignidade. E Sekena sabia que, enquanto estivesse ali, ele estaria perpetuamente condenado ao sofrimento e ao desespero.

— Ei, ai você. —Chamou o homem  robusto,  negro  como a escuridão,  com a pele  cheia de tatuagem e cicatrizes.  Seu sorriso era perturbador o que deixa Sekena em constante alerta. —  Eu vou fazer você minha cadelinha. — Conclui ele, com o seu olhar  negro sob Sekena.

Ele estava sentado na sua cama em direção a grandes, onde é possível ver os outros detentos olharem para ele como um pedaço de carne.

— Estou a falar  com você. Não me ouviu? – Disse, o homem  que estava no outro canto. 

Os outros apenas riam da situação,  como se tivesse vendo  a maior comédia de sempre. 

O homem  de quase dois metros  se levantou e os dois que estavam com ele também  o fizeram.  Ele caminhou até Sekena.  Ele toca no seu ombro o chamando.

—  Sabe, eu estou com fome.  — Afirmou, ele com o sorriso malicioso nos lábios.  –  E estou com uma grande vontade de comer uma boa picanha. —  Ele lambeu os lábios de forma  noja, mesmo  com tudo isso, Sekena  não emitiu nenhum som

Ele estava em seu próprio mundo, lutando contra os seus demônios internos. 

— Olhem, ele não fala, desde que chegou aqui. – Comentou o outro detento  que assistia tudo.  — Acho que temos que mostrar a ele quem manda aqui. —  Concluiu ele, e todos soltaram  gargalhadas altas   e meneavam a cabeça  em concordância.

— Logo, logo ele estará a gritar como uma menininha assustada.  – Disse, o detento magrinho. — Grandioso mostre ele.

— Igual as outras crianças que ele matou. — Respondeu o   detento baixo. 

— Já  chega,  quero que façam silêncio.  — Ordenou   grandioso. Ele então olhou para Sekane  e num movimento rápido,  o grandioso segurou  Sekena   pelo cabelo e o puxou com tanta força que o fez cair de joelhos. Sekena estava imobilizada, com medo estampado em seu rosto. O detento magrinho e o detento baixo se aproximaram, prontos para fazer o que o grandioso ordenou.

A violência se abateu sobre Sekena sem piedade. O detento magrinho o golpeou repetidamente, enquanto o detento baixo ria cruelmente. Sekena sentia a dor pulsando por todo o seu corpo, sua alma sendo dilacerada a cada golpe. Ele gritava, suplicava por misericórdia, mas seus gritos eram abafados pela risada sádica dos detentos.

O grandioso observava, impassível, como um espectador de um espetáculo macabro. Ele sabia que aquela violência era apenas o começo, que ainda havia muito sofrimento reservado para Sekena. E foi então que ele ordenou que o detento magrinho parasse.

— Agora é a minha vez. — Disse o grandioso, com um sorriso perverso no rosto.

Ele se aproximou de Sekena, lentamente, como se estivesse saboreando cada segundo daquele momento. E então, sem qualquer piedade, ele começou a violá-lo de forma brutal, selvagem, sádica. Sekena sentia a dor rasgando seu corpo, seu espírito sendo quebrado, sua mente sendo levada para um lugar sombrio e terrível.

A violência sexual contra Sekena continuou por horas a fio, uma tortura que parecia não ter fim. Ele tentava resistir, tentava lutar contra seus agressores, mas estava completamente indefeso, completamente à mercê da crueldade daqueles homens.

Quando finalmente terminaram, Sekena jazia no chão, quebrado, humilhado, destroçado, o pequeno  Sekena  olhava para ele   com os olhos cheios  de lágrimas. Ele não tinha mais forças para gritar, para suplicar, para lutar. Tudo o que lhe restava era a dor lancinante que o consumia por dentro, a vergonha que o enclausurou, o medo que o dominava.

A violência sexual contra Sekena fora tão sádica, cruel, sombria que deixara uma marca indelével em sua alma. Ele nunca mais seria o mesmo, nunca mais conseguiria se recuperar daquele tormento hediondo que lhe fora infligido. E os responsáveis por aquela barbárie? Eles simplesmente riam, satisfeitos com o mal que haviam causado.

Nunca houve justiça para Sekena, apenas dor, sofrimento, desespero. E a violência sexual que ele sofrera se tornara apenas mais uma cicatriz em sua carne, mais uma lembrança de que, para alguns, a crueldade e a maldade não têm limites. Não  para ele, nem para as Vítimas que ele tirou a vida.

FIM…



Ei pessoal, chegamos ao recta final de mais uma obra,   foi com grande entusiasmo que foi compartilhar cada emoção com você, muito obrigada por cada comentário e votos,  patilhas, sem vocês não estaria aqui.

Gostaria de agradecer em especial duas leituras aqui, vocês foram mais que leituras foram amigas , muito obrigada.

@mireleferreira5 e @Cacildapereira

Omona Wa Makongo |Dark Romance |Onde histórias criam vida. Descubra agora