CAPÍTULO -TRINTA E SETE

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Atenção: capítulo contém informações pesadas sobre violência física. 


O quarto em que está presa é luxuoso, com móveis de couro preto, iluminação baixa e uma cama imponente no centro. As paredes são cobertas por espelhos, criando um ambiente opressivo e claustrofóbico. Ela sente o cheiro de perfume caro no ar, misturado com um odor metálico e apodrecido, que faz seu estômago revirar de pânico.

O som de passos se aproximam , e Dandara sente seu coração acelerar. Ela tenta se lembrar de todas as vezes em que tentou escapar, todas as portas trancadas, as janelas sem saída. A sensação de impotência a consome, a angústia tomando conta de seu peito e apertando sua garganta.

A porta se abre lentamente,  um Sekane  imponente. Seus olhos frios analisam Dandara, fazendo-a se sentir nua e vulnerável. Ele se aproxima e a encara com um sorriso sádico nos lábios, fazendo-a tremer de medo.

Estava ensanguentado,  se perguntava de quem era o sangue que escorria por sua mãos. Só o fato de imaginar que mais uma inocente havia perdido a vida , seu coração afunda

— Gostou querida?  Isso foi por  você.  — ele diz, sua voz ecoando no quarto vazio. Dandara virou o rosto para qualquer ponto, porque era desagradável olhá-lo com aquilo tudo de sangue.

O pânico toma conta de Dandara, a ansiedade a sufocando enquanto ele se aproxima cada vez mais.

As lágrimas escorrem pelo rosto de Dandara, a aflição tomando conta de seu ser. Ela sabe que não há escapatória, que está nas mãos de um predador cruel e implacável.

A atmosfera estava densa, o ar parecia pesado com a tensão que emanava de cada palavra. Sekane, com um olhar que alternava entre a preocupação e a raiva, observava a marca vermelha e inflamada que se destacava  no  pescoço de Dandara. A violência da marca era um testemunho silencioso do que havia ocorrido mais cedo e a ausência de uma cobertura sobre ela não era um descuido, mas uma escolha deliberada.

— Porquê não cobriu essa marca? —  A pergunta de Sekane era direta, cortante como uma faca, e esperava uma resposta igualmente direta.

— Eu não quis. — A resposta veio firme, quase desafiadora, e era claro que havia mais por trás daquelas palavras do que uma simples recusa. Era um ato de resistência, uma pequena faísca de rebeldia que se recusava a ser apagada.

— Você aqui não tem que querer nada, ainda não entendeu? — Sekane estava claramente irritado, e a ameaça implícita na sua voz fazia o coração de Dandara bater mais rápido. O nervosismo era palpável, e uma onda de ansiedade começava a crescer, alimentada pelo tom de voz e pela incerteza do que poderia acontecer a seguir.

— E se eu não quiser fazer nada que você mande? Vai fazer o que? Me matar?—  A pergunta era uma mistura de coragem e temor, um ato de desafio que poderia ter consequências terríveis. O medo de uma resposta violenta era real, mas havia algo mais forte do que o medo impulsionando aquela ousadia.

— Oh! Meu amor. — A resposta veio envolta em uma falsa ternura, uma manipulação emocional tão carinhosa quanto venenosa. — Eu não irei matá-lo, entretanto, te garanto que não irá gostar do que farei com você, te aconselho a não me desafiar. — As palavras de Sekane eram como uma promessa de  ameaça velada que prometia um tormento pior do que a morte.

A tensão entre os dois era como uma corda prestes a arrebentar, cada palavra aumentava o suspense e a sensação de pânico. A  interação era confusa, uma mistura de medo, raiva e um estranho tipo de ligação que tornava tudo ainda mais angustiante. Era uma dança perigosa, onde cada passo poderia ser o último, e cada respiração poderia ser a que precede o grito de terror por parte de Dandara que não ousava olhar para ele. 

O silêncio ponderou por alguns segundos,  até ser cortado por Sekane. 

— Olhe para mim. — Ordenou, ele assim que chegou perto dela. Dandara por sua vez não moveu um músculo. 

Sua visão  estava na porta do guarda-fatos, embora pudesse vê-lo pelo reflexo do esposo que ali estava.

— Prefiro esta cega ou que arranque meus olhos fora a olhar para si. — Rebateu Dandara,  totalmente  seca.

Sekane ficou furiosa com a insolência dela e aproximou-se mais, agarrando-a pelos cabelos e obrigando-a a olhar para ele.

— Você vai olhar para mim e me mostrar respeito, sua vadia! — Gritou ele, apertando com força os cabelos dela. Dandara gritou de dor, mas não cedeu, mantendo seu olhar frio e desafiador.

A raiva tomou conta de Sekane, que perdeu o controle e começou a agredi-la com violência, socando-a e chutando-a sem piedade. Dandara gritava de dor, implorando por misericórdia, mas as palavras eram abafadas pelos golpes brutais.

A dor da alma de Dandara era insuportável, o pavor em seus olhos era visível, enquanto a desumanidade de Sekane mostrava-se clara como o dia. A angústia daquele momento era palpável, um ambiente pesado e sufocante.

Quando finalmente acabou, Dandara estava estendida no chão, banhada em sangue e lágrimas, com o corpo marcado pelas marcas da violência. Sekane olhou para ela com desprezo e revolta, sentou-se na cama  e passou as mão pelo rosto  nervoso. 

— Olha, o que você me faz ser?  Eu não quero ser um monstro para você  porra. — Declara ele, completamente descontrolado.  — É  tudo culpa sua . Merda. — Ele balançou a cabeça diversas vezes, negando freneticamente o ocorrido. 

— Vou cuidar de você.  —  Disse,  após levantar da cama e pegar, Dandara no colo e levá-la ao banheiro. 

Sekane cuidou das feridas de Dandara com mãos precisas e firmes, mas sem nenhum traço de afeto ou carinho. Ele tratava das feridas com eficiência, como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação. Dandara olhava para ele com olhos cheios de dor e tristeza, esperando por um gesto de conforto que nunca veio.

Enquanto Sekane aplicava os curativos, ele falava de forma brusca e direta, sem nenhum resquício de compaixão em sua voz. Ele estava ali apenas para cumprir a tarefa de cuidar das feridas  que ele fez a ela, mas sem demonstrar nenhum tipo de afeto ou preocupação genuína.

— Quero você no jantar e se for inteligente,  não vai desobedecer.  — declarou, ele enquanto fazia os curativos. Dandara não ousou dizer uma só palavra,  pois o medo dele ser violento novamente era maior. 

Quando terminou, Sekane simplesmente virou as costas e saiu do banheiro, deixando Dandara sozinha com suas dores e cicatrizes. 










Boa tarde, pessoal. Era para ter postado ontem,  mas eu não gostei do capítulo então tive que reescrever.  E por os capítulos serão postado  um dia sim e um não.

Espero que gostem, votem e comentem. Beijinhos da Asornegro-Dark.

Omona Wa Makongo |Dark Romance |Onde histórias criam vida. Descubra agora