Jeongyeon não era a mais velha nem a mais nova do casarão. Sentia que por isso entendia os pontos de vista de Nayeon e Jihyo tão bem quando as duas discutiam pelos motivos mais variados e idiotas.
Essa era sua vida no casarão desde que se entendia por gente: era uma grande mediadora. E ela estava feliz assim.
Tinha, claro, curiosidade em saber como era o mundo lá fora e se era uma grande desgraça como Jinyoung falava. Se era, por que ele tinha ido embora, então? E como ainda estava vivo? Porra, Deus sabe como Jeongyeon se sentia curiosa sobre a luz do sol.
Mas também sentia muito medo. De que Jinyoung estivesse certo e que sair fosse resultar em morte instantânea para ela. Para Jihyo. E para Nayeon. Jeongyeon tremia de imaginar algo acontecendo com as duas. Por isso, ficava levemente ansiosa com as supostas "pistas" que vinham com os aniversários de Jihyo.
Quando em seu próprio aniversário ganhara uma câmera fotográfica engraçada - sempre apareciam pequenas formas humanoides nas fotos, quase fantasmagóricas - questionou Jinyoung se não receberia pistas também, mas este falou que não havia pista alguma e que os presentes eram apenas presentes.
Ela gostaria de acreditar nisso, precisava. Era mais tranquilo assim. Era mais seguro para Nayeon e Jihyo assim.
Foi por isso que naquela manhã ela quase infartou duas vezes. Primeiro, quando acordou com Nayeon balbuciando coisas sem sentidos ("não, senhor, não quero macarrão duplo dessa vez"). Sorriu ao pensar que a menina estava tendo um sonho bom, mas quando Nayeon se desvencilhou dela, pôde ver no travesseiro e em suas orelhas que havia sangue lá. Se esforçou ao máximo para não se desesperar e respirou fundo algumas vezes. Lembrou-se do pesadelo que Nayeon tivera e se perguntou quanto do sonho poderia ter afetado a mais velha.
Gentilmente, a acordou com um balanço no braço, como fizera horas antes.
- Nay?
- Hm... Cheddar duplo.
Jeongyeon riu e a balançou um pouco mais.
- Quase isso. Sou a Jeongyeon.
A mais velha pareceu reagir ao nome e abriu os olhos lentamente, não parecendo estar muito feliz por ter sido acordada.
- Alguém morreu? É bom que tenha morrido e que eu possa resolver e esse seja o motivo de você estar me acordando, senão quem morre é você.
Jeongyeon riu com vontade. Ela adorava o contraste entre "Nayeon pós-pesadelo com voz calma pedindo para que Jeongyeon dormisse com ela" e "Nayeon com fúria assassina após ser acordada por Jeongyeon".
- Ninguém morreu, mas achei que deveria saber que tem sangue no seu ouvido e em seu travesseiro.
Nayeon se sentou num pulo e imediatamente sentiu a cabeça girar, mas isso não a impediu de ver a mancha vermelha no travesseiro.
Já tendo se levantado para fazer sua higiene e trocado a fronha, voltou para a cama, onde Jeongyeon se sentava, apenas a observando.
- Acho que meus sonhos são mais sérios do que eu pensava.
- Eu também - Jeongyeon concordou. - Deveríamos falar com Jinyoung.
- Vamos, mas outro dia, hoje é o aniversário da Jihyo. Por que não vai chamá-la?
Jeongyeon assentiu concordando e se dirigiu até o quarto da mais nova, e foi assim que quase infartou pela segunda vez.
Carregou Jihyo nos braços e levou para o porão, onde acionou Jinyoung em busca de solução. Mas não muito depois que o botão foi apertado, Jihyo voltou ao normal.
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Toc - Toc (Ato 1) - TWICE AU
FantasyLivro 1 da Saga Breakthrough Era muito claro para aqueles que entendem de futuro e destino que aquelas 9 meninas iriam se encontrar. Talvez fosse coincidência que as datas dos encontros - 01 de fevereiro e 24 de março - fossem os aniversários de dua...