MY BEAUTIFUL MONSTER ( Meu Lindo Monstro) ( HÉTERO)

Capítulo 7

         A chuva caía suavemente, escorrendo pelo vidro da janela do quarto de Lucy, enquanto ela despertava imersa no aroma do café fresco recém-preparado. Ela se espreguiçou, sentindo uma leve dor em seu pulso, e se levantou, pegando seu roupão. Ainda atordoada com os recentes acontecimentos, caminhou até a janela, deparando-se com um elegante carro esportivo preto estacionado em sua calçada. Em seguida, dirigiu-se à cozinha, de onde vinha o agradável cheiro de café. Eu a aguardava, já vestido adequadamente. Com os cabe-los negros cuidadosamente penteados para trás, usava uma camisa branca de mangas compridas, destacando o contraste entre o branco da roupa e o azul intenso de meus olhos. Completava o visual com uma calça jeans escura e sapatos de couro italiano. Lucy sempre gostava quando eu usava branco, dizendo que essa cor representava a luz que ela enxergava quando estava salvando vidas. A mesa estava arrumada com frutas frescas, assim como o café acabado de fazer. Havia também torradas, geleia de morango, que Lucy adorava, leite e pães. Sugeri que ela experimentasse o café antes de dizer qualquer coisa. Ela estava surpresa com a minha habilidade culinária. Quem imaginaria que um vampiro, se importasse com rotinas corriqueiras? Ainda havia muitas coisas sobre mim que surpreenderiam Lucy.

— O que é tudo isso? Você é um cozinheiro habilidoso? Sabe realmente cozinhar? — ela perguntou, visivelmente incrédula.

— Digamos que eu tenho um talento especial na arte culinária... ou melhor, na culinária. Quando se tem mais de 170 anos para aprender, você se torna um verdadeiro mestre. E sobre o carro lá fora, ele é realmente magnífico, não acha? — Respondi com um sorriso enigmático, enquanto degustava uma maçã. Lucy observava atentamente meu maxilar triturando cada pedaço, seus olhos se arregalando. "Coitada dessa maçã", ela pensou em voz alta.

— Sei que você está ansiosa para me bombardear com perguntas, às quais terei o prazer de responder. Aproveite essa oportunidade única. Nem todos têm esse privilégio. – Concluí, deixando um ar de mistério pairar no ar.

Algumas coisas começaram a fazer sentido para Lucy. Acredito que quando contei minha história naquele quarto de hotel, ela não tenha compreendido completamente. Apesar de sua notável inteligência, ela ainda estava em estado de choque.

Continuei a comer minha fruta, optando por uma uva no final. As perguntas se formavam em sua mente, e ela não sabia por onde começar. Decidi ajudá-la a se orientar nesse turbilhão de informações:

— Você deve estar se perguntando por que estou desfrutando de uma fruta em vez de... sangue! Ou talvez esteja se perguntando como consigo andar sob a luz do dia. E, talvez, a mais intrigante de todas: por que você não consegue deixar de me amar? – Lucy não hesitou em responder imediatamente:

— Então, sugiro que você gentilmente responda todas essas perguntas. E, por favor, pare de me enganar. Já que não consigo me livrar de você, preciso estar sempre preparada... para qualquer tipo de reação sua. Mesmo que seja apenas para me defender!

Lucy deixou claro que estava determinada a ficar ao meu lado e, agora, estava tendo uma verdadeira entrevista com um vampiro.

— Vamos dizer que... eu não mentirei, mas pouparei você de algumas verdades para sua própria segurança! — Tentei usar de subterfúgios, enquanto Lucy automaticamente tocava em minhas mãos, buscando alguma conexão.

— Como você adquiriu essas habilidades? Todo esse conhecimento? — perguntou Lucy, curiosa.

Lucy não apenas se referia à mesa posta diante de nós, mas também a todas as outras proezas que ela testemunhara.

— Lucy, minha querida, eu sou diferente de tudo que você já ouviu, leu ou viu. Não tenho um "criador" como os vampiros tradicionais. Não fui mordido e não há essa "maldição" em que muitos acreditam. — Fiz uma pausa, deixando o suspense tomar conta do ambiente. — Como mencionei antes, fui convocado pelo próprio "Dono da casa". Minha arrogância me levou até ele! – Os olhos de Lucy brilharam de interesse, capturada pela narrativa enigmática.