Capítulo IX

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P.V - Beck:

Anthony entra na escola, analisando cada pequeno canto. O corredor principal já estava todo reformado e bem mudado. É muito estranho olhar para os armários e ver um porta normal e básica com um "sua personalização vai aqui" escrito. Nós arrumamos um lugar e mantivemos as portas do grupo expostas e as organizamos como se fossem prêmios. "Melhor compositor - André Harris"; "Melhor produtor - Freddie Benson"; " Melhores performances - Tori Vega"... Organizamos assim um por um e deixamos Sikowitz fazer as classificações. Fiquei com "Melhor roteirista". De acordo com o professor, ele só não me deixou como "Melhor ator" por causa de toda aquela questão do medo.

— Olá! Eu sou Sikowitz, professor da escola. — Sikowitz vai em direção a Anthony. — Você é o...

— Anthony. — Ele usava uma blusa vermelha e uma calça cargo preta. Ele não é baixo, mas não me passa de altura. — Acho que essa é a Hollywood Arts.

— Eu tentei fazer o melhor pra' deixar ela conservada.

— Mas, me tire uma dúvida... A Hollywood Arts já existia, não?

— Já, mas ela ficou muito fechada por um tempo e agora a gente deciciu reformar e reabrir a escola! — Tori fica ao lado do professor.

— Ah... Entendo... — Eu podia sentir ele me encarando. — É porquê um primo meu estudou aqui.

Eu, que até agora estava de cabeça baixa fingindo mexer no telefone, viro minha cabeça em sua direção.

"Não, ele não vai dizer isso." - Penso. Não faz sentido ele querer deixar claro que somos parentes.

— Sério, quem? — Cat pergunta, da mesma forma animada de sempre.

Sam me encara, ela move seus lábios em um "que desgraçado" e eu concordo com a cabeça.

— Bem... — Anthony aponta para mim. — É o Beck.

Todos os olhares vêm para mim. Agora eu só queria poder fugir, mas como não é possível, eu tenho que aguentar. Apesar de ser algo "bobo", eu não quero que me liguem à minha família ou a conheçam.

— É sério? — Jade me encara.

— É, mas você não conheceu ele.

Anthony franze as sobrancelhas. — Sua namorada? — Ele coloca as mãos no bolso da calça.

— Sim. — Meu telefone começa a tocar. — Eu tenho que atender, com licença.

Me levanto e saio do lugar, vou para a garagem perto do refeitório e me sento ali. Não tinha total certeza se iam mostrar a garagem para ele, mas se fossem ia ser um dos últimos lugares. E não, não tinha ninguém me ligando de verdade, era Sam. Nós (in)diretamente combinamos um para outro que em situações em que um da dupla está desconfortável ou qualquer coisa assim, essa era nossa solução: Fingir uma ligação.

Fico por um bom tempo encarando o nada só pensando. Será que ele tem lugar para ficar? Será que meu pai me ligou só para me "pedir" (entre aspas porquê ele certamente iria mais avisar do que pedir) para que Anthony ficasse aqui? Eu não faço ideia, mas sei qual seria minha resposta. "Não." Estou tão perdido em meus pensamentos que não teria percebido a presença de alguém ali se a pessoa não tivesse dito algo.

— Seu telefone não tinha tocado?

Meus olhos vão diretamente para a pessoa. Freddie. Não faço idéia do que ele queria e porque ele não estava mostrando a escola juntos com os outros.

— Não. Era Sam, foi só uma desculpa pra' eu sair de lá. — Explico. Minha mente não processava o porquê eu tinha dado alguma explicação, mas saiu.

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