Capítulo 12

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"Rei Andrew II hospeda a Princesa Anneliese, sua meio-irmã ilegítima, na Fortaleza Dourada. O que ela poderia ter feito para cair nas boas graças do rei?"

Dois dias se passaram desde que Anneliese havia sido trazida para a Fortaleza Dourada.

Para Mabella, foram os melhores dois dias desde que ela começou a trabalhar no palácio. Ela passou todo o seu tempo disponível com a garota mais nova, ajudando-a a se instalar, apresentando-a a suas pessoas favoritas no castelo e compartilhando com ela uma ou outra história ridícula sobre o rei. Diferentemente do constante estresse que ela estava acostumada dentro daquelas paredes douradas, a presença de Liese foi como uma lufada de ar fresco.

Naquele dia em particular, Anthony havia dito a Liese para ir a uma das sedes da alfaiataria da nobre família Bellence, para encomendar a confecção de um novo guarda-roupa completo.

Quando Mabella disse que a acompanharia, Anthony pediu a ela para trajar o vestido azul que lhe foi presenteado para acompanhar o rei na Capela Dourada, mas Mabella, que nunca havia sido informada que o vestido havia sido um presente, o havia devolvido para os serviçais do palácio logo que chegaram da Capela. Sem ver a situação como um problema, ela se manteve com as roupas que havia vestido naquela manhã: Calças escuras com um remendo no joelho esquerdo, botas de cavalgada surradas e uma camisa masculina que passava de suas coxas, presa em sua cintura com um corpete de couro bastante antigo.

Completamente o oposto de Liese. Com seus cabelos loiros presos em um penteado elegante, com prendedores de joias em suas asas e um vestido rosa claro adorável.

A Alfaiataria da família Bellence era uma grande estrutura sextavada, com paredes azuis claras e colunas douradas, bastante ornamentado. Tanto luxo e pompa faziam o lugar parecer um mini palácio, mas Mabella percebeu que isso era algo comum na Corte de Ouro.

Mabella e Liese adentraram a alfaiataria, deixando todos os guardas ficaram do lado de fora.

O cheiro doce de perfume invadiu as narinas de Mabella quando ela se viu diante de uma grande sala de paredes turquesa com flores pintadas à mão. Um pequeno palco circular preenchia o centro, cercado por dezenas de pequenos divãs brancos fofos. Espelhos com molduras douradas recheavam as paredes para qualquer lado que Mabella olhasse. Havia um rapaz harpia, com roupas emplumadas, sentado em um banquinho no canto, tocando uma harpa suavemente.

- Você deve ser a Princesa Anneliese! - Uma voz feminina e suave ressoou, chamando a atenção das garotas.

Sentada em um dos divãs, estava uma fada, com cabelos bastante curtos, escondidos por um grande chapéu de plumas. Ela era alta, com movimentos graciosos e trajava um longo vestido bordô. - Eu sou a Arquiduquesa Devinne Bellence, e estou honrada em conhecê-la!

- É um prazer, Arquiduquesa. - Disse Anneliese. Sua voz era baixa e ela parecia claramente ansiosa. - Eu agradeço por cuidar pessoalmente das minhas necessidades.

- O prazer é todo meu! - Garantiu a arquiduquesa. - Cuidar de uma princesa é um trabalho delicado, algo que eu não poderia permitir a mãos menos capazes! Minha querida sobrinha, a Princesa Alissa, nunca aceitou nada menos que o melhor.

Em desacordo com suas palavras, a mulher bateu palmas, fazendo mulheres uniformizadas inundarem a sala, vindas de uma discreta porta lateral. Cada uma delas fez uma reverência para Liese e, sem dizer uma única palavra, guiaram-na para cima do palco, onde começaram a despi-la.

A própria Arquiduquesa realmente não fez nada, ela apenas se sentou novamente em um dos divãs e assistiu enquanto as mulheres tiravam as medidas de Liese.

Crônicas de Ouro e Prata: As correntes de ÂmbarOnde histórias criam vida. Descubra agora