Na cozinha a água cai em abundância no lava loiça deixando a sala toda molhada, alguns dias após a audiência de Sekena que Dandara não sai de casa, ela estava em transe, os sentimentos confusos, a dor no coração e na alma. Estava indo do mal ao pior, sua vida havia acabado por completo. Depois do julgamento que ela não viu Sekena, não porque não o queria ver, era porque se sentia envergonhada por tê-la abandonado quando mais precisava dela. Sekena por outro lado tentou a todo custo vê-la, no entanto Dandara recusava-se a vê-lo.Na casa de bainha, debaixo do cheiro frio, Dandara olha para o nada, seus pensamentos viagem entre tempos felizes e triste quando estava com o marido, um sorriso triste nasceu quando lembrou o dia em que Sekena a levou para o Cinema pela primeira vez e dizer-lhe que a partir daquele momento estava namorando. Certamente ela não achava que ele falava sério, porém quando ele a beijou pela primeira vez soube que eram sim um casal.
As lembranças começaram a se tornar um tormento, causando-lhe um luta interna entre a razão e a emoção. Tudo se torna mais difícil quando sua alma quer pertencer a escuridão, e a escuridão quer abraçar a emoção.
Tudo se torna escuro pois não tem para onde correr ou cair. Talvez sua alma quisesse um amor negro, onde as feridas são constantemente abertas, porém tem sempre alguém para a soprar, onde não existe solidão, que lhe faça lembrar sentir acolhida, embora que tivesse a mergulhar no amor sombrio.
— Eu só quero saber o que fiz para merecer isso. Será que eu não mereço ser feliz? — Indaga, levando a garrafa de cerveja a boca e dar um goli. — Você quer que eu morra, eu estou a morrer, mas não bebida, mas sim de dor, de angústia, saudades dele, mas o que eu posso fazer? Se doi, doi e doi muito. — Lamenta, ela em lágrimas.
Com raiva joga a garrafa na parede que se estilhaça no chão. Seu choro se intensifica ainda mais,
— Ele me trai e isso dói muito. – Desabafou, deitando-se no chão frio do boxe. — Sekena, Você não tinha o direito de fazer isso comigo.
A solidão era seu único companheiro naquela noite escura e fria, o peso da tristeza em seu coração parecia sufocá-la. Todos os momentos felizes agora se transformaram em lembranças dolorosas, o amor que um dia sentiram um pelo outro se dissipou como fumaça no ar.
Dandara se sentia perdida, sem rumo, sem saber como seguir em frente. A ansiedade a consumia, a angústia a corroía por dentro. Ela se sentia como se estivesse presa em um labirinto sem saída, sem esperança de escape.
A ausência de Sekena em sua vida a deixava ainda mais desamparada, como se tivesse perdido não só o amor de sua vida, mas também sua única âncora neste mundo cruel. Ela se sentia abandonada, traída, desamparada.
A garrafa quebrada no chão refletia a fragmentação de sua alma, a dor que a atormentava, a raiva que a consumia. Ela desejava poder apagar todas as lembranças, todos os momentos felizes que um dia compartilharam. Mas isso era impossível, o passado continuava a assombrá-la, a lembrá-la da felicidade que um dia conheceu e que agora estava perdida para sempre.
Dandara sabia que teria que enfrentar a dor, a tristeza, a solidão, a angústia. Ela sabia que teria que encontrar forças dentro de si mesma para seguir em frente, para superar a tempestade que assolava sua vida. Mas no momento, tudo o que podia fazer era chorar, gritar, lamentar a perda do amor que um dia a fez sentir-se viva.
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Sekane se perguntava se estava a fazer o certo, faz dia que não vê Dandara, embora tivesse em mente que sua esposa não o quisesse ver depois de todo mal que fez a ela, não teria a audácia de tirá-la q razão, o sentimento de culpa é inevitável, entretanto não havia escolha a não ser viver com ela pelo resto da vida.
Seus olhos saem da estrada por alguns segundos e vão diferente para o banco antes era ocupado por ela, a imagem de Dandara sumé ao dar espaço ao envelope branco dos papéis do divórcio. Após a última conversa, na prisão, Dandara havia solicitado o divórcio e entregue a ele, por intermédio do advogado.
Quando viu os papéis na mão do homem, seu mundo havia desabado completamente. Naquele dia, Sekena chorou como um menino, seu porto seguro não existia mais, a decepção de perder tudo por sua culpa, por ser um verdadeiro egoísta, Sekena se torturava todos os dias por ter cometido o pior erro da sua vida. Trair foi sua escolha, não importa os motivos que o levaram a tal condição, foi um compromisso assumido, portanto não haverá perdão.
Ao olhar para a estrada novamente, toma um susto ao ver o carro vir em alta velocidade a sua frente, desvia o carro outro lado, evitando um acidente de viação. Sua respiração se torna ofegante, ao parar o carro respira fundo e conta até dez. Na intenção de se recompor.
— Babaca. — Insultou, ele, após colocar o carro novamente em movimento, rumo a casa de Dandara.
Estava hospedada em hotel, a decisão de ir a casa dela, partiu dos papéis do divórcio, era um boa desculpa para poder vê-la novamente.
Já no andar da casa que antes compartilhava com o amor da sua vida, Sekena hesitou em bater à porta. Tantos pensamentos surgiram fazendo-o recuar um pouco da decisão,
mas seu coração doía ao pensar que poderia perdê-la para sempre. Ele sabia que precisava enfrentar seus medos e buscar o perdão de Dandara, mesmo que parecesse impossível.
Finalmente, com a respiração trêmula, Sekena bateu na porta. O coração batia forte em seu peito, enquanto esperava uma resposta, porém não veio, presumindo que talvez tivesse saído. Contudo, ao olhar para o tapete de de boas vinda molhado, sua expressão mudou para confusão. Sem entender nada. Sekane tentou abrir a porta e a mesma estava travada. Com medo de que talvez alguma coisa tivesse acontecido, o desespero se torna maior quando vê mais água, sem pensar duas vezes, ele posicionou-se de lado, o pé direito afastado e em seguida arromba a porta usando toda sua força.
A porta se abriu, dando a visão de caos. Seus olhos se arregalaram e o desespero bateu com tudo. A casa estava um completo escórias, o som da água escorrendo chamou sua atenção deixando-o confuso.
- Dandara? Dandara. – Grita, ele enquanto caminhava até a cozinha e desliga a torneira. — DANDARA... DANDARA. – Em grande aflição, Sekena correu para o quarto e nada, a exasperação o fez activar seu instinto de proteção, porém a ansiedade já havia tomado conta de si. Ao chegar no quarto de banho, suas íris se arregalaram, sem pensar duas vezes correu até ela e verificou se estava viva, ao perceber que ela ainda respirava a respiração de alívio se tornou um conforto em seu coração.
Ele o tirou da água fria, e levou para o quarto, lá ele cuidou dela, como sempre fez, com carinho e delicadeza. Tirou suas roupas molhadas e a vestiu com roupas quente e confortável.
Seu corpo estava trêmulo e os lábios pálido, o que lhe deixava muito preocupado, pois talvez teria alguma complicação futura. Porém não podia sair no meio da noite e ainda com chuva.
— Eu estou aqui, não vou deixá-la. – Sussurrou, ele enquanto cobria o corpo dela com o cobertor.
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Omona Wa Makongo |Dark Romance |
RomanceNum mundo obscuro, onde segredos se escondem nas sombras, um homem misterioso conhecido apenas como "O Mascarado" vive uma vida dupla, escondendo sua verdadeira natureza detrás de uma fachada de normalidade. Interagindo com charme e cativando aquele...