O clima na pequena cidade de Kigali era tenso naquela manhã . As noticias sobre a acusação de violência sexual contra uns dos homens mais conhecidos estavam se espalhando rapidamente, e as pessoas estavam divididas entre a incredulidade e a indignação. Sekai, era visto como um cidadão exemplar pela comunidade. No entanto, as evidências apresentadas pela jovem vítima eram convincentes e perturbadoras.
Várias fotos dela com hematoma havia sido tiradas e publicadas nas redes sociais e consequentemente compartilhadas entre usuários das mesmas.
Dandara viu sua vida mudar da noite para o dia, não sabia o que pensar ou como agir diante de um situação tão profunda e problemática, era uma mulher que havia sido agredida, tirada sua pureza e dignidade, e o único suspeito é seu marido.
Algo lhe diz que nada disso era verdadeiro, que talvez seja mentira ou que a vítima possivelmente havia cometido um crime e simplesmente queria se livrar, eram tantos pensamentos que sentia dor forte e qualquer hora poderia ficar louca.
Seu coração dizia para acreditar no marido, mas sua razão dizia-lhe que tudo estava muito mal contado, a muita coisa que ai não estavam claras.
— Você não pode fazer isso. Olha o Sekane jamais faria algo assim e você sabe disso, Cláudia.
— Dandara, eu já apresentei as provas para você, eu não estou a fazer nada que a lei não me permitisse. -- Respondeu, Cláudia, olhando para o rosto abatido da amiga.
Dandara passou a noite em claro na delegacia da mulher, tentando resolver a situação do esposo, porém sem sucesso nenhum.
— É impossível isso, sabe a probabilidade disso acontecer?
— Ah... Não sei.. Talvez cem por cento?
— Zero. Zero, Cláudia. — Esbraveja, Dandara perdendo a paciência. — Eu conheço o meu marido e sei que nunca faria isso.
— Talvez você não o conheça assim tão bem, talvez ele seja um ..
— Um o que? — Indaga, Dandara se aproximando da mesa da colega. — Não ouse chamar meu marido disso.
— O que ? Que ele é um estuprador?
— NÃO , NÃO É.
— É SIM. — Gritou de volta, Cláudia ao se levantar da sua cadeira. — Eu sinto muito que você esteja a passar por isso, eu ... de verdade lamento muito, Dandara, mas aí estão as provas. Eu não estou a fazer nada que a lei não determinasse.— Dandara, balança a cabeça diversas em negação, engolindo a saliva, ela diz.
— Você está a fazer isso só para me magoar , já entendi.
— Não tem nada haver, esse é o meu trabalho, foi para isso que eu estudei e é nisso que acredito, eu acredito nas mulheres. — Diz Cláudio, olhando seriamente para Dandara. — As falas estão aí. Nas imagens Kelly aparece com machucados na região do pescoço, rosto e braço o que indica que havia sido usado uma força maior, nenhuma mulher faria isso só para chamar atenção de um homem. — Rebateu, Cláudia, mostrando cada foto para Dandara.
— Eu não acredito nisso. — Replicou, Dandara decepcionada e magoada. — Eu sei que o meu marido jamais faria isso com alguém, você também sabe.
—Pois bem, eu não posso fazer nada em relação a isso.
— Ahn claro, pensei que era minha amiga, agora vejo que Sekane sempre tinha razão, você não gosta e nunca gostou dele, isso aí, é só a prova dessa palhaçada toda. — Disse, olhando friamente para a mulher à sua frente.
- Dandara, eu não estou aqui para discutir nossa amizade, estou aqui para fazer justiça. E se as provas apontam para seu marido, eu não posso simplesmente ignorar.— Rebateu, Cláudia, simples e objectiva. — E se você está tão preocupado assim com o seu marido, porque não faz nada para o tirar daqui ou melhor provar que a justiça está a cometer um erro?
Dandara, por sua vez move a cabeça de um lado para o outro e diz.
— Isso não vai ficar assim, e fique a saber que a nossa amizade acabou aqui.— Dito isto, Dandara saiu da delegacia com o coração apertado, sem saber em quem acreditar. Enquanto caminhava pelas ruas desertas da cidade, sentia um arrepio na espinha e a sensação de que estava sendo uma tola. Seu coração dizia uma coisa e sua mente outra, mesmo sabendo que Cláudia detenha razão, não poderia desacreditar na lealdade do marido, eram muitos anos juntos para simplesmente ser jogados fora como se nada fosse.
— Isso não é verdade, meu Sekai jamais faria isso.
Mas cada vez mais as perguntas surgiam confrontando sua indeleção . Dandara se sentia perdida, como se estivesse afundando em um poço de decepção e traição. Seria realmente possível se Kane tivesse feito isso?
A angústia tomava conta de seu peito, apertando cada vez mais seu coração. Sentia-se sufocada pela dor da desconfiança, pelo medo de estar vivendo uma mentira. Não queria acreditar que o homem que ela amava, que prometeu estar ao seu lado em todas as situações, era capaz de traí-la e destruir tudo o que construíram juntos.
As lágrimas escorriam pelos seus olhos, lavando sua alma e levando embora a sensação de segurança e confiança. A sensação de abandono e de solidão a consumia por dentro, fazendo com que se perguntasse onde foi que errou, por que não percebeu antes as mentiras e o engano, desamparada, com seu coração em pedaços e a certeza de que nada mais seria como antes. A dor era insuportável, a sensação de desamparo era avassaladora.
E no meio de todo esse sofrimento, Dandara percebeu que talvez a maior angústia não fosse a traição em si, mas sim a perda de confiança, a destruição de uma relação que parecia ser indestrutível. E no meio daquela noite solitária e fria, ela entendeu que o pior sofrimento era ter que reconstruir seu coração, suas esperanças, e sua vida, do zero.
No entanto, a incerteza de que Se Kane seria capaz de fazer isso, martelava na sua cabeça,um homem com o coração bom, jamais seria um monstro
Dividida entre a decepção com o marido e a incerteza em relação aos seus actos mascarar seus sentimentos diante disso lhe pareceu uma boa ideia. Ela queria acreditar que ele era realmente um homem de bom coração, mas a sombra da traição de seu marido pairava sobre sua mente, gerando dúvidas e inseguranças.
Ela se questionava se seria capaz de confiar novamente em alguém, se poderia se entregar a um novo amor sem medo de ser mais uma vez machucada. A incerteza a atormentava, fazendo com que se perguntasse se Sekane seria realmente diferente, se poderia oferecer a ela o amor e a lealdade que tanto desejava.
Mas, ao mesmo tempo, uma parte dela ansiava que tudo isso fosse pesadelo, no qual queria despertar imediatamente e saber que seu marido está lá com aquele sorriso bonito a sua espera por isso decidiu dar uma chance nele mesmo que isso significasse correr o risco de se ferir novamente.
Dandara sabia que precisava enfrentar seus medos e tomar uma decisão. Ela não podia viver na incerteza e no sofrimento constante, precisava buscar a verdade e encontrar uma maneira de seguir em frente, seja ao lado de Sekane.
No fundo de seu coração, ela desejava acreditar na inocência de seu marido, queria acreditar que o amor deles poderia superar qualquer desafio. Mas ao mesmo tempo, a voz da razão lhe dizia para ser cautelosa, para não se deixar cegar pela esperança.
Mesmo sabendo que precisava agir com clareza e objetividade, acima de tudo precisava buscar respostas e enfrentar a realidade, por mais difícil que fosse.Com o coração pesado e a mente tumultuada, Dandara se preparou para confrontar a verdade, para enfrentar seus medos e tomar as rédeas de sua vida. Ela estava determinada a encontrar a verdade, mesmo que isso significasse enfrentar a maior dor da sua vida.
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Omona Wa Makongo |Dark Romance |
Storie d'amoreNum mundo obscuro, onde segredos se escondem nas sombras, um homem misterioso conhecido apenas como "O Mascarado" vive uma vida dupla, escondendo sua verdadeira natureza detrás de uma fachada de normalidade. Interagindo com charme e cativando aquele...