11 | Sensações

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Jisoo me encarava como se eu estivesse cometendo algum pecado capital. E bem, de certa forma eu tava mesmo. Mas isso não era o que importava aqui. Ela deixou as sacolas no chão e coçou os olhos para se certificar se o que estava vendo era real. Empurrei Chaeyoung de perto de mim delicadamente, e ela ficou confusa. Me senti mal de início, pela cara de decepção que ela me fez.

— To interrompendo alguma coisa? É que você disse que eu podia vim e... — Jisoo falou apontando para a porta.

Eu tinha esquecido completamente que tinha marcado com ela hoje para almoçar aqui em casa, meu fogo no cu ainda vai me prejudicar muito. Chaeyoung estava mais vermelha que o tomate que estávamos cortando minutos atrás. Ela arrumou os cabelos e virou de costas para não encarar Jisoo nos olhos. Coitada, ela não estava acostumada com esse tipo de coisa.

— Com licença — Chaeyoung saiu correndo passando por Jisoo como se fosse o próprio diabo fugindo da cruz.

— Chaeyoung, espera! — eu ia atrás dela, mas Jisoo me segurou pelo braço me puxando de volta pro lugar.

— Aonde pensa que vai sua sem vergonha?

— Eu...

— Por que estava com a língua dentro da boca da irmã da Alice? — ela perguntou indignada.

Cocei a nuca tentando pensar bem nas palavras que usaria. Certo, como se explica algo como aquilo? Na verdade, nem eu mesma sabia o que estava rolando entre mim e Chaeyoung.

— Podemos conversar depois? — pedi. Jisoo negou com o indicador indo até minha sala e se sentando no meu sofá. — Jisoo qual é.

— Você não espere que eu presencie algo como aquilo e finja que nada aconteceu né?

— Não pedi para você fingir que nada aconteceu, só para esperar.

— Sou curiosa demais para esperar, não ia nem conseguir dormir de ansiedade — ela deu um tapinha no sofá ao lado, para que eu me sentasse. Suspiro fundo e fui até ela.

E sem muitas alternativas eu comecei a contar como essa história com Chaeyoung começou. Desde do dia da festa que a beijei para despistar Irene, quandp começamos a fazer o tarbalho, ela batendo na minha porta pedindo sexo, minha atração por ela. Jisoo se recostou no sofá e fitou o teto com os olhos arregalados. Parecia que tinha acabado de assistir algum filme de invocação do mal.

— Aquela história que Chaeyoung era só uma amiga, que ela era hétero, tudo conversa né?

— Em partes sim. No começo ela era só uma amiga mesmo, não a via dessa forma. Eu não planejei nada disso, não é algo arquitetado. Fomos nos aproximando, e aí rolou.

— Jennie, você sabe que essa garota não é como as outras, não pode agir com ela como age com elas. Alice nunca vai te perdoar. Hoje eu te peguei, mas e se amanhã for ela?

Eu tentava não pensar muito nisso, em como Alice ficaria quando soubesse do meu envolvimento com Chaeyoung. Ela ama a irmã acima de tudo, Chaeyoung é a pessoa que ela mais se importa. Ela enxergaria com bons olhos nossa relação? Ainda mais quando descobri que Chaeyoung gosta de mulheres. Estava preocupada, não podia deixar isso acontecer. Porém, eu sei que não daria para esconder por muito tempo.

— Você gosta dessa garota? — Jisoo perguntou me tirando dos meus pensamentos aflitivos.

— Ela é legal — digo dando de ombros.

— Legal? Jennie vocês estão...

— Sim, eu sei Jisoo. Mas não fique ai pensando que somos os amores da vida uma da outra. Chaeyoung recorreu até mim para eu ajudá-la com sua inexperiência, e eu fiz. Por enquanto estamos nos curtindo.

Querida Jennie  | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora