sumário:
Ela não está aqui agora, e nunca estará novamente, e o pensamento já foi o suficiente para fazê-lo desperdiçar as manhãs e tardes, até o sono encontrá-lo novamente, logo onde o achou.
Mas isso foi há um ano atrás.
Isto é um ano depois.
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Ou, passerine, um ano depois.
(capa feita por @/ylaeth_ no twt, aproveitem)
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Um idoso acorda sozinho em uma cama meio vazia. Um ano antes, ele teria gasto o resto da manhã encarando o teto acima, assistindo as sombras esticarem pelo seu quarto. Suas mãos doeriam (do frio, da idade, de saudade) e ele tentaria não olhar para o espaço ao seu lado onde ela costumava deitar. Ela não está aqui agora, e nunca estará novamente, e o pensamento já foi o suficiente para fazê-lo desperdiçar as manhãs e tardes, até o sono encontrá-lo novamente, logo onde o achou.
Mas isso foi há um ano atrás.
Isto é um ano depois.
O idoso levanta de sua cama, acordado antes da maior parte da cidade. Ele veste um casaco pesado e faz seu lento caminho escadas abaixo. Suas juntas velhas protestam com o movimento, mas ele continua, um passo de cada vez, porque ele tem um trabalho a fazer, e ele pretende fazê-lo bem. Ele anda em direção à porta, depois passa por ela, e então desce a rua até a pitoresca loja de flores de sua vizinha. Uma placa balança em sua porta, mas o idoso a ignora e caminha até o jardim atrás da loja.
Um poço espera, cercado de flores. Nenhuma delas havia murchado. Não sob a observação dele.
O idoso segura um regador—velho e enferrujado, assim como ele, ele supõe. Mas mantém o jardim de sua vizinha vivo, e isso é o suficiente.
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Um ano depois, um machado sibila pelo ar antes de dividir um tronco em dois com uma aguda pancada. O som faz Tubbo estremecer, assim como muitas coisas fazem. Ele oscila para trás com um suspiro estridente, fechando os olhos até o momento passar. E passa, porque eles sempre passam, mesmo quando ele acha que irá durar para sempre. Mas esta é uma verdade que teve que aprender no último ano: nada dura para sempre. Tudo passa, por bem ou por mal.
Ele balança sua cabeça, limpando-a de memórias. Ele, então, volta ao trabalho. Ele pega outro tronco. Ele acerta mais uma vez.
"Tubbo!"
Ele se vira e encontra sua irmã vindo em sua direção, sorrindo com uma cesta debaixo do braço.
"Eu fiz sanduíches para o lanche," ela diz, colocando a cesta no chão entre eles.
"Com presunto?" Tubbo pergunta, encostando seu machado gentilmente contra a pilha de lenha que fez. "E com ovos—"
"—fritos até ficarem crocantes, do jeito que você gosta," sua irmã termina com um revirar de olhos. Não há malícia por trás do gesto. Há apenas amor. "Eu sei, eu sei."
Ele morde um. Ainda está morno do forno.
Sua irmã assiste calmamente enquanto ele come.
"Está ruim?" ela pergunta. "Eu coloquei muito sal?"
"Não," Tubbo diz, alcançando por outro. "É o suficiente."
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Um ano depois, dois viajantes dirigem-se a um vale. Para prestar seus respeitos, como muitos antes deles fizeram. Eles passam por pequenos monumentos enquanto vão, flores e presentes e recordações deixadas por enlutados, mas o maior testemunho de luto chama suas atenções. Se ergue no meio do vale, glórias-da-manhã azuis já escalando suas laterais: a estátua de uma rosa, feita de ouro, suas pétalas e folhas e espinhos carregando os nomes de todos que lutaram e morreram, ou lutaram e viveram, em o que os historiadores viriam a chamar de a Batalha do Vale Azul.
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Passerine | Sleepy Boys Inc
FanfictionTodos os créditos vão a blujamas/thcscus no ao3, estou apenas traduzindo a história dela! (fanart na capa feita por moneyoniis no twitter) _________________________________________________________________ "Eu entendo. Você ouviu que o lugar que você...