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Isabel acordou com carinho na cabeça. Um carinho que tinha já virado especial para ela. Os dois estavam saindo apenas há duas semanas, porém parecia muito mais. Nesse meio tempo, foram noites passadas em claro com conversas, encontros seguidos por visitas na casa de um e de outro, além de várias declarações implícitas em elogios e desejos.
Hoje foi um encontro para os dois relaxarem. Kai tem um jogo daqui há 3 dias e Isabel tinha apenas uma semana restante de férias, então era algo para se aproveitar. A ideia inicial era uma maratona de filmes, mas, assim que a portuguesa abriu os olhos, percebeu que não a seguiu.
— Boa noite. — Ele beijou o pescoço dela e ela riu com a sensação de cócegas. — Acho que a nossa maratona não rolou.
— Eu digo que valeu a pena. — Confirmou sorrindo e olhou para ele. O alemão estava sentado, com a cara amassada – obviamente tinha dormido de mal jeito para que a portuguesa dormisse melhor.
— Com certeza valeu. — Levantou da cama quando ela sentou. Foi até a cozinha pegar água e voltou com um copo para que ela também bebesse.
— Obrigada. — Bebeu e colocou na mesinha ao lado da cama. — Eu estava pensando em poke hoje. O que acha? — O jogador parou para pensar um pouco e foi interrompido ao mencionar responder.
Duas batidas na porta soaram e Isabel se levantou surpresa para abrir. Ela não estava esperando ninguém. Quando abriu a porta, não conseguia acreditar no que viu. Sua mãe e a mãe de João Félix estavam à sua frente.
— Surpresa! — As duas falaram de uma vez só abrindo os braços.
As duas são melhores amigas desde que começaram a ser vizinhas, há 30 anos atrás. Desde lá, as duas senhoras, que hoje têm 52 e 56 anos de idade, não se largaram. Apesar disso, Isabel nunca imaginou que elas viajariam para o outro lado do oceano sozinhas. Sua mãe sempre dizia ter medo de altura e nunca tinha visitado ela, Mariana também não era a pessoa mais corajosa do mundo.
— Meu Deus! — A portuguesa expressou surpresa e abriu os braços para recebê-las.
— Isabel? Está tudo bem? — Kai perguntou e chegou mais perto, vendo as três mulheres.
— Quem é esse, Bel? — Flor olhou o alemão da cabeça aos pés. — Ele é bonitinho. — Sorriu com as malas ainda na mão.
Havertz corou rapidamente, se sentindo envergonhado por ter interrompido o momento entre elas. Enquanto isso, a Mendes mais nova se sentia envergonhada por ter um homem em sua casa. Durante todo esse tempo, sua mãe e Mariana sempre perguntaram sobre alguém em sua vida e ela sempre tinha orgulho de responder que não havia nenhum. Agora, de repente, havia um que ela não desejava que as duas conhecessem agora, afinal, era um pouco cedo demais.
— Kai, essa é minha mãe, Flor, e a mãe de João, Mariana. — Isabel mal conseguia olhar para o rosto dele. — Mãe e Mariana, esse é Kai. — Todos ficaram em silêncio, esperando o resto da fala, mas a verdade é que não havia resto da fala.
