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Depois de meses sonhando com Mina, Nayeon não se surpreendeu quando sentiu o que Mina sentia de forma intensificada. Era como se só agora entendesse o que Jinyoung a dissera sobre ter cuidado com sua bondade. Embora "bondade" fosse a palavra que ele usara, ela achava que o termo correto seria empatia. Naquele momento, Nayeon era empática... ao extremo. Ela não precisava se colocar no lugar de Mina para saber exatamente o que a outra sentia.

E agora, sentia o medo e a raiva explodindo em seu peito, junto com a tristeza e decepção por Jinyoung e a frustração por não saber lutar. A diferença, é claro, Nayeon sabia lutar. Mesmo com seu pouco tempo de experiência, tudo era tão natural para ela. Foi a primeira a ser autorizada por Momo, Sana e Dahyun a acompanhá-las em missões. Sua pontaria era perfeita e mesmo quando ficava em apuros em combates próximos, conseguia lutar corpo a corpo com destreza.

Então, quando o Nemuri no Akuryō avançou, ela se esquivou e atingiu uma flecha onde seria o peito da criatura, mas a flecha atravessou direto, perfurando uma parede.

De repente, a criatura parou e foi como se tudo a sua volta passasse lentamente.

- Nayeon, ataques físicos com ele não funcionam assim - Tzuyu explicou. - Posso congelar o tempo, mas não aguento por muito tempo, é uma magia que exige muito, ainda mais mantendo vocês comigo. Me escutem. Sana e Momo, devem saber que só podem atacá-lo quando ele perde a habilidade de não ser tangível, uma vez a cada três minutos, certo?

- Sim - Sana disse. - Demoramos para perceber isso e quase morremos por esta causa.

- É o seguinte - Chaeyoung falou, movimentando as mãos enquanto formas apareciam em suas palmas, deixando Nayeon boquiaberta ao ver tais magias como via em filmes com Jeongyeon e Jihyo. - Eu e Tzuyu somos as únicas que podemos atacá-lo enquanto ele não está tangível, e é por isso que ele deve vir nos atacar. Durante isso, Sana e Momo, fiquem atentas para quando ele ficar tangível. A cor ficará...

- Mais escura. Sabemos - Momo falou, sua espada já fora da bainha. - Vamos logo.

- Mina, sei que você deve estar assustada pra caramba - Tzuyu pontuou, e Mina não pareceu gostar muito de ser percebida. - Mas não temos muito tempo... vou te perguntar. Quando eu e Chaeyoung lutamos, é pra valer. A gente vai acabar destruindo esse lugar. Você se importa?

- Não - a menina respondeu sem hesitar. - Sei que não temos tempo, então depois eu pergunto como você sabe meu nome - Mina riu sem graça e Tzuyu respondeu com um sorriso caloroso. - Podem ir com tudo... eu vou ficar ali atrás tentando não morrer.

Tzuyu descongelou o tempo e tudo passou como um borrão. O poder da elfa e de Chaeyoung era surreal. O Akuryō tentava, mas não causava um arranhão sequer nas duas magas. Tzuyu, com um cajado em mãos, parecia causar tanto dano que o monstro cambaleava, e Chaeyoung, com uma luz azul envolta de todo seu corpo, o atingia com socos e chutes, e o monstro mal conseguia vê-la pela diferença de altura.

A cor da criatura foi escurecendo e Momo, Sana, Jeongyeon e Dahyun não perderam tempo: com suas espadas, atacaram. Jihyo e Nayeon, que estavam na retaguarda, atiraram múltiplas flechas, todas atingindo o alvo dessa vez.

O monstro urrava de dor, claramente sendo pego despercebido por tantos ataques ao mesmo tempo. Quando o monstro se tornou intocável novamente, Nayeon sentiu algo bom no peito, e olhou para Mina. A menina, encolhida num canto do quarto, chorava, com um sorriso no rosto. Nayeon não se preocupou porque, mesmo não vendo o que Mina via, sabia que era bom.

O momento do Akuryō se tornar tangível se repetiu mais nove vezes antes que ele fosse derrotado com um soco final de Chaeyoung. A cena fora surpreendente: a menina, que não era alta, deu um salto imenso e, com o pulso envolto em uma luz amarela que lembrava fogo, acertou o queixo da criatura que, caindo, diminuiu até desaparecer. Quando as 8 se juntaram, Nayeon notou que Tzuyu e Chaeyoung tinham vários arranhões e machucados pelo corpo, mas permaneciam firmes. Momo, Sana, Dahyun e Jeongyeon não estavam tão machucadas, mas pareciam que iam morrer de exaustão, se apoiando pelo que restou das paredes do quarto para não cair. Nayeon e Jihyo, que não se envolveram em combate direto, estavam bem. Foi quando Nayeon lembrou-se de Mina no quarto, agora mais para uma ruína de um escombro depois da pequena batalha.

Toc - Toc (Ato 1) - TWICE AUOnde histórias criam vida. Descubra agora