Capítulo 10

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         Aconteceu, então. Foi assim que descobri que Claude ainda estava vivo e que estive com ele. Não foi assim que gostaria de dar a notícia que havia tido um filho seu. Pobre coitado: o que sentiu quando me viu e que já era pai? Entendi, então, a sua indiferença. Sentiu-se inseguro. Estive tão próxima... como eu gostaria de tocá-lo. De beijá-lo. O meu amor por ele era muito puro e, mesmo estando com aquela aparência, eu ainda o amava. Então, deitei-me com sua foto em minha mão e a levei junto ao peito. Adormeci brevemente e sonhei novamente com Claude, mas, dessa vez, de outra maneira: estávamos nos amando, nus, sobre os lençóis de minha cama. Estava tão excitada: foi tão bom que, quando acordei, fui rapidamente tomar banho.

Ainda no chuveiro, eu pensava em Claude. Nos bons momentos e no sonho que tive. Ainda estava excitada e já fazia muito tempo que não tinha nenhuma relação sexual. Quanto mais eu sonhava com ele, mais eu o desejava. Deixei, então, a água escorrer e deitei-me na banheira para relaxar. Foi quase impossível não pensar em sexo. Os flashes do sonho se tornavam mais constantes. Quase não pude resistir: quando dei por mim, uma de minhas mãos já estavam em minha virilha, prosseguindo para mais baixo.

Já estava pronta para ir mais além, mas devo dizer que não contava com um ruído estranho que ouvi inesperadamente. Parecia que vinha do quarto de Miguel. Não hesitei em me levantar rapidamente: peguei uma toalha e prossegui correndo, colocando-a no corpo durante o percurso.

Ao abrir a porta, encarreguei-me de ir direto ao berço de Miguel: ele estava acordado e um pouco agitado, como se estivesse olhando para algo... como se houvesse uma terceira pessoa. Às vezes, ele também sorria e seus olhos brilhavam não sei como descrever o que senti, mas posso afirmar que meu corpo se arrepiou da cabeça aos pés. Comecei a ficar, realmente, muito preocupada. Recolhi-o do berço e prossegui para sala. Caminhei lentamente, averiguando se havia algo de suspeito.

Estava tudo como de costume, nada fora do seu lugar, mas o clima era estranho. Sem dúvida nenhuma, havia uma terceira pessoa... um intruso. Meus passos já estavam sendo monitorados há muito tempo. O medo estava em toda parte. Tentei me controlar: voltei para o meu quarto e tranquei a porta. Logo, coloquei Miguel em minha cama e fui me trocar. Não escolhi muito, peguei qualquer peça. Não demorei muito. O que eu mais queria, agora, era ficar agarrada com meu filho, protegendo-o. Não tirei meus olhos uma só vez de Miguel, mas um breve descuido tirou a minha atenção. Ao sentir meus pés molhados, percebi que havia água e ela estava se espalhando por todo o assoalho do quarto. Lembrei-me, então, da banheira com o chuveiro ainda aberto. Fui mais que depressa desligá-la e, quando voltei... encontrei Miguel no colo de um intruso.

Bem, não é preciso dizer muito sobre o quê, de fato, senti, e principalmente a repulsa e o medo que essa pessoa me causava. Ele segurava meu bebê no colo como se já houvesse intimidade com a criança e com a situação. O anjo negro estava com meu bebê em seu colo, segurando sua mãozinha suavemente, brincando com ele.

— O que faz aqui? Por favor, não faça nada ao meu filho... eu lhe imploro! – disse-lhe, com puro desespero, imobilizada pelo medo.

— Eu não sou como seu Claude, que precisa de um convite para entrar... apareço quando quero! – respondeu-me, calmo como sempre e, a propósito, bem-vestido. Sempre muito vaidoso.

— Por favor... não faça nada – implorei.

— Acalme-se, apenas vim ver como tem passado... meu neto!

Fiz de conta que eu não o ouvira. Fui me aproximando para tentar tirar meu filho de suas garras. Foi quando ele se voltou, dizendo, com uma verdadeira ameaça na voz:

— Não se aproxime tanto! – ordenou ele. Diante disso, apenas me sentei próximo a eles:

— Claude não lhe contou sobre a nossa família? Ah, é mesmo... esqueci-me. Ele não teve tempo! – disse ele, irônico.

MY BEAUTIFUL MONSTER ( Meu Lindo Monstro) ( HÉTERO)Onde histórias criam vida. Descubra agora