Pisquei os olhos confusos tentando assimilar o que tinha acabado de ouvir. Chaeyoung tentava me encarar, mas seu constrangimento falava mais alto.
— Eu acho que não entendi muito bem — falei sacudindo a cabeça. — Foi mal, deve ter sido as taças de vinho que andei tomando.
— N—Não, eu disse exatamente isso, eu gostaria de tentar com você — ela tomou coragem repetindo. Ouvir aquilo pela segunda vez só tornava tudo mais doido ainda.
— Chae, você tomou alguma coisa nessa boate? — quis me certificar, porque pra mim era impossível que ela estivesse sóbria.
— Não — ela negou de prontidão balançando a cabeça em negativa. — Eu só tomei uma taça de tequila.
— Usou algum doce? — voltei a questionar.
— Hein? Doce? Tipo chocolate?
— Tipo, LSD, ou qualquer outra coisa. Te ofereceram algo? Saiu e deixou seu copo sobre a mesa? Chae, você está mesmo em seu juízo perfeito?
Minhas perguntas pareciam deixá-la mais envergonhada do que ela já estava.
— V—Você não quer? Não me acha atraente? — ela indagou em um murmúrio.
— Não é isso — disse nervosa.
Devo confessar que não era a primeira vez que uma garota entrava na minha casa e pedia pra transar comigo. E sim, geralmente eu não fazia cerimônia nessas ocasiões. Entretanto, eu sabia que agora não era um desses momentos casuais. Chaeyoung não era qualquer uma, eu não podia agir com ela como agia com as outras. Embora eu realmente estivesse morrendo de vontade de atender seu pedido. Não faz muito tempo que reconheci minha atração por ela, isso vinha me tirando o sono há algum tempo, mas havia decidido que nunca passaria para outra etapa. Só que agora ela bate na minha porta propondo sexo, aquilo era um teste muito cruel pra mim. Por um minuto queria acreditar que isso era uma pegadinha, que ela estava brincando comigo. Porém, sei que Chaeyoung não era do tipo que faria piada com um assunto tão sério. E suas reações corporais entregavam que ela estava séria sobre aquilo. Chaeyoung apertava as mãos, e mordia os lábios nervosa, esperando minha resposta. Porém, quando demorei demais para dá-la ela se levantou.
— Desculpa, eu não sei onde estava com a cabeça quando pensei nisso.
— Espera Chaeyoung — eu pedi segurando em seu braço.
— Por favor, esquece tudo o que eu disse — ela falou se soltando e saindo correndo da minha casa.
Abrir a porta a vendo correr pro outro lado da rua e entrar em sua casa. Queria ter ido atrás, mas não sabia que explicação daria para Alice e aos pais dela se invadisse a casa deles essa hora.
— Que merda aconteceu aqui? — perguntei a mim mesma.
No dia seguinte, a primeira coisa que fiz quando acordei foi ir até a casa dos Parks bater na porta.
— Bom dia Jennie — o Sr. Park me cumprimentou com um sorriso no rosto como sempre. — Veio ver Alice?
— É que...
— E aí Jennie — a voz de Alice surgiu. — Veio pra irmos juntas hoje?
— Na verdade, eu queria falar com a sua irmã.
— Ah, a Rosie saiu bem cedo hoje. Achei que ela iria dormir na casa da Lisa ontem, mas chegou um pouco tarde e foi direto pro quarto.
Ela de fato não havia contado à família que tinha ido para uma balada. Me pergunto como ela pretendia sustentar aquela mentira se eu tivesse aceitado o que ela me propôs ontem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Querida Jennie | Chaennie
Fanfiction+18 | Chaennie | LGBT+ | Romance | Drama | Shortfic. [CONCLUÍDA] Park Chaeyoung é considerada por todos uma pessoa transparente sem nada de muito alarmante. Cursa o terceiro ano do ensino médio, faz parte do coral da sua escola, e tem uma melhor am...