Capítulo 3

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Já era tarde da noite quando retornei ao meu apartamento. Não tinha trazido nenhuma presa para a minha diversão, pois havia assuntos mais importantes a tratar. Um deles era descobrir como poderia ter aquela mulher sem ter que recorrer à violência. Eu podia passar dias, até mesmo semanas, sem cometer atrocidades, sem me alimentar. No entanto, precisava cumprir minha quota como qualquer trabalhador.

Eu podia ter qualquer mulher que desejasse, mas Lucy era a única que eu queria. Ela era mais desejada por mim do que Caroline, mais do que Lavínia. Após aquela noite, tornei-me seu anjo da guarda, aquele que facilitaria sua vida onde quer que estivesse, enfrentando todos os problemas em seu lugar. Eu resolveria tudo discretamente.

Observá-la de longe já não era suficiente: eu queria tocá-la, conversar, tomar um café, passear juntos, assim como um casal comum. Foi por isso que tomei coragem e planejei uma situação para nos encontrarmos frente a frente. Orquestrei que um dos meus homens a seguisse e simulassem um assalto. Eu seria o seu super-herói, é claro.

Tudo correu como planejado. Ela saiu do trabalho tarde da noite e dirigiu-se ao seu carro na garagem do hospital. Meu homem esperava em emboscada até que pudesse surpreendê-la com uma arma apontada para sua cabeça. Lucy ficou horrorizada, pelo menos até a minha chegada. Quando entrei em cena, de certa forma, ela ficou impressionada com o que viu. Rapidamente, desferi um golpe no indivíduo, lançando-o contra um carro. Quase senti pena dele, mas aquela era a sua função.

— Você está bem? Espero que não tenha se machucado! – Disse, enquanto me aproximava. Lucy me abraçou brevemente, soltando-se em seguida, envergonhada. Segurei suas mãos trêmulas e as beijei.

— Não tenha medo. Não farei mal a você, mas espero ouvir, pelo menos, um "obrigado" — sussurrei. Lucy riu e agradeceu, um pouco confusa.

— Obrigada, muito obrigada! Mas como você fez isso? Meu Deus... você o arremessou com uma força incrível!

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ofereci-me para levá-la até sua casa.

— Posso acompanhá-la? Quero dizer... até sua casa. Não aceitarei um "não" como resposta. É perigoso demais para uma mulher tão linda como você ficar sozinha durante a noite.

Lucy então se lembrou daquela noite no hospital.

— Você... é você. Sim, é você, o cara pálido!

— Exatamente, mas como pode ver, estou melhor — respondi. Naquela noite, eu estava usando luvas. Nova York é fria e tenho certeza de que ela não notaria minha verdadeira temperatura. Pelo menos, não por enquanto.

Ficamos ali parados, esperando sua decisão. Lucy mordia os lábios, indecisa sobre permitir que um estranho a acompanhasse. Porém, eu já não era mais um estranho: já tínhamos nos encontrado antes, e um estranho a havia salvado.

Enquanto ela ponderava, eu continuava apreciando sua beleza. Seu pescoço exposto, com os cabelos presos, era uma tentação irresistível. Então, tive uma ideia.

— Tudo bem. Se você prefere assim, podemos ir a um lugar público. Afinal, não vou matá-la em frente a todas aquelas testemunhas, não é mesmo? – brinquei com um sorriso malicioso.

— Concordo. Podemos ir a um bar, que tal? – sugeriu ela.

— Sim, claro. É um bom começo! – respondi, imaginando as possibilidades que a noite reservava.

— Considere isso como um agradecimento por ter salvado a minha vida. – disse ela, agradecida.

Eu a convenci de que não valeria a pena chamar a polícia e deixar o sujeito caído no chão. Usei a desculpa de que provavelmente era apenas um viciado em busca de drogas. Lucy era realmente interessante. Saímos do estacionamento e entrei no meu carro. Ao ver que tinha um motorista, percebi que ela ficou um pouco intimidada.

MY BEAUTIFUL MONSTER ( Meu Lindo Monstro) ( HÉTERO)Onde histórias criam vida. Descubra agora