Já tinha se passado alguns dias desde que toda essa loucura com Jennie havia começado, e eu nunca estive tão confusa em toda minha vida. Não sabia definir qual era nossa relação.
— Vamos jogar videogame hoje? — Lisa me perguntou quando estávamos saindo da escola.
— Eu marquei com a Jennie — falei, arrancando risadinhas safadas dela.
— Hoje tem né? — ela perguntou balançando as sobrancelhas.
— N—Na verdade, não sei. Finalmente terminamos o trabalho dela, e vamos dar uma olhada em como ficou.
— Você deveria contar pra ela — Lisa falou mudando o tom de voz.
— Sobre meus sentimentos? — indaguei.
Eu tinha medo de contar para Jennie que era apaixonada por ela, e vê-la desistir de tudo o que estava acontecendo. Jennie não gostava de compromisso, nunca quis se prender, ela era uma pessoa livre. Eu chegar e confessar a ela o que sentia poderia fazê-la se afastar para sempre. Porém, não sei se vou continuar vivendo assim por muito tempo. Eu sei que tinha dito que a faria se apaixonar por mim, mas isso estava sendo difícil.
— Do que você tem medo? — Lisa voltou a me perguntar. — A parte mais difícil você já fez, que é se aproximar dela.
— Justamente, e se ela se afastar depois de eu contar tudo?
— Você nunca vai saber se não arriscar. E caso isso aconteça vai ser melhor do que viver nessa dúvida, sem saber qual relação está tendo com ela.
— Eu não sei Lisa.
— Chae, você pode se arrepender se não falar nada. Tem que fechar esse círculo, seja pro bem ou pro mal.
— Chae — escutei meu apelido, e o centro daquela conversa surgiu diante de nós com aquele seu sorriso.
— Oi — eu acenei dando um suspiro bobo esquecendo completamente quais eram minhas preocupações.
Sim, eu sei que sou gada demais. Porém é Jennie Kim né, ninguém resiste.
— Au au — Lisa murmurou ao meu lado, e dei uma cotovelada em suas costelas de maneira bem sutil.
— Desculpa vir sem te avisar, queria te buscar para te levar pra casa — Jennie comentou apontando para o carro do outro lado da rua.
— Por mim tudo bem — eu concordei, talvez essa fosse a oportunidade perfeita para poder conversar com ela.
— Quer uma carona também? — Jennie perguntou para Lisa que ainda tinha aquela cara de deboche para cima de mim.
— Ah não, eu sou quente, mas não sirvo para acender vela. Vejo você depois, Chaeyoung — ela acenou e saiu correndo dali.
— O que ela quis dizer com isso? — Jennie perguntou sem entender.
— Lalisa é uma idiota — falei a verdade estufando minhas bochechas, eu iria mata-la.
— Pera ai, ela sabe? — Jennie pareceu ter entendido, dei um suspiro e conformei com a cabeça.
— Ela é a minha melhor amiga, eu não podi-
— Ei, relaxa Chae, eu só perguntei — ela me interrompeu apertando minhas bochechas. — Vem, vamos para casa.
[...]
Eu sempre me dedicava a tudo que me proporia a fazer, era uma das minhas qualidades. Mas desde que Jennie havia me pedido ajuda com aquele trabalho, eu dei o melhor de mim.Havia dedicado horas dos meus dias, e até quando poderia estar fazendo outra coisa lá estava eu escrevendo um trecho da música. Não lembrava de já ter me empenhado tanto assim com qualquer outra coisa. Minhas composições sempre refletiram meus sentimentos, isso é algo que faço desde criança. E não era a primeira vez que eu estava escrevendo uma música para Jennie. Mas a diferença é que essa ela sabia que era pra ela. Talvez isso explicasse tanto empenho meu.
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Querida Jennie | Chaennie
Fanfiction+18 | Chaennie | LGBT+ | Romance | Drama | Shortfic. [CONCLUÍDA] Park Chaeyoung é considerada por todos uma pessoa transparente sem nada de muito alarmante. Cursa o terceiro ano do ensino médio, faz parte do coral da sua escola, e tem uma melhor am...