CAPÍTULO- TRINTA E TRÊS

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Enquanto a noite caía e a escuridão tomava conta da casa, Dandara se viu sozinha em um ambiente que antes era seu refúgio. Cada sombra parecia esconder um segredo, cada suspiro ecoava como um presságio sombrio. Ela sentiu um calafrio passar pela espinha, um medo que não conseguia explicar.

E então, um barulho estranho vindo do quarto fez Dandara gelar. Ela segurou a respiração, temendo o que poderia encontrar. Com passos hesitantes, ela se aproximou da porta e a abriu lentamente. O que viu a fez gelar até os ossos.

No meio do quarto, Sekane estava sentado na cama , com um olhar vazio e distante. Em suas mãos, ele segurava algo que Dandara não conseguiu identificar de imediato. Chegando mais próxima,  ela percebe que o que se ex segurava um pedaço de tecido rasgado, que correspondia ao  seu pijama . Seus olhos encontraram os dela, e a expressão em seu rosto era de puro ódio. Dandara sentiu o chão se abrir sob seus pés, engolindo em seco ele quebrou o silêncio duro que se instalou. 

— O que faz aqui? — Sekane, por sua vez, nada disse.  Apenas levou o pedaço de pano ao nariz e inalou o cheiro que nele estava.

Dandara sentiu um aperto no peito, e podia ouvir o coração acelerando. Ela sabia que algo estava errado, Sekane levantou-se lentamente da cama, seus olhos fixos nos dela, como se estivesse hipnotizado por algo obscuro. Ela recuou, sentindo um misto de medo e angústia tomar conta de seu peito.

O silêncio era ensurdecedor, as sombras dançavam ao redor dos dois como se tivessem vida própria. Dandara estava confusa, pois esse nunca foi o comportamento dele, tantas perguntas para fazer,  porém, não  existia  coragem  para tal.  Ela deu as costas e tentou correr até a porta, mas algo a puxou para trás todavia foi impedida por ele que a puxou pelo braço e jogou-a na cama. 

Desesperada, ela olhou  e viu Sekane sorrindo, um sorriso macabro que gelou seu sangue.

A atmosfera estava densa, o ar pesado como chumbo. Dandara sentia o pânico a subir pela espinha, uma serpente fria e sinuosa que se enroscava em seu âmago. Sekane estava ali, a figura antes amada, agora transformada em algo sinistro, um espectro de ciúme e acusação.

O sorriso dele, distorcido e cruel, era como uma faca a rasgar a normalidade da noite. Aquele sorriso não era de alegria, mas de triunfo sombrio, como se Sekane saboreasse o controle que exercia sobre o medo crescente de Dandara.

— Estava muito linda, sorrindo para aquele macho. Estou curioso, Dandara. — A voz dele era calma, mas cada palavra caía como um peso, afundando-a mais na aflição.

Os olhos de Sekane a devoravam, não deixavam nada ao acaso. Analisavam cada tremor, cada suspiro contido, cada batida acelerada do coração dela que parecia querer fugir do peito. Dandara sentia-se nua sob aquele olhar, vulnerável e exposta.

— Do que você está a falar? — A pergunta saiu fraca, a voz trêmula traía o terror que a consumia.

— Você sabe muito bem, meu amor. Ah, como você sabe. — Sekane saboreava cada sílaba, cada palavra uma gota de veneno.

— Sekane, por favor... — Dandara implorava, a voz mal conseguia ultrapassar o nó em sua garganta.

— SEKANE POR FAVOR O QUÊ? — O grito dele explodiu no silêncio, um trovão que estilhaçou qualquer esperança de compaixão.

O medo era palpável, uma entidade viva que se alimentava do desespero crescente. Dandara sentia-se presa em uma armadilha, cada movimento, cada súplica, apenas apertava mais os grilhões invisíveis que Sekane havia forjado com suas suspeitas e sua loucura.

O pânico tomava conta, a ansiedade a sufocava. A mente de Dandara gritava por fuga, mas o corpo não obedecia, paralisado pela sombra ameaçadora de Sekane. Ele era o monstro debaixo da cama, o pesadelo que se torna carne e osso, e ela sabia que não havia para onde correr.

—  O- Que- Você quer?

— O que eu quero? Um amor. — Sussurrou ele enquanto se aproximava dela. — O que eu quero.  — Sekena  umedeceu os lábios inferiores  e prosseguiu após agarrá-la pelas tranças. — Eu quero a verdade,  quem era aquele imbecil que estava consigo? Quem? – Berrou,  ao aplicar mais força no puxão,  fazendo com que a cabeça dela tombe para trás e ela gemer de dor.

— Me solta, por favor.  Por-favor Sekane. — Choramingou,  com os olhos fixos na expressão sombria do ex- marido. — Por favor!

— Porquê ? — Indagou,  Sekena ao aplicar mais força no puxão.  — Porquê devo soltá-la? Ahn, PORQUÊ PORRA.
— Berrou, enquanto sacudia ela.

Sekena a puxa mais para si, achando com o espaço entre ele, ele cheira o pescoço dela e depois deixa um  beijo na região. Dandara tenta esquivar-se  do toques dele, a expressão de pavor desenhou sua face,  a ansiedade tomou conta de si. 

— Não,  Sekane  por- por  favor,  não- não  faço isso. Por favor.  — suplicou,  Dandara  temendo pelo pior. 

—   shhh, silêncio.  Você não tem o direito de fala. — Declarou,  ele e num movimento rápido,   Sekena  tirou uma seringa que continha droga e injetou nela, Dandara abriu a boca surpresa e não demorou muito para que apagasse— Conversarmos depois meu amor,  agora descansa.

☆☆
Quando Dandara finalmente acordou, encontrou-se presa numa sala escura e desconhecida, sem lembranças do que havia acontecido depois de ter sido injetada com a droga. O pânico tomou conta dela, as emoções misturadas de ansiedade e desespero faziam com que seu corpo tremesse.

O coração acelerado de Dandara refletia o medo e a confusão que ela sentia, enquanto Sekena observava a cena com um olhar sombrio e calculista, pela janela de vidro fundo. 

Cada segundo que passava naquela sala sombria aumentava a sensação de mistério e incerteza sobre o que iria acontecer a seguir. Dandara lutava para manter a calma, mas a sensação de medo e a sensação de estar completamente sozinha a consumiam.

O ambiente opressivo e a presença ameaçadora de Sekena alimentavam as emoções intensas que Dandara experimentava. O suspense e a tensão pairavam no ar, fazendo com que cada respiração fosse carregada de nervosismo e medo,  Dandara é  envolvida num turbilhão de sensações perturbadoras que a mantinham cativa e assombrada pelo desconhecido.

Eram tantas as perguntas em sua mente, como? Porquê,  onde?  Sua mente gritava por socorro,  estava em perigo e não sabia como lidar com isso, por mais que tivesse treinamento  policial, seu psicológico se recusava a raciocinar por soluções. 

Uma porta se abriu,  que atraiu  a atenção de Dandara  e as luzes também se acederam, tudo em fracções de segundos, assustando ela. Dandara engoliu em seco,  sua mente logo acendeu uma luz vermelha,  que a dizia que estava em perigo.  

Omona Wa Makongo |Dark Romance |Onde histórias criam vida. Descubra agora